Resenhas - Anna Karenina

Filipe 31/01/2024

Anna Karenina é uma personagem complexa mas não difícil de entender, creio que é difícil para o leitor não tomar lado nessa história que envolve traições e negociações tão sentimentais. A trama central é de Anna, mas mergulhamos em diversos desenrolares dentro da alta sociedade e política russas.

Creio que não senti uma obscuridade tão grande aqui como senti em Padre Sérgio, de Tolstói, ou em outros livros de russos como Dostoiévski, por exemplo. Mesmo assim, é uma história que não se possa chamar de leve.

A ?solução? do problema central é catastrófica mas também é bela, profunda mas simples. Acredito que a narração da mesma, que dura cerca de uma página, faz um belo contraste ao extenso desenvolvimento de toda a problemática que a antecedeu e seguiu.

A edição do Clube de Literatura Clássica é maravilhosa e muito bem feita, as notas de rodapé, escritas pelo autor, tradutor e também pelo editor, são uma ótima fonte da cultura russa, europeia e costumes da época. As imagens entre as partes certamente ajudam na ambientação.

Pedro Aires 26/01/2024

Tolstói abre as portas da Rússia do século XIX e nos mostra todas as peculiaridades da época: rigidez social, conservadorismo, a obrigatoriedade de manter as aparências, questões trabalhistas, o papel da mulher nesse contexto e muito mais. Na condução dessa longa jornada o autor nos presenteia com dois protagonistas: Anna Karenina e Liévin.

Anna é uma mulher extremamente mimada e vaidosa capaz de tudo para viver um amor proibido com Vronski. Já Liévin surge como um homem do campo e completamente apaixonado por Kitty. Podemos dizer que ambos tentaram descobrir o sentido da vida e buscaram de formas distintas: um pelo amor e outra pelo desejo. Anna era bem desagradável, mas todos os momentos em que aparecia me fazia querer ler mais.

Livro simplesmente maravilhoso. São muitas páginas que valeram cada tempo investido.

Sara Edite 25/01/2024

Uma mistura de sentimentos...
O livro explora de uma maneira muito clara sobre os personagens. Acabei me apegando a alguns, principalmente um em específico. No final, me surpreendi com a reflexão que Lévin faz sobre a vida e a decisão que ele toma. Do começo à metade do livro confesso que me senti um pouco entediada com tantos detalhes que às vezes pareciam desnecessários. Mas o final fez tudo valer a pena, embora tenha ficado triste pelo fim de Anna.

Kiara | @livrosdakiara 22/01/2024

História de novelão q alugou um triplex na minha cabeça
Ainda tentando entender tudo. E certeza que vou ficar por meses pensando sobre tudo. Um livro otimo pra pensar. Tudo muito real. Alguns momentos achei desnecessário, mas tudo muito paupável.

Esperava mais da Anna e me surpreendi muito com o Lievin. Continuo achando q o nome do livro deveria ser outro, mas tudo bem. Esperava q Anna fosse uma mulher forte e me decepcionei com ela. Pqqqqqq tolstoi?

Cleber 22/01/2024

Tolstói
O tipo de livro que eu não queria parar de ler e ao mesmo tempo não queria que acabasse. Tolstói tem uma forma de escrever que prende o leitor e a leitura dirigida com a Maria Camila Moura foi essencial para compreender melhor a obra, o autor, a época em que se passa história e as partes filosóficas do livro.

Aline Oliveira 21/01/2024

Anna Kariênina
Finalizando mais uma leitura dirigida com Maria Camila Moura, e que leitura! Eu simplesmente amei este livro, poderia ficar lendo e lendo... Apaixonada pela escrita de Tolstói, com personagens reais e marcantes, é difícil não se apegar em alguns. 

As reflexões de Liévin mexeram muito comigo, tanto questionamento sem resposta, e apesar de ser um personagem chato ele foi adorável. 


"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira..." Ah que saudade deste início!

myhtuck 21/01/2024

Anna Kariênina
E chegou ao fim a leitura desse calhamaço escrito por Tolstói entre 1873 e 1877. Um retrato da sociedade russa tão semelhante à nossa, sobretudo quanto à crítica à ?fotografia da família feliz? (feliz de acordo com a convenção social). Anna que teve atitudes à frente do seu tempo e não romantizou a maternidade foi excluída e até admirada socialmente.

?Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.?

LIVIA TUNES 19/01/2024

Uma obra de arte
Sabe aquele livro que você termina e sente vontade de aplaudir? É esse livro.
Minha terceira obra de Tolstói e a que mais gostei até agora, sim, até mais do que Guerra e Paz.
O aprofundamento que se tem de cada personagem, onde ele explora os pensamentos profundos, as mesquinharias, as paixões, os medos, as futilidades... é de uma criatividade sublime. E em meio a isso um retrato da sociedade de sua época, abarcando a religiosidade, a agricultura, a educação, a administração pública... são raríssimos os autores com tal capacidade.
Enfim, mais uma vez impressionada com Tolstói.

