FellipeFFCardoso 13/01/2024
Cheguei a este livro pela indicação de Pedro Bial. Para além da religião, as reflexões deste livro falam diretamente com a angústia humana num momento de muitas distrações de nós para conosco. Tais quais os estudos psicanalíticos fazem em seu recorte acadêmico, o autor busca neste texto, por meio de um teologia católica, a dialética do viver real e da vida esperada, almejada, esperançada, mas negada muitas vezes diante de urgências mundanas. É bonito ler as investigações que ele faz sobre desejo, sobre a vontade do divino, sobre a compaixão, a misericórdia, a pacificação de nosso fracasso constante pois, falíveis que somos, jamais atingiremos o que os sistemas sociopolíticos nos ensinam a crer que conseguiríamos por mérito. Diante de nossa pequeneza, buscar a Deus, seja Ele em que forma for, independente do culto, é também aceitar o vazio que temos dentro, reconhecer nossa sede e expandi-la, cavá-la com o propósito de validá-la, já que para viver, além da curiosidade e do espanto diante da vida, é preciso a humildade de nos sabermos carentes de fé e, portanto, recolhidos à nossa - como o capitalismo tanto nos faz senti-la como uma ineficiência produtiva e descartável - insignificância, pois nela arde o divino em nós. Lindo livro.