Ari Phanie 24/07/2021“"We love broken, beautiful people.”"
Desde que comecei a ler a Reid tenho esperado a confirmação do hype que ela atingiu. Que não me entendam mal, mas dos livros que li dela, Os sete maridos de E. H. é ótimo, no entanto passa longe do brilhantismo alardeado em tantas reviews e críticas; One True Loves é bom, apenas. E Evidence of The Affair foi o que de melhor li do trabalho dela. Até ler Daisy Jones & The Six. Esse é o livro épico que eu tenho aguardado ler desde o instante que conheci essa autora super hypada e o qual realmente vale o alvoroço.
Como o título sugere, a história gira em torno de Daisy Jones, e de Billy Dunne e sua banda de rock “The Six”. Separados eles causam bastante, mas é juntos que a mágica acontece. Daisy é o significado puro dos termos “it girl” e “rock ‘n’ roll”; ela é super talentosa, linda e problemática. Pra mim ela é uma mistura de Janis Joplin e Amy Winehouse. Ela quer ser reconhecida, quer o lugar mais alto do pódio, quer deixar sua marca no mundo, mas ela também vive com um sentimento de vazio, de não-pertencimento, o que a faz embarcar sem freio nas drogas. Do outro lado da equação temos Billy, Graham, Karen, Warren, Eddie e Paul. Paul não aparece muito e quando é citado não é realmente importante, ele não conta realmente como personagem. Eddie é amargo e resmungão, mas em alguns momentos você entende ele. Warren é o comédia, não liga pra quase nada a não ser que seja mulher. Me diverti muito com ele em alguns momentos. Karen é maravilhosa. Ela é tão decidida, centrada, fofa...queria ser amiga dela. Graham é um querido. Ele faz total o papel de “big brother”; ele é sensato, sério e eu imagino ele um pouco como Eddie Vedder nos anos 2000. Mas Billy, assim como Daisy, é quem rouba a cena. Billy pode ser pedante e isso talvez fizesse o personagem ser menos atraente, mas ele é apaixonado pela música e por sua adorável família, é determinado e seguro de suas qualidades e de como ser um líder, mas também inseguro sobre todo o resto, o que meio que é interessante em um protagonista masculino. Daisy e Billy são muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito diferentes. E é claro, se atraem de uma forma palpável. O livro foca bastante na relação dos dois, que é sempre muito intensa, pra melhor ou pra pior. Eu realmente amava quando eles contavam os momentos que passavam juntos, tinha sempre muito não-dito, um monte de sentimento suprimido, tensão sexual e angústia. Pra mim são sempre essas as histórias que nos capturam e mexem com a gente. O final feliz é ótimo e tudo, mas nem sempre parece real. Agora uma história de amor que não pode acontecer, uau! Essa fica.
“Nothing I wouldn’t do/to go back to the past and wait for you.”
Os protagonistas da história são maravilhosos, assim como os personagens que compõem a banda, mas preciso mencionar que Simone e Camila são ótimas personagens também. Ambas são mulheres incríveis e amigas das mais leais. Simone é carismática e soa como alguém descontraído com quem você quer festejar, mas não passa a mão na sua cabeça quando faz besteira. Já Camila é uma personagem combatente, dura na queda e estável. Ao mesmo tempo em que eu achava inacreditável que ela se prestasse a continuar com alguém apaixonado por outra mulher, e nem discutisse sobre isso com ele; eu também admirava a fé dela na sua relação, admirava a intensidade com que ela acreditava no seu amor com Billy, e no final, ela estava certa sobre tudo isso, e sua força de vontade escreveu a história que ela queria com a família.
O final foi intenso, exatamente como deveria, e super agridoce. Pouquíssimos livros me arrancam lágrimas, e esse conseguiu essa proeza. Talvez porque me envolvi demais com a história, talvez porque sei como é não poder vivenciar um amor, talvez porque os atores do audiobook fizeram a coisa muito íntima e intensa. Eles foram maravilhosos, diga-se de passagem. A história é muito bem escrita, dinâmica porque é narrada no formato de entrevista, então você tem impressão de que os personagens estão bem próximas de você, que você consegue vê-las e ouvi-las. Já li e ouvi livros em outras ocasiões, e sempre gostei muito da experiência, mas essa foi muito melhor. E Reid conseguiu com essa história o que não acontece com frequência comigo: fixou os personagens na minha cabeça, me deixou na expectativa para o que eu ia ler em seguida e me fez lamentar sempre que eu tinha de colocar o livro de lado.
Enfim, essa é um história incrível pra quem gosta de rock, pra quem gosta de histórias de amor fadadas ao fracasso, para quem gosta de personagens problemáticas; para quem ama histórias intensas. Eu li sem expectativas, mesmo diante do hype, e acabou que foi exatamente o livro que alardearam por aí. Não vejo a hora de ver essa história na tela da tv. Ouvi as músicas vai ser incrível. E eu espero que Rilley Keough e Sam Clafin me proporcionem a mesma emoção que Daisy e Billy me passaram. Sério, NÃO VEJO A HORA.
“Everything that made Daisy burn, made me burn. Everything I loved about the world, Daisy loved abaout the world. Everything I struggled with, Daisy struggled with. We were two halves. We were the same.”