Resenhas - Anna Karenina

Mika 18/07/2024

Um clássico e um calhamaço são por si só um desafio e esse não foi diferente, além disso, você precisa de uns dois meses digerindo para entender a proposta. Assim que terminei achei um pouco simplório e até enfadonho em alguns momentos, em outros, empolgante, já que é grande o bastante pra isso. Senti muitas coisas ao longo do livro. Gostei dos personagens, e logo em seguida sentia raiva pois não foi criado um personagem perfeito, pelo contrário, são reais demais, o livro é cotidiano, chega a ser simples justamente por isso. Com o tempo entendi a importância da pesquisa sobre os trabalhadores e a mão de obra, falar sobre isso naquele tempo na Rússia deve ter sido um marco e tanto, e ler sobre isso é interessante também. Hoje eu entendo. No geral, parece que não li, vivi esse livro, estava sentada em cada sala observando tudo passar.
A maneira como as patroas falavam em francês na frente das criadas revela um traço na elite russa da época para esconder suas conversas. Como a traição era vista pela sociedade para a mulher e para o homem é muito explorada. O cortejo, o casamento, os bailes... valeu a leitura.

maltchik. 16/07/2024

Gotas de uma trama muito boa no meio de um mar de tédio.
Esse foi sem dúvidas o livro que mais recebi feedback positivo nas minhas  publicações aqui do skoob. E eu entendo o pq, os personagens são muito bem construídos, que parecem até serem reais. Toda a trajetória da Anna e Liévin (meus personagens favoritos) é espetacular.

MAAAAAASSSS, isso tudo no meio de muita prolixidade. Essa história é cheia de momentos tediosos, com cenas que se estendem muito mais que o necessário, diálogos intermináveis, descrições que não sabem a hora de parar...
No começo eu até estava conseguindo relevar td isso, dizia pra mim mesmo: " calma, daqui a pouco melhora". Mas depois de uma certa altura não tive mais paciência e a leitura começou a ficar extremamente maçante, que por muitas vezes a vontade de abandonar bateu.

Na minha humilde opinião, (que sei que não vale quase nd ?) esse livro poderia facilmente deixar de ter mais de 800 páginas, e ter umas 500, se, se concentrasse em desenvolver só os núcleos que realmente interessam. E seria uma experiência de leitura muito melhor e fluída. Se concentrou tanto em coisas desnecessárias, em personagens que nem fedem nem cheiram, e no meu ver podeira ter usado essas páginas pra desenvolver personagens que realmente importam.
Um exemplo: Serioja foi praticamente esquecido o livro inteiro. Perdeu tanto tempo descrevendo o funcionamento de uma fazenda, duas caçadas, eleições... e o filho da protagonista simplesmente esqueceu!?

Enfim, a história é muito boa. Mas como digo no titulo, ela fica em meio a muito tédio e enrolação. No fim, a sensação negativa foi que predominou na minha experiência, quando acabei de ler e fechei o livro.

Tenho praticamente nada de clássicos na minha estante, então não sei se foi esse em específico que não gostei, ou se os clássicos em si é que não fazem o meu gosto de leitura. Só o tempo pra dizer

Anna 10/07/2024

Vontade de começar de novo
Fiquei mais de um mês , ou dois, já não sei, às voltas com esse livro. E a despedida foi difícil. Já voltei pra reler o último capítulo e tentar sentir novamente a mesma sensação de conhecer Lievin. Os personagens são todos muito bem construídos e dá saudade deles ao terminar. Recomendo!! E é novelão , nada de leitura difícil .

