Queria Estar Lendo 17/05/2021
Resenha: Um Acordo Pecaminoso
O terceiro livro da série Ravenels, Um Acordo Pecaminoso, dá protagonismo à enérgica e criativa Pandora e, por um mal entendido que pode se romper num escândalo, a um duque cheio de personalidade e humor afiado. Ou seja: sim, essa resenha é um grande surto fangirl.
Não tem spoilers dos livros anteriores, só menções aos personagens que já passaram pela série.
O livro se inicia em um baile e uma confusão que se forma nele. Ao tentar resgatar um objeto perdido de uma amiga, Pandora acaba presa em um banco nos jardins - e quem a resgata dali é ninguém menos que o duque St. Vincent, Gabriel, um rapaz cheio de humor e de comentários impertinentes que se prova uma pedra no sapato de Pandora.
O motivo? Ele quer impedir que um escândalo se espalhe e arruíne não apenas a reputação de Pandora, mas de sua irmã gêmea Cassandra, que está debutando na sociedade. Pandora não se importa com escândalos ou reputação e principalmente com casamentos; ela quer a liberdade. Quer criar seus jogos de tabuleiro sem a pressão do casamento ou as algemas de um marido - mas entra em um embate por isso, afinal, é um escândalo que vai respingar em sua querida irmã.
Em meio a discussões e flertes, Pandora aceita o cortejo de Gabriel, mas jura aos céus que jamais irá se casar, não importa o quão sedutor seja esse duque.
"- Você deveria ser um cavalheiro.
- Tenho lapsos."
Só pelo fato de Um Acordo Pecaminoso trazer o clichê de "eu jurei nunca me casar e NÃO VOU" para a sua protagonista feminina, já teve todo o meu amor. Aí acrescente isso a um desenvolvimento cheio de picuinhas e provocações por parte dos dois, com aquele hate to love delícia, e eu morri do coração em muitos momentos.
Pandora é teimosa, determinada e, por isso, a pessoa ideal pra bater de frente com Gabriel - que é igualmente teimoso e determinado. Os dois se entendem em muitos pontos, mas discordam abertamente de outros; foi muito legal acompanhar o desenvolvimento da relação entre eles, desde os primeiros encontros desajeitados, com Gabriel percebendo que Pandora não é nada comum aos olhos da sociedade (com seu jeito estabanado, suas ideias mirabolantes e as poucas farpas na língua) até um princípio de amizade e flerte.
A personalidade da Pandora é muito forte e muito bem trabalhada na história. Ela nunca abandona seus sonhos e suas vontades. Ela vê a misoginia na sociedade, na maneira como tratam as mulheres, e bate o pé porque não vai se deixar levar por isso. Ela vai trilhar o próprio caminho, vai renegar as tradições em prol dos seus sonhos.
Gabriel se apaixona por essa força e teimosia dela. E ela, pela presença compreensiva e amigável dele.
"Ele não estava preparado para aquela moça, para aquela sensação, para aquela incerteza exasperante de que talvez não acabasse ao lado da única pessoa de quem precisava estar."
O duque pode parecer um libertino sem muita noção da vida, mas é um rapaz adorável quando Pandora começa a entendê-lo melhor. É atencioso, apaixonado pela família e pelo amor. É ele quem dá os primeiros passos para ceder - é quem entende tudo que ela sacrifica por sua posição como mulher na sociedade.
Eu amei a dinâmica e as cenas entre os dois. Onde tem humor, também tem muita safadeza - o cortejo entre eles vai de sorrisos a beijos e outras cositas mais em questão de alguns capítulos, tamanha química que salta das páginas. De todos os casais da série Ravenels, eles foram meus favoritos.
As questões que a autora trazem junto com a Pandora elucidam bastante o quão sofrível era a vida das mulheres, relegadas ao papel de objetos em um casamento (e aqui a gente só tá falando das mulheres da alta sociedade, né, que tinham muitos privilégios!). Traz discussões importantes sobre isso, não apenas com Pandora, mas com Kathleen e Helen em suas aparições, com a Dra. Garrett (que representa as pioneiras em papéis exercidos apenas por homens, como a cirurgiã brilhante que é). Enfim, é um romance de época com muito conteúdo social.
"Você entrou na vida dela como um raio. Qualquer pessoa se sentiria um tanto chamuscada."
Para quem está com saudade dos casais anteriores, temos aparições graduais e em cenas bastante importantes. Eles se desenvolvem junto com a trama e trazem bons acréscimos a ela - e que trama, aliás! Não apenas pelo cortejo e pelo relacionamento, mas tem até treta política no meio!
Um Acordo Pecaminoso foi minha última leitura de 2020, regada aos feels que Bridgerton me causou, e não poderia ter sido uma leitura melhor. Ravenels segue uma série muito queridinha, com personagens carismáticos e casais saudáveis e apaixonantes.
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