regifreitas 15/06/2019
BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA (1927) / LARANJA DA CHINA (1928), de Antônio de Alcântara Machado.
Esta era uma das obras do nosso Modernismo que eu ainda não conhecia. Ela é composta de historietas, líricas ou humorísticas, que retratam o dia a dia dos imigrantes italianos na cidade de São Paulo. Nelas, o autor abusa dos coloquialismos, do linguajar cotidiano dessas pessoas, em uma mistura de vocabulários da língua italiana e do português brasileiro.
Na verdade, temos aqui duas obras que, antes publicadas separadamente, a partir de 1944 passariam a ser editadas juntas, em um único volume. BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA, assim nomeada em virtudes dos três bairros de São Paulo conhecidos pela colonização italiana, é a mais bem acabada das duas. Os contos/crônicas parecem mais elaborados, e têm fechamentos melhores, às vezes surpreendentes. Já LARANJA DA CHINA traz histórias bem menos interessantes. Dá a impressão que o autor tentou replicar o mesmo artifício da primeira obra, mas sem êxito. Não é ruim, mas falta a vivacidade que os relatos de BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA trazem.
Leitura para o Desafio Viaggiando: um livro que retrate a vida de imigrantes.