Rodrigo 18/01/2024

Anna Karenina
A história se desenrola na sociedade russa do século XIX e centra-se na vida de Anna Karenina, uma mulher corajosa que desafia as normas sociais ao buscar a realização pessoal e o amor verdadeiro. O livro explora temas universais como moralidade, amor, traição e a busca pela felicidade.

Além de Anna, o romance apresenta uma variedade de personagens que representam diferentes aspectos da sociedade da época. A trama abrange a dualidade entre a aristocracia e o campesinato, a luta entre as normas sociais e os desejos individuais, e a busca por significado na vida.

A narrativa é caracterizada pela prosa extraordinária de Tolstoy, que retrata de maneira envolvente a psicologia dos personagens, as paisagens russas e as complexidades da vida cotidiana. A riqueza temática, os diálogos eloquentes e a profundidade psicológica contribuem para a imersão do leitor na história.

"Anna Karenina" não é apenas uma tragédia romântica, mas uma reflexão profunda sobre a natureza humana e as forças que moldam nossas escolhas. A maestria literária de Tolstoy assegura que o livro permaneça como uma obra-prima atemporal, continuando a ser lido e apreciado ao longo das gerações.

Isadora1250 18/01/2024

O que dizer desse calhamaço?
esse livro foi um presente de alguém que me é muito caro e sabia minha profunda vontade de ler essa história.
não posso dizer que me decepcionei, pois seria mentira, mas mesmo com a história parecendo arrastada e tendo focos que não me engajavam tanto na leitura em alguns momentos, amei muito essa leitura (como esperado). os diversos assuntos abordados e as personalidades presentes na história me levaram a diversas reflexões e questionamentos, mesmo com a escrita ?simples? e descrição não exagerada das situações.

Line 17/01/2024

A frase de início!
Eu tava muito ansiosa pra ler esse livro, então assim que me livrei de todas as tarefas da faculdade, comecei a lê-lo. É uma literatura russa e eu tinha medo que fosse difícil de entender, mas é o completo oposto, a escrita do Tostoi é fluida e simples de entender, ele tem um senso de humor bem escondido nas entrelinhas e isso é fantástico. O livro conta a história de algumas famílias e suas relações sociais, além de falar sobre política, religião e até agricultura sem perder o encanto. De fato, um livro excepcional. E a frase de início, sem qualquer exagero norteou toda a história.
Por ter passado tanto tempo imersa nessa leitura, merecia ser minha primeira resenha do ano!

Juliana 16/01/2024

Um dos melhores da vida
Seria muita arrogância e atrevimento de minha parte resenhar Anna Kariênina. Esta obra de arte é considerada o romance social mais poderoso da literatura mundial (Thomas Mann).
Este livro estava na minha estante já há algum tempo. Por acaso, vi no Instagram um grupo de Leitura Dirigida que iria se iniciar, e nao pensei duas vezes. Corri na estante e fui seguindo cronograma proposto. Já foram varias aulas, a ultima sera daqui a 1 semana. Adorei esta experiência. Foi muito enriquecedora. Li sob uma nova ótica, buscando reflexões, tentando compreender os personagens, a época, a vida na sociedade russa do fim do século XIX. O livro é realmente maravilhoso! Vale muito a proposta de dedicar um tempo à sua leitura, estudo e análise.
Para quem se interessar, li seguindo a @mariacamilamoura .

nobodynocrime 12/01/2024

Estou cometendo anacronismo, sim, e daí?
Terminei este livro me perguntando o que Tolstói tinha contra as mulheres. Sei que, como homem do século XIX, ele reflete os costumes daquela época. Porém, não pude deixar de ficar indignada com tanta discrepância no tratamento entre homens e mulheres, principalmente os adúlteros. O final me deixou ainda mais irritada, porque não consigo culpar Anna nem vê-la como egoísta, como li em algumas resenhas. Além disso, o personagem Lévin foi um verdadeiro teste à minha paciência. Os capítulos dele refletindo sobre agricultura foram terríveis e torturantes. Foi uma grande surpresa ver nas resenhas que a maioria adora ele. Talvez as minhas impressões se devam ao fato de ter lido uma versão adaptada do texto, pois não prestei atenção quando fui comprar, então li uma versão com bem menos páginas. Mas, sinceramente, não sei se teria paciência para ler 800 páginas dessa história.

