Gisele Galindo 21/11/2022
As Razões de Henrique
Com uma linguagem simples, a autora traz um dos personagens mais confusos e de certa forma ingênuo, redundante.
Em muitos trechos me peguei pensando: é possível pensar assim? Ter esses questionamentos que beiram a ignorância com tanta informação rolando?
Claro que não é nada fácil enfrentar uma sociedade enraizada, adubada pelo preconceito histórico, em diversas vertentes, mas, nesse caso, se fosse lá pelos anos 80, 90, quando a Internet engatinhava no Brasil e o fluxo de informações era bem mais lento, vá lá, mas em pleno século XXI? Acredito que seja bem difícil, ainda que ele estivesse cercado por mentes quadradas, julgadoras e preconceituosas. Bater na mesma tecla fica cansativo. Ex.: "será possível gostar/amar de duas pessoas?". Amiguinho, dá um Google, está mais que provado que sim.
De todo modo, apesar da escrita reta, sem rebuscamento de detalhes, permanecendo no raso, sem rasgar a nata e mergulhar, tem-se frases inspiradoras:
"Via a si mesmo como infinito demais para caber dentro de um tempo limitado."
E algumas identificações acontecem:
"? Mas você vê as pessoas, ou está tão preocupado com o lugar onde quer chegar que nem percebe o que está no caminho?"
Li as demais histórias e não tenho como negar, é emocionante saber a trajetória deles e ler como tudo começou.
Sem contar que a voz de Renato me perseguiu lindamente a cada capítulo.