isa 06/03/2022Reflexivo.Meditações do quixote nos trás muitas reflexões pertinentes já na primeira parte. Com um estilo de escrita por vezes difícil, mas sempre dominante, Ortega y Gasset nos conduz por um caminho árido de pensamento:
- A necessidade de reconhecer a importância das coisas vistas e não vistas. De reconhecer que as profundas são sempre amparas pelas mais superficiais, que por sua vez precisam supor a existência de uma terceira camada (ou dimensão); a laranja sempre tem um interior que não conseguimos vislumbrar num primeiro olhar, mas sempre supomos.
Ortega também nos encaminha pra necessidade de aceitarmos a nossa circunstância e tudo o que nela se insere, como parte vital de nós. "Se não a salvamos, não salvamos a nós", diz enfaticamente. Somos todo o conjunto de coisas que tocamos e todas as relações que criamos a partir da nossa vida.
Em todas as páginas ele nos dá a dimensão da complexidade do indivíduo e a necessidade de reconhecer e implementar isso em nossa vida, permeando todos os nossos atos.
A análise do Quixote, pra mim, se tornou em última análise, secundária a todo o conteudo abordado na obra.