Jacqueline Muniz 09/07/2024

Que novelão!
Ter visto duas versões de filme Anna Karienina foi um desserviço pra mim, por mais que tenha adorado a interpretação da Greta Garbo. O que tem a Vivien Leigh achei bem insosso. Fato é que caí no lugar-comum de achar os personagens maniqueístas e que Anna era uma heroína e sofria pela culpa de ter feito uma escolha. Não poderia ter iniciado a leitura mais iludida!
O livro é muito mais profundo que os filmes, há personagens e núcleos tão ricos quanto o de Anna (Lievin e Kitty, Dolly e Oblonski) e me senti imersa no cotidiano deles, fosse nas cidades, fosse no campo.
Dar aos personagens características bem construídas além de fazê-los pessoas críveis, dá uma simpatia do leitor para cada um deles. O marido boa praça, mas infiel e gastão, a mocinha linda e bem criada mas afetada e que ao passar por um desgosto amadurece, o homem bom que não crê em Deus mas aos poucos vai sanando suas dúvidas enquanto busca respostas, a mulher que dá duro na criação dos filhos, o homem que não quer casamento e acaba em um relacionamento tóxico que o sufoca de maneira pior que um casamento arranjado, porque foi sua escolha, uma mulher à frente de seu tempo que faz escolhas, mas parece não ter noção alguma de consequências e por isso sofre e faz outros sofrerem.
Torci pela felicidade de quase todos os personagens e pelo final (que já sabia qual seria) de Anna. Se nos filmes ela é uma mocinha que você tem pena e sofre por ela, no livro ela tem muito mais personalidade e você pode acabar odiando-a em certos momentos, mas ainda assim ela é ótima justamente por ser mais complexa do que retratada nas telas.
O núcleo de Lievin, em paralelo, causa diversas reflexões e do nada você torce por ele e cada alegria dele é como se fosse um amigo seu sendo feliz. O final do livro é justamente as reflexões dele e é de uma beleza encantadora. Um dos melhores parágrafos de encerramento que já li.
O livro poderia ter tido umas cem páginas a menos, pois há algumas passagens desnecessárias (a parte da eleição?), mas fora isso é uma obra prima! Fácil de ler e de entender, um verdadeiro novelão!!
Sentirei falta das famílias retratadas.

Marilia285 09/07/2024

Conflitos e melancolia
Foi o meu primeiro contato com o Tolstoi e posso dizer que senti a angústia dos personagens em seus pontos de vista. Quando iniciei acreditei que a trama central era sobre an Anna e o Vrosky mas é muito além disso. Sendo tratado com muito realismo, não é o tipo de história que se espera um final feliz tal qual um conto de fadas.

tharcifernandes 06/07/2024

Tolstói soube de alguma maneira que amei tanto os irmãos karamazov que ele quis reunir todos os assuntos do mundo mas com uma pegada mais sentimental e melancólico. é incrível que a partir da escrita você consegue cativar completamente o leitor ao ponto de ele sentir aquilo que está descrito e ter uma visão bem ampla sobre o sentimento, além óbvio da ambientação. por mais que no início tive uma difícil conexão com o liévin, lá pra metade ele foi crescendo e sua proposta é realmente ser um personagem controverso e no momento que percebi cresceu uma empatia e carinho em nossa relação. se você que é sensível e TÃO sentimental e quer uma obra literária que você possa a todo o momento sentir e ver tudo isso á flor da pele aqui está minha super recomendação.

Amanda.Julia 02/07/2024

Muito denso
?Anna Karênina?, escrito por Liev Tolstói, é um livro realista que descreve detalhadamente as relações sociais dos 4 personagens principais (na minha visão) e o seus pensamentos. É um livro diferente dos que eu já li, isso porque quase não tem diálogos diretos, apenas descrições do que aconteceu.
A obra relata o adultério, a manipulação, o fracasso e o terrível fim de vida de Anna, que mesmo sendo uma mulher que encantava a todos e vivia como uma rainha, se suicidou devido a sua instabilidade mental. A obra traz também situações diversas na sociedade.
É um livro que eu demorei para ler por causa da grande quantidade de detalhamento, mas com o tempo eu fui entendendo e me acostumando. Porém, eu acredito que eu nunca mais vou ler esse livro de novo, é muita coisa e foi cansativo as vezes.

mayagraciele 30/06/2024

Eu achei que eu ia gostar mais desse livro, eu acho que o meu maior problema foi que pra mim não tinha muita lógica o que estava acontecendo, em nenhum momento eu me interessei pela história da Anna e do Vrónski, eu preferia ver os outros pontos de vista, eu acho que se o relacionamento dos dois fosse mais detalhado para nós leitores, talvez eu entendesse mais a dinâmica do relacionamento dos dois.

Gi Santos 30/06/2024

Foi meu primeiro contato com Tolstói e esse livro tem tantas camadas que é difícil resumir.

A trama gira em torno de Anna Karenina, uma mulher da alta sociedade que se vê envolvida em um caso extraconjugal com o oficial Conde Vronsky, desafiando as convenções sociais e morais da época. Um dos aspectos psicológicos mais proeminentes do livro é o conflito interno vivido por Anna, que se vê dividida entre o desejo de seguir seu coração e as pressões da sociedade que a cercam.

