Resenhas -

VerAnica 19/12/2021

Relatos diários sem romantização
O livro é uma junção de histórias contadas pela autora sobre as experiências dela como travesti e prostituta. Ela conta o começo, como se viu travesti e como considerou a possibilidade da prostituição, e vai narrando as experiências dela com os clientes. Foi uma leitura muito interessante porque pude ver as histórias e opiniões da autora completamente livres de julgamentos e romantizações, um relato diretamente da protagonista. Isso é, ao meu ver, muito importante pra exercitar nossa capacidade de empatia. Foi uma leitura muito enriquecedora.

Carolina 09/08/2022

Para sair da bolha e deixar de ser preconceituosa.
Fui ler esse livro que estava de graça na Amazon porque achei que fosse uma autobiografia, mas se trata de um conjunto de histórias e acontecimentos da vida de prostituta da doutora e autora transsexual Amara Moira. Adorei a experiência, dei boas risadas e fiquei chocada com algumas partes e foi muito bom ler sobre a rotina da Amara. Um livro para desconstruir pensamentos machistas que nós, mulheres, temos destas profissionais. Recomendo a leitura.

Paiva 07/01/2022

É um livro forte, em alguns sentidos.
Tem descrições picantes de sexo, e caso vc se incomode com esse tipo de leitura eu então não recomendo.
Não estava gostando no início, tinha muita "glamurarização" da prostituição, é empírico os perigos de estar a mercê mas ruas, então p mim não condizia com a realidade. Mas ao passar os capítulos foi possível sentir a msg da autora, sua medos, receios, aspirações e compreender minimamente esse mundo trans.

Lud 19/12/2020

Caramba, o que dizer deste livro? Confesso que me senti bastante desconfortável em boa parte da leitura e acho que isso é uma coisa boa, pois esse livro nos escancara justamente uma realidade que não estamos habituados a enxergar, não da maneira que a autora nos coloca, do lado da travesti, da prostituta. Não foi uma leitura fácil pra mim, mas me fez repensar muitas coisas e só por isso, já acho um livro necessário, pra gente parar de desprezar pessoas das quais a gente simplesmente não conhece as dificuldades, não consegue compreender como é estar nesse lugar e, basicamente, por quem não costumamos ter empatia. Então, é sim uma leitura desconfortável, mas tem assuntos que não dá pra abordar de outra maneira que não pelo desconforto. Recomendo.

Kaydson Gustavo 23/04/2020

E você, tá preparad@?
Ser pura.
Ser puta.
Prostituta.
Ser.
Gente.
Humana.
Decente.
Discente.
Docente.

Afogo-me nas primeiras páginas de Amara, velejo no seu barco de escritos e embarco em seu mundo louco e totalmente exposto aos bastidores da vida, as nossas fraquezas, desejos mais internos, intensos.

Habemus o mundo.
Não o mundo das novelas, não o mundo de prostitutas como Bebel, atuação da atriz Camila Pitanga. A única Bebel aqui é a torre, a queda. Mostrando as fraquezas e a demolição de formas, fôrmas e rótulos que tão facilmente colocamos. Na atuação de Camila Pitanga com finais felizes e champanhes em coberturas de luxo. Amara Moira expõe o mundo real, aquele que acontece quando a luz se apaga, quando o humano sai do casulo e mostra quem é, o que é, e como age.

Despe os homens, as mulheres. Estes expostos e nus.
De corpo, de alma, de sentimentos.
Seus relatos trazem tudo isso à tona, a masculinidade frágil e quebrável só com um vento forte ou fraco. Um sopro.

A escritora pariu ao mundo tudo aquilo que o mundo quer desesperadamente omitir, esconder e ofuscar.
Entre corpos, odores e aromas, objetificação de corpos, nudez e detalhes.
Ah, os detalhes, Moira como ninguém detalha tudo.
Traz peculiaridades, coisas que horrorizaria a família tradicional brasileira, mas só traria esse horror à tona quando visto em público, no claro e com platéia. Coitados! Coitadas! Mal sabem as esposas, as filhas, as irmãs, as mães o que seus entes queridos fazem quando a luz apaga, quando eles podem exibir o eu que habita escondido entre seus corpos e desejos mais peculiares e profundos.

Amara é pura, tão pura que torna cristalino suas palavras e a exata ideia do que quer dizer. Gritar.
Quando eu, convidado pela autora em uma dedicatória: A perder-me nas bagunças dessas páginas perigosas, fui questionado se estava preparado.
Apesar de achar que sim, não estava.
Agora, mais que preparado, releio sua obra.
Clássica.
Poesia.
Pura.
Puta.
Deleitar-se nessa obra é necessário.
Terminá-la fundamental.

E você, tá preparad@?

Nadia 13/09/2020

Não conseguia parar de ler
se eu fosse puta (ou 'pura' dependendo da versão do livro e preferência do leitor)" foi um livro que caiu de paraquedas nas minhas recomendações da Amazon e sou grata por ter lido.
Relatos e reflexões de uma travesti prostituída (E doutora, vale lembrar) que me fez pensar em tanta coisa...
Sobre os níveis de carência que enfrentamos, sobre as diversas solidões que existem no mundo e principalmente sobre a hipocrisia de tantos homens que em público pagam de pai de família mas que no sigilo...xiiii...melhor nem pensar.
Muitos relatos difíceis, alguns engraçados e todos impactantes a seu modo.
Tbm me fez pensar muito sobre o mercado do sexo, porém não me ajudou a tirar conclusões (já fui a favor e contra...hj nem me atrevo a achar nada).
Enfim, uma leitura q exige empatia e desprendimento. Recomendo.

