Marquim 18/08/2023
#5 - Canaã
Eu comprei este livro há aproximadamente um ano. Na época, eu tinha o intuito de ler, pouco a pouco, obras da literatura nacional das diferentes escolas literárias brasileiras. A obra de Graça Aranha apareceu, então, como uma daquelas consideradas importantes. Ou seja, teria de lê-la.
O autor conta a história, por assim dizer, da contribuição do imigrante para a formação brasileira. Deparamo-nos com Milkau e Lentz, os quais discutem problemas da mais variada ordem no decorrer de todo o enredo. No entanto, isso não conseguiu me prender...
Terminei a leitura de maneira muito lenta, tenho de confessar. De fato, não gostei da história. Se o avaliei com 2 estrelas e meia, isso se deve a força poética que o autor descreve várias cenas, tanto no que se refere a singeleza de uma imagem (quando Maria é envolta pelos pirilampos - uma das cenas mais bonitas que eu já li na vida) quanto na brutalidade de um acontecimento (o parto de Maria). A seguir, algumas frases da obra que me chamaram muito a atenção.
"Quem não esteve em repouso absoluto não viveu em si mesmo" (p. 28).
"Não meço o tempo - respondeu Milkau -, porque não sei até quando viverei, e agora espero que este seja o quadro definitivo da minha existência. Sou um imigrado, e tenho a alma do repouso; este será o meu último movimento na Terra..." (p. 44).
"A beleza é assassina e por isso os homens a adoram mais..." (p. 63).
"A felicidade é o esquecimento e a esperança." (p. 86).
"A dor é boa, porque faz despertar em nós uma consciência perdida; a dor é bela, porque une os homens. É a liga intensa da solidariedade universal. A dor é fecunda, porque é a fonte do nosso desenvolvimento, a perene criadora da poesia, a força da arte. A dor é religiosa, porque nos aperfeiçoa, e nos explica a nossa fraqueza nativa." (p. 213).
Enfim, a obra não deu muito certo para mim.
Vamos ler, galera!