O jogo dos olhos

O jogo dos olhos Elias Canetti




Resenhas - O jogo dos olhos


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Suzanie 03/08/2020

Para nunca mais esquecer Canetti!
Difícil encontrar palavras quando terminamos de ler um livro tão impactados. Uma vida grandiosa a de Canetti, não só por suas experiências exteriores em meio à cultura da época, às pessoas com as quais travou relação, mas também pelos movimentos interiores, pelo fluxo de consciência intenso acerca do que viveu.

Nesse terceiro livro que fecha a trilogia autobiográfica, me chamou muita atenção a descrição e o convívio de Canetti com o Dr. Sonne, definitivamente alguém que o influenciou muito. Esse interlocutor, que aparece no segundo capitulo, vem ocupar ao final de sua juventude o lugar antes ocupado por Karl Kraus, que tanto espaço teve no retorno de sua morada em Viena.

A importância de Dr. Sonne coincide, não por acaso, com o amadurecimento de Canetti como escritor. De um maior entendimento do mundo e da natureza humana, essenciais, em sua visão, à formação do homem que vive de sua escrita.

Mas como ja ocorria ao longo dos dois primeiros volumes, a paixão pelos livros e a chama do aprendizado se mantiveram intactas no escritor maduro.

Contrariando visões de outros leitores da obra, enxergo a riqueza desse ultimo volume justamente nas reflexões mais apuradas e nas descrições mais profundas sobre as pessoas e acontecimentos que encontrava no seu caminho.

Ganha destaque nesse conjunto a forma como a vida individual de Canetti se entrelaça aos momentos históricos, vivamente refletidos na obra.
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Frankcimarks 18/02/2019

Para ser Escritor
Recomendo esse livro a todos, principalmente para aqueles que pretendem ser escritores ou já o são. Você aprende o quanto se faz necessário ser curioso e observador. Todo escritor joga com os olhos, aprende, apreende, retém a vida dos outros, adapta no papel o cotidiano banal e o transforma, através da linguagem trabalhada, em obra de arte.

O escritor brinca de observar, analisa, enxerga, espiona. O bom escritor está sempre atento aos detalhes, aos olhares, ao flerte mais discreto dos amigos, às conversas mais despretensiosas. O escritor bom de verdade é primeiro um bom leitor, não apenas de livros, mas do dia-dia. Vi tudo isso em Elias Canetti.

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Eduardo 08/06/2017

Não entendo o que aconteceu.
Vindo de um primeiro volume Magnífico, seguido dum segundo livro Muito bom, esse terceiro livro da trilogia autobiográfica me decepcionou. É um livro interessante, com diversos pontos altos, mas não tem comparação com os primeiros volumes. É engraçado como no primeiro ele extraia coisas lindíssimas de situações aparentemente banais, com extrema sensibilidade; e nesse segundo, tudo me pareceu tão menos intenso e sensível, mesmo quando estava em foco personalidades centrais da intelectualidade europeia. Eu, confesso, preferi ouvir histórias sobre o homem que virava galinha, e sobre o cortador de lenha, do que ouvir as impressões de Canetti sobre Broch, Wotruba, Anna Mahler, entre outros... Não sei se tudo é mesmo exposto de forma menos intensa, ou se eu ja estava saturado da prosa de canetti, ou o que aconteceu; talvez eu dê uma segunda chance pra esse volume separadamente no futuro.
Considerando os tres volumes, valeu imensamente a leitura. Recomendo especialmente o primeiro.
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Thiago 09/02/2015

Livro magnífico
Parte final da trilogia biográfica do Elias Canetti, narra seus encontros com grandes escritores como Robert Musil, James Joyce, Hermann Broch, Isaac Bábel e outros, e suas impressões de leituras como as obras de George Büchner, e sem falar nos encontros com a mãe com a qual tinha cortado relações.
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