Kamylle.Alvaristo 19/06/2020

Relatos
A obra conta, em maioria, os relatos da prostituição da doutora Amara. Com um quê de poesia, muita honestidade e realidade, o livro se torna uma ferramenta para conhecer um pouco da visão pessoal da professora.
Eu adorei a honestidade que ela retrata a rua e os desejos.

Luis Felipe S. Correa 11/03/2021

Sem meias palavras
Relato sem meias palavras, extremamente conciso. Uma oportunidade de conhecer a realidade de travesti e sua relação com a prostituição. Reflexões interessantes sobre a sexualidade e sociedade. O livro deixa uma sensação de que há muito assuntos que poderiam ser aprofundados, mas prefiro pensar que seja economia para um segundo livro.

rdrg 22/07/2021

guanto neles
Foi bom demais ir entrando nas histórias de Amara entrando na prostituição. Perceber como as histórias não levam só a um relato de como tem sido a experiência dela, mas do quanto fechamos os olhos para o comércio do sexo, de forma geral, como minimizarmos os Ts, o L e os Bs dessa "grande comunidade" LGBTQIA+.
Espero muito mais conteúdos por parte da autora que certamente ainda tem muito para falar e certamente estarei aqui para ouvir!

Olívia Giacomin 30/07/2021

experiências detalhadas
cheguei até esse livro de uma maneira muito despretensiosa, ele apareceu como uma sugestão da amazon, estava disponível no catálogo do kindle unlimited e como eu sabia mais ou menos quem era a amara moira, fique curiosa e comecei a leitura.
de início, imaginei que o livro traria pautas mais "acadêmicas" em relação a transexualidade, só que a proposta não é essa, o livro contém relatos de momentos que a amara vivenciou enquanto prostituta, ela descreve com muito detalhes (muitos mesmo) experiências e como isso foi construindo quem ela é. os episódios são narrados sem uma ordem cronológica, no entanto, a gente tem um pouco de como ela entendeu sua transição, como entrou nesse universo da prostituição, pontos negativos e até mesmo alguns pontos positivos, temos no livro relatos extremamente tristes, que nos fazem questionar muito a respeito da sociedade em que vivemos.
acho importante dizer que o livro não traz grandes informações, comentários e discussões sobre transexualidade e prostituição, a proposta não é essa, mas ele não deixa de ser um livro político e importante, ele levanta discussões que envolvem machismo, desigualdade, direitos das mulheres, sexualidade e várias outras coisas.
existe um ponto que me marcou muito no livro, mais de uma vez ela toca nesse assunto, vou até citar alguns trechos para exemplificar: "sou tratada igual [*****] bem antes de me assumir [*****], quase uma tatuagem na testa" e ela também diz "felicidade não foi feita pra nós, amor não é algo a que temos direito" ela fala muito sobre isso, sobre como o afeto é muitas vezes negado a essas pessoas e as consequências disso. me tocou, achei triste.
foi um leitura bem lenta, eu lia um ou dois capítulos por dia, porque os assuntos não são tão variados, gostei do livro e recomendo, acho que é uma excelente opção pra se ter acesso a uma realidade diferente e entender as alegrias e dores do outro.

drygo 05/04/2021

E se eu fosse puta
Empatia. Creio que foi o que aprendi a ter mais ainda com quem é travesti e prostituta, pois a sociedade muitas vezes leva muitos a se submeter a algumas coisas por não serem acolhidas na sociedade, no mercado... Vale muito a pena ler!

Erika436 29/03/2022

Muito bom
Foi muito bom conhecer um pouco da Amara.
Leitura fácil e divertida, sem esconder as dificuldades que teve que lidar.
Muito bom mesmo.

Elizapb 07/12/2021

Um livro necessário, com relatos vívidos sobre as situações que travestis (e putas) são submetidas. Acho mais do que necessário trazer esse assunto pra debate. Recomendo muito!

Kamile 22/06/2021

Importante
É um livro importante, mas as vezes a leitura se torna cansativa, mas ainda assim necessária pra entender ou pelo menos tentar o que se passa com as profissionais do sexo. Trás pautas importantes como o feminismo que não representa todas as mulheres. Ler um livro que foi escrito por minha professora foi uma experiência e tanto, sempre acho que a escrita de uma pessoa é algo muito pessoal ainda mais quando se trata de uma biografia.

Alanni 23/06/2021

Fiquei curiosa pelo título
E descobri que precisava ler essa autobiografia! A linguagem é chula de propósito, e a autora faz questão de deixar claro por que está escrevendo dessa maneira.

A gente ouvir falar sobre um tema que ainda é tabu hoje em dia é uma coisa. Ler de quem vivencia, ainda mais sendo trans, é totalmente diferente e muito mais chocante.

E concordo muito sobre ser uma profissão que deveria ser respeitada. O posfácio é um tapa na cara do cristão conservador bozonarista e também daquele que tem uma visão preconceituosa da profissão.

O livro fala sobre abusos psicólogicos e físicos, além da hipocrisia de cada dia da maioria dos homens.

Foi uma leitura que me surpreendeu e abriu muito meus olhos.