Estrutura do comportamento

Estrutura do comportamento Maurice Merleau-Ponty




Resenhas - A Estrutura do Comportamento


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Cristian 13/04/2018

Nem resenha, nem resumo: alguns apontamentos.
Este é o primeiro livro, propriamente dito, de Merleau-Ponty, publicado em 1942, porém redigido em 1938 como tese de doutoramento. É melhor lê-lo antes de "Fenomenologia da Percepção", de 1945, pois o próprio Merleau-Ponty o considerava como continuação de a Estrutura do Comportamento. Ainda, para facilitar, recomenda-se fortemente a leitura de "O Primado da Percepção" antes de a "Estrutura do Comportamento" e "Fenomenologia da Percepção".

Esse livro é influenciado pela escola “Gestalt”, “psicologia da forma”, que enfatizava a natureza organizada da experiência humana. As percepções, segundo eles, “não são fragmentadas em unidades atomísticas chamadas ‘sensações’, mas constituem um todo estruturado nos quais o significado dos elementos individuais depende de sua relação com o todo”. Merleau-Ponty achava que a tese deles era na verdade uma tese filosófica sobre “a natureza essencial da experiência humana.".

No segundo capítulo, a noção de "forma" é elucidada ao ponto de, nela, termos um meio de evitar as velhas dualidades do pensamento filosófico iluminista (mente/corpo; mente/mundo). Contudo, o filósofo nos mostra a solução dessas dualidades no nível da psicologia e da fisiologia. Ele terá de fazer o mesmo percurso, contudo, atravessado pela reflexão de qual a condição de possibilidade da noção de 'forma', para aquela noção ganhar seu significado propriamente filosófico.

Merleau-Ponty consegue argumentar no terceiro capítulo como devemos compreender as relações entre o "vital", o "psíquico" e o "físico" a partir da discussão da teoria da forma feita pela psicologia da Gestalt. A conclusão do capítulo mostra que essa psicologia tem a virtude de romper com o biologicismo e materialismo em psicologia, mas ainda restam ambiguidades (que ele discutirá no proximo cap.) de como a mente e o corpo se unem.

No último capítulo, o "como" da relação mente-corpo é explicada: a significação é esse entrelaçamento de mente-corpo. Mas como? Ora, significados não são coisas, mas a própria organização da nossa experiência sensível (isto é, experiência corporal). Difícil de entender? Sim. Fico com uma dupla sensação: parece que o autor resolve o velho problema que se arrasta desde Descartes; por outro lado, parece que ainda ficam questões sobre essa relação. Quais questões? Não está claro ainda pra mim, mas quero descobrir.
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR