spoiler visualizarHermomt 27/11/2018
Pontos a destacar.
O autor não é massante em sua narrativa porque intercala a cronologia com a contextualização do pensamento, tecnologias e costumes da época em que acontecem os fatos. Esta técnica é usada ao longo de toda a explanação.
Trás um panorama de como eram as terras brasileiras na segunda década após o descobrimento (p. 96...) e como a tripulação, essencialmente masculina, se envolveram com as brasileiras de então (p. 102). Passados 500 anos os europeus aportam por aqui com as mesmas expectativas.
Laurence descreve a Patagônia em seus primórdios, a fauna, um pouco do relevo e o encontro com os patagões (p. 162). Passaram o inverno em Porto San Julian, se alimentando de lobos marinhos. No ano seguinte passaram o estreito e navegaram por mais de três meses no pacifico sem avistar nada (p. 222). Sofreram com escorbuto. Nas Filipinas se dedicaram mais à evangelização do que ao objetivo principal da viagem (p. 270). A ideia de punir pagãos que não se converteram custou a própria vida do expedicionário em uma batalha tosca (p. 282).
Henrique, o escravo e interprete, incita os nativos a fazerem uma emboscada para outra parte dos castelhanos de maneira que os que escapam de Mactan queimam o Concepción e ficam com apenas dois navios. Seguem pelas Filipinas até Brunei. Do outro lado do mundo o San Antonio, navio amotinado, chega de volta a Seville. Após interrogatório os amotinados são livres e Magalhães é tido como traidor porque torturou castelhanos em San Julian.
Em Brunei encontraram uma civilização (árabe) tão avançada quanto a deles (p. 326).
Em 8 novembro de 1521 chegam na ilha de Tidore, enfim, nas Molucas (p. 341).
Negociaram e carregaram os dois navios até metade de dezembro com cravo. Ao partir, o navio Trinidad apresenta um vazamento e ninguém consegue descobrir o local. Assim parte da tripulação inicia o retorno para a Espanha em 21 de dezembro e outra parte fica em Tidore para reparar o navio (p. 366).
O retorno pelo oeste foi por mar aberto para evitar encontro com portugueses.
Os reparos em Trinidad forma concluso em três meses. No dia 6 de abril iniciaram o retorno pelo mesmo local por onde vieram, para o leste. Desviaram o rumo para o norte, pegaram tempestades e novamente escorbuto. Retornaram para Molucas (p. 379).
De volta a Tidore encontram os portugueses. Doentes e famintos, não ofereceram resistência. Antonio de Brito tira deles os equipamentos, as velas, as cordas e os registros de bordo e inclusive os registros pessoais de Magalhães visto que este era o flagship. O navio se despedaça na tempestade seguinte. Alguns foram decapitados e outros obrigados a trabalhos forçados (p. 382).
Distante das Molucas, o Victoria tentava contornar o Cabo da Boa Esperança. Foram semanas lutando contra os elementos. Em 22 de maio de 1522 conseguiram passar em descansaram em Saldanha Bay, encontrando por ali navios portugueses. Em 8 de junho passaram o equador. Navegando sem abastecer, mais 21 morrem de escorbuto. (p. 385)
Em Cabo Verde fazem uma escala para abastecer e parte da tripulação é presa por portugueses. 22 sobram e partem imediatamente para Espanha. Era o dia 15 de julho de 1522.
Em 10 de setembro chegam a Sevilha com apenas um navio e 18 tripulantes. O quantidade de cravo, de primeira qualidade foi o suficiente para dar lucro aos investidores (Cristóbal de Haro) (p. 391).
Elcano é honrado mas conta uma história um pouco diferente de como aconteceu. Pigafetta tem a liberdade de viajar e contar a sua história. Organiza seu relato e escreve um livro ilustrado. O mais antigo preservado está na Universidade de Yale (p. 406).
A dificuldade em calcular longitudes continuou desafiando os cosmólogos e um nova conferência entre Esp. e Port. terminou sem resultados precisos e os dois países proclamaram a posse das Spices Islandes (p. 410).
Em 1525 uma nova armada foi despachada para as Molucas. Elcano recebeu o cargo de vice comandante. Mas a falta de Magalhães fez com que esta expedição tivesse um resultado pior que a anterior. Tanto o capitão quanto Elcano morrem de Escorbuto. Dos 5 navios apenas um chega ao objetivo e desta vez apenas 8 retornam para a Espanha. As sucessivas tentativas frustradas trouxeram a lembrança a tenacidade de Magalhães. Ficou difícil de conseguir financiamento. Tentou a diplomacia e o Vaticano para reivindicar as Molucas. Sem dinheiro "entregou" para Portugal em 1529 o controle daquele posto de comércio.
Em 1580 Francis Drake repete o feito de Magalhães.
O navio Victoria foi restaurado e vendido à mercantes das Antilhas. Sumiu em 1570 sucumbido por uma tempestade (p. 413). Até hoje Magalhães continua controverso.