Eliete

Eliete Dulce Maria Cardoso




Resenhas - Eliete


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Fabi 17/