O autor retrata de forma magistral a luta de Anna contra seus próprios sentimentos, seus questionamentos sobre sua identidade e seu lugar no mundo, bem como as consequências devastadoras de suas escolhas. A descida gradual da personagem para um estado de desespero e isolamento emocional é apresentada com uma profundidade psicológica impressionante, revelando os efeitos devastadores do conflito interior e da busca pela felicidade em um contexto social restritivo, que culminaram por fim em um episódio depressivo grave e o suicídio (que por sinal, foi uma cena que me deixou impactada).

Além disso, Tolstói também aborda os aspectos psicológicos dos outros personagens e faz uma profunda crítica à hipocrisia da sociedade aristocrática russa, expondo suas contradições e injustiças. A obra também aborda questões existenciais universais, como o conflito entre razão e emoção, o peso das escolhas individuais e as consequências de nossos atos.

Em suma, é um livro grande, denso, com vários personagens complexos, mas que vale a pena cada página e cada capítulo.

mariaarins 24/06/2024

Um acontecimento
Havia colocado como meta de 2024 iniciar minha aventura pela literatura clássica mas nunca imaginei que Anna Karienina se tornaria um dos meus livros favoritos da vida.

Comecei sem expectativas e com alguns receios: não me sentia preparada para um Tolstói e cheguei a pensar que não entenderia nada. Porém, quando percebi já estava totalmente imersa e querendo saber cada vez mais sobre os desdobramentos dessa história.

É difícil resumir uma obra tão grandiosa, mas, em sua base, o livro trata de personagens complexos onde não existem heróis e nem vilões: Tolstói escreve sobre religião, política, classe social e, principalmente, a hipocrisia e dualidade do ser humano. A linguagem fácil de compreender e a forma como o autor consegue trazer sensibilidade aos personagens, fazem desse livro uma jornada incrível. É quase como se o leitor fizesse parte daquele círculo social e conhecesse aquelas pessoas.

Encarar essa obra monumental da literatura russa mudou o meu ano, me marcou profundamente de uma forma inesquecível e que deixará saudades.

Karol 23/06/2024

Amores & Dramas (com uma dose de vodka)
Quando me propus a ler Anna Kariênina, sem pesquisar muito antes, sabia que estava diante de um dos monumentos da literatura mundial, mas absolutamente NADA me preparou para a profundidade e a complexidade desta obra maravilhosa! ??

Liev Tolstói nos oferece uma janela para a sociedade russa do século XIX, ao mesmo tempo em que nos abre uma porta para explorar os seus próprios pensamentos acerca da alma humana. Tolstói, sem dúvidas, é um mestre na arte de esculpir personagens vivos, tridimensionais, com uma perspicácia psicológica que transcende a mera narrativa. Eu mesma me senti parte dos pensamentos de cada personagem, como se estivesse explorando suas mentes!

Anna, uma personagem principal, é uma figura com uma complexidade emocional rara, cheia de emoções intensas e conflitos internos. Sua paixão avassaladora por Vrónski (tá aí um casal que eu não shippo nem mortinha) e sua busca desesperada por um sentido na vida e felicidade são descritas com uma perspicácia que só poderia ser fruto de uma canetada braba do meu mano Tolstói! (Ou melhor, penada ??)

O contraponto entre Anna e outros personagens, como Konstantin Dmítritch Liévin e sua busca por uma vida autêntica e simples, expande o romance para além da história de uma mulher (que era só o que eu esperava). Liévin, o outro personagem principal, com suas reflexões sobre a vida e a morte, religião e trabalho, principalmente sobre sua rocinha, me encantou no decorrer das páginas, apesar de no começo eu ter achado chatíssima a história dele.

Esse livro é uma obra-prima que disseca as convenções sociais da aristocracia russa. A rigidez das normas sociais, a hipocrisia da vida pública vs. a vida privada e a opressão das mulheres são temas que Tolstói explora com maestria. A Rússia daquela época com suas transformações econômicas e sociais, é quase um personagem à parte, influenciando e sendo influenciado pelas ações e destinos dos protagonistas, tanto no cenário do campo quanto na cidade.

A tradução de Rubens Figueiredo merece um elogio especial. Sem a tradução de Figueiredo, a leitura em português não teria o mesmo impacto, a sua escrita do texto é tão fluída que eu lia páginas e mais páginas, sem nem notar que tava chegando muito perto de acabar o livro.

Dito isto, também gostaria de acrescentar que detesto a maioria dos homens desse livro, tenho pena da maioria das mulheres e dou graças a Deus por estarmos no século XXI, amém! ?? (apesar de não parecer que avançamos tanto).

Jéssica 23/06/2024

Clássico da literatura mundial, Anna Karênina me pegou de surpresa.
Há muito tempo eu estava de olho nele, sempre tive curiosidade para conhecer a tão famosa Anna de Tolstói. E aqui está. Uma narrativa fascinante, repleta de personagens, com bagagens excêntricas e peculiares. Disso tudo, Tolstói conseguiu amarrar uma verdadeira trama novelesca, revelando-se um exímio contador de causos.

Confesso, no entanto, que esperava ver mais de Anna aqui. Não pensei que encontraria tamanho foco em personagens secundários, pois, como o título do livro leva o seu nome, pensei que a maior parte da história (em termo de páginas) fosse sua. Não que isso diminua a grandeza da obra, (ainda que a torne cansativa, por vezes); de qualquer modo, ainda que outras vidas apareçam ao longo da narrativa, tudo converge a Anna Karênina.

Apesar de ser um clássico, sua leitura é bem tranquila (levando em conta o ano de publicação e o fato de ser uma tradução do russo). Mas, ressalto que em alguns trechos a leitura tornou-se cansativa para mim, pois, como a maioria dos calhamaços, há devaneios de personagens com reflexões e discussões acerca de temas em voga na época (alguns mais interessantes que outros). Nada que diminua a qualidade do que está escrito aqui.

É necessário falar também da maestria da escrita de Tolstói. Em muitas partes, consegui ser transportada para agonia e sofrimento dos personagens em algumas cenas, de uma forma que nenhum outro autor conseguiu fazer. Verdadeiramente Anna Karênina foi uma excelente porta de entrada para conhecer Liev Tostói. Assim que me recuperar dessa leitura, pretendo buscar outra obra-prima dele.

CinthiaGonçalves 21/06/2024

É um livro ruim? Não. Recomendo ou leria novamente? Definitivamente, não.
Eu fiquei encantada como Tolstói nos transporta para a realidade do livro, como consegue fazer com que nossos sentimentos sejam os mesmos dos personagens. Fiquei simplesmente IMPACTADA com a cena do suicídio de Anna.
Não é uma história que tem um vilão ou um mocinho. É um contexto com pessoas reais, com defeitos e virtudes. Realmente dá para perceber que o autor se colocou nele, conseguimos sentir sua presença nos devaneios de Liévin.
O que me fez não curtir a leitura foram os detalhes de alguns episódios extremamente irrelevantes. Muitas vezes estava apreensiva para saber o desenrolar e o próximo capítulo trazia outro personagem que, por vezes, nem era relevante. É um livro que poderia ter a metade de páginas que seria muito melhor.

Tatinha.Car 21/06/2024

Gostei do enredo e a escrita de Tolstói é sensacional.
A leitura ficou bem chata em algumas partes, talvez para época onde o acesso a informação era através de jornais, revistas e livros, fosse necessário para Tolstói expor e refletir sobre suas opiniões políticas e religiosas.
Durante a leitura tive raiva, compaixão, desprezo e encanto.
Nunca imaginei que Anna seria prisioneira de sua própria loucura e acabaria desse jeito. Seu egoísmo falou sempre mais alto e toda escolha tem uma consequência.

Ramon 20/06/2024

Dualidades.
Me senti acompanhando uma novela ao ler esse livro. É uma aventura literária, tem tudo que você quer de um livro mas também tudo que você não quer de um livro. É um livro a ser lido com calma, de forma atenta e apreciativa, mas muito fácil de ler e, em alguns momentos, facilmente maçante. A construção das cenas pelo autor é um primor, as situações são muito bem escritas e transmitidas.
O autor brinca com a dualidade, que atravessa personagens, localidades, decisões e consequências. Todos os personagens são complexos, nenhum é apenas bom ou apenas mau, e há uma reflexão sobre essa questão nas páginas finais do livro. Parte final essa que, confesso, foi um bocado penosa de ler, parece que depois dO acontecimento conclusivo do livro, foi preciso criar contexto para concluir o enredo do(s) outro(s) personagem(ns).
Enfim, vimos alegrias e ruínas, contradições e conformidades, sordidez e decoro, certezas e dúvidas, ciúme e confiança, o olhar individual de interpretações e valores em discussões de questões gerais/coletivas. O autor foi muito feliz com a maneira de conduzir os simbolismos ao longo do livro.