spoiler visualizarSaulo Barreto 18/07/2019
Sempre me interessei bastante sobre histórias do Império Persa e sobre Mitologia Grega. Me deparei com essa obra de História com Ficção e precisei passa-la à frente de outras leituras programadas. Li o primeiro capítulo optando por pegar a amostra grátis da Amazon para meu Kindle e, após a conclusão do primeiro capítulo, já adquiri a saga completa.
Optei por ler na ordem que o autor sugere iniciando por este volume. Artemísia: A Guerreira Amazona.
O livro conta a história de Artemísia e é ambientado 80 anos após a grande guerra entre o Império Persa e a Grécia. Acredito que todos saibamos sobre as batalhas de Leônidas e seus 300, do Peloponeso e de Plateia. Nossa protagonista não é aquela Artemísia histórica, tem apenas o seu nome em homenagem.
Artemísia era originalmente Grega e, quando criança, teve sua vida destruída por soldados Espartanos que mataram seus pais e a violentaram até a quase morte. Resgatada por um nobre Persa, que a acolhe como filha adotiva, jura vingança contra estes soldados e Esparta. Ao ser adotada viaja para Susa, no Império Persa, e passa a frequentar a corte do Rei Dario. Lá atrai muita atenção dos príncipes e de outros nobres por sua beleza, ferocidade e determinação.
Seguindo seu desejo de se tornar guerreira, segue para Cítia onde será treinada pelas Amazonas tornado-se, algum tempo depois, líder desse grupo.
Além da trama de busca de vingança e aprendizado de guerreira de Artemísia, o livro contém a trama de sucessão ao reino Persa. Dario tinha dois filhos Artaxerxes e Ciro. Sendo Artaxerxes primogênito, estava em mais conta com o Rei Dario para sucedê-lo, no entanto era cruel e Ciro, seu irmão mais novo era mais preparado e bondoso.
Há para mim, uma confusão entre a descrição dos personagens na explicação da ascensão do Rei Dario ao trono, após a morte de Cambises. Tive que ler este ponto mais de uma vez para entender.
Ao consultar uma nota de rodapé, hábito frequente de minhas leituras, tomei um baita spoiler sobre que foi coroado após a morte do Rei Dario. Mas nada que afete a leitura.
Senti muita falta de uma maior descrição sobre roupas, locais e costumes que Artemísia encontra na Corte Persa. No entanto, ela era uma mulher prática, que não gostava de estar ali e que ainda não havia sido condicionada a ter essa habilidade de atenção. É natural que não haja ali.
Me deparei com algumas vírgulas ou ponto final não empregados onde deveriam existir, repetição de palavras como "que que" ou mesmo palavras incompletas como "morrra", mas nada agravante que torne a leitura odiosa ou chata. Sei que nas próximas edições, estes problemas serão corrigidos e por ter o volume para o Kindle receberei a atualização.
Artemísia havia sido amaldiçoada por Afrodite e a todo momento esperei quando iria encontrar seu amor e como lidaria com o conflito que o mesmo traria. A chegada foi nada mais que espetacular. O amor, quando arrebatador, é sem controle. Não há como se segurar ou racionalizar pelo mesmo.
A evolução de Artemísia era constante. Em combate, como líder, como mulher. Ela teve que entender que para conseguir se vingar, teria que se equiparar aos seus malfeitores no sentido de não demonstrar pena de seus inimigos. Nesse ponto de vida, Artemísia já possui o condicionamento de líder guerreira e passa a observar e nos descrever os ambientes e personagens.
Um personagem muito interessante para mim foi Artápata. Confabulei bastante sobre quem ele era, seus objetivos e como chegou a tal cargo, até que sua história é contada e entendemos quem ele é. Uma de suas habilidades únicas é mostrada nesse ponto.
Todo o volume se passa do ponto de vista de Artemísia, logo, há batalhas em que ela não está e que podemos apenas conjecturar sobre o que ocorreu. E isso é maravilhoso.
A descrição sobre as batalhas em que Artemísia está são sempre verossímeis. Em nenhum momento suas Amazonas possuem complexo de deusas guerreiras. Elas são feridas em combate, sangram e morrem como qualquer outro personagem.
A batalha do final do livro me envolveu completamente e a li de uma maneira quase desenfreada. Diria até que não ficam atrás das batalhas descritas por Bernard Cornwell. A todo momento fiquei imaginando que mesmo com a desvantagem enorme, Artemísia, Ciro, Artápata e os gregos derrotariam Artaxerxes e seus generais.
Com o decorrer do desfecho pensei apenas: "E agora? Me conta o restante. O que aconteceu?"
O volume tem daqueles finais arrebatadores e que fazem com que você procure o próximo livro rapidamente (Após os habituais 5 minutos para respirar).
Artemísia: A Guerreira Amazona é um ótimo livro de História que contém fatos ficcionais (sei que é simetricamente errado falar isso, mas segue). Mais uma vez, os erros de edição não tornam a leitura pesada.
Continuarei a ler na sequência que o autor sugere e espero não demorar muito para ver o desfecho da trama.
Recomendo bastante a leitura. #LeiaBR