spoiler visualizarPriscilla 17/06/2021
O enredo escolhido até é interessante, tinha potencial, mas não gostei da leitura, me deixou com raiva diversas vezes.
Já começa que o tal vizinho, de adorável não tem nada!
Ele até faz umas coisas fofas pela Sara, não duvido que ele tenha se apaixonado por ela, mas ele é o típico machão, meio escroto até, homem das cavernas, praticamente primitivo. Ele é gato, gostoso, tem pegada, mas adorável ele não é!
Tive diversas ressalvas ao longo da leitura...acho que o autor mirou na receita de bolo para escrever um romance clichê para mulheres, com tudo que normalmente o mocinho é para virar objeto de desejo, mas errou feio na massa. Não posso dizer por todas as mulheres e todos os gostos, óbvio, até pq a preferência de cada uma é só dela e ninguém tem nada a ver com isso, mas comparei Mayk ao meu gosto, e ao que normalmente vejo na maioria desses livros e que faz sucesso com o público feminino.
Ter um cara ciumento, protetor e até um pouco bravo ao nosso lado, não significa que queiramos um grosseirão, possessivo, que vira um monstro e bate em outros homens sem saber antes o que está acontecendo e se realmente precisamos de alguma proteção naquele momento.
Ciúmes é uma coisa, obsessão, possessividade são outras bem diferentes...o cara ter ciúmes a ponto de ficar bravo e brigar contigo por olharem para vc ao andar por um restaurante, achar que sempre está todo mundo olhando demais, querer que vc troque suas roupas e que coloque um short na praia para não ficar de biquíni?! Olha, tá muito errado isso aí, essa visão de romance e fofura do autor acho que estão meio deturpadas.
O fato de Sara não trocar de roupa, apresentar seus ciúmes também em alguns momentos não melhora e equilibra a situação.
O cara fica com ciúmes dos olhares dos outros, fica puto e briga com ela, e no final a história se inverte e ela é quem pede desculpas a ele por algo que falou nessa discussão, e só assim ele se acalma. Gente, isso beira o relacionamento abusivo, se é que já não é um de fato!
Até consigo entender o quão chateado ele ficou com a história de ela estar beijando Daniel na faculdade, entendo a impulsividade de só ver e ficar com raiva ao invés de achar que aquilo poderia ter uma explicação. Mas não acho plausível a forma de vingança dele, acho ridícula, e acho mais escroto ainda ela ter sido chamada de infantil pelas amigas quando não queria falar com ele e voltar para ele depois do tanto que ela foi humilhada por ele no meio da rua, e ainda deixou com que ela fosse humilhada, inclusive, pela mulher que estava com ele.
Posso até compreender uma conversa e um perdão, não discordo dessa parte, isso vai de cada pessoa e de cada situação. Discordo de ela ser infantil se não for a escolha dela ouvir e perdoar ele depois do que aconteceu. Como se só importasse o fato do cara não ter transado com outra pq não conseguiu, mas de nada importasse que essa era a intenção inicial dele, que ele chegou a levar a mulher pra casa, chegou a iniciar alguma coisa, e que humilhou a namorada na rua e deixou que ela fosse humilhada também por uma mulher que ele pegou em um bar.
Me incomodou bastante também o fato de Mayk e até da própria Sara estarem sempre chamando outras mulheres de vadia; dele ser escroto ao ponto de largar uma mulher no meio da rua a noite, gritando para que ela saísse do carro ele e jogando dinheiro em cima dela, apenas pq ele chegou à conclusão que não era com ela que ele queria transar; e a necessidade do autor em encher demais a bola de seu personagem masculino, como se ele fosse o suprassumo, o que qualquer mulher desejaria, e que Sara deveria agradecer por tê-lo (sempre aumentando demais as características dele, principalmente físicas, dizer o tempo todo que ele não consegue andar em uma boate sem ser parado por diversas mulheres chamando ele de gostoso e querendo "dar pra ele")...enfim, tiveram muitas passagens do livro que achei vergonha alheia.