Nehctarina 11/01/2024

Sombra e luz
Um aviso: Não leia este livro se estiver esperando mocinhos e donzelas, todos os personagens tem defeitos e cometem erros. Porém, se quiseres uma leitura com personagens cheios de nuance e lutas internas, "Anna Kariênina" entrega de uma forma deslumbrante e sufocante.
Para mim, os dois personagens pilares da história são Anna e Liévin. Ambos interagem apenas uma vez na história inteira e apesar de interagir com muitos dos mesmos personagens, suas histórias se passam em núcleos diferentes, porém eles tem um ponto em comum: a busca pela felicidade.
Este livro foi escrito com uma genialidade e sensibilidade tão grandes que os capítulos que acompanham Anna contrastam diretamente com os capítulos que acompanham Liévin: a cidade X o campo, o tom frenético X o tom sossegado e a ação X a reflexão, mas mesmo assim são diversos paralelos que podem ser traçados entre eles, afinal, são dois jovens tocados pelo amor.
E entre eles, há um conjunto diverso de personagens e todos eles são interessantes e complexos. É uma história sem vilões mas também sem heróis. Seria por exemplo muito tentador que Aleksei (o marido de Anna) fosse escrito como um homem repugnante e maldoso e Vrónski como um cavalheiro perfeito afim de justificar os sentimentos e decisões de Anna, porém, o autor foge para o lado oposto de tal clichê e ambos os homens tem seus momentos de luz e sombra, assim como a própria Anna. Até a personagem que chega mais perto da perfeição, Kitty, tem momentos de crueldade e de fraqueza, pois é humana.
Mas, em minha opinião, os momentos em que a genialidade de Tolstói mais brilham, são as descrições de sentimentos. Quando um personagem se torna ansioso a cena sufoca o leitor, mas também às vezes é muito sútil, como por exemplo a mudança de sentimentos de Anna pelo seu marido que começa com Anna reparando que não gosta de suas orelhas.
E sobre Anna: Ela se tornou um dos meus personagens favoritos, não só neste livro, mas de minha vida. Ela tem uma inquietude em seu interior, ao mesmo tempo que uma melancolia. Ela tem momentos em que é feroz ao perseguir os seus desejos e momentos em que ela se acovarda. Não basta dizer que ela foi escrita com as mesmas nuances de uma mulher real, pois todas as personagens do livro foram, mas tem algo magnético em Anna, algo que os personagens sentem mas algo que eu como leitora senti também. O relacionamento dela com Vrónski em momentos me deslumbrava e em outros me decepcionava completamente, mas esta é a mesma montanha-russa (se me permitem o trocadilho) no qual Anna se encontra.
O desenvolvimento de personagem de Liévin é perfeição, após a rejeição inicial de Kitty, ele desponta em diversas reflexões internas e externas também, refletindo sobre o seu próprio lugar no mundo de uma maneira tão profunda que acaba refletindo sobre a sociedade da Rússia inteiramente, inicialmente sobre a sua família, a bolha aristocrata em que se encontra mas eventualmente sobre o mundo dos trabalhadores rurais que o cercam em sua fazenda também.

Fred.Braga 10/01/2024

Anna Kariênina
Anna Kariênina é simplesmente deslumbrante, atemporal e único. Não é atoa que seja considerado o melhor romance de todos os tempos. Aqui, com as palavras, Tolstói encanta o leitor, levando ele a uma espécie de êxtase.

Uma vez em sala de aula eu falei que Anna Kariênina era a Capitu da Rússia, imediatamente meu professor me corrigiu, dizendo que não, pois a diferença é que Capitu deixa dúvidas se traiu ou não Bentinho, já Anna traiu Aleksei descaradamente. Um fato, Anna traiu, assumiu que traiu e continua amando Vrónski mesmo vivendo com o peso da traição toda vez que acorda. E o que falar de Vrónski, um homem extremamente atraente mas com diversos defeitos que ao longo da história vão se deixando à vista.

O declínio de Anna, me deixou extremamente mau, por mais que já fosse esperado o que aconteceria. Não estou dizendo que Anna aqui é vítima, pois não acredito que haja um criatura que seja vítima nessa obra, mas é que conforme a história vai se desdobrando a gente acaba criando uma afeição e simpatia por Anna, a amante que deixou de ser amada, a que custo vale uma traição? No final você sempre irá perder e decair, por isso sou fiel como um cão.

A gente vai ler esse livro esperando que seja a história de Anna Kariênina ( afinal é o nome da obra) e o desenrolar após trair seu marido, porém a história é muito além disso, aqui vai ter muita filosofia, muita descrição sociológica, ao que se diz respeito da divisão social russa do final do século XIX o trabalho e os seus meios de produção, entre outros assuntos importantíssimos. Ademais, é importante se atentar que a obra segue dois viés, a da Anna Kariênina e do Liévin um trabalhador do campo, a trama do Liévin é muito bem elaborada assim como toda a obra, as questões filosóficos e os questionamentos na trama do Liévin é cativante. Leiam Tolstói!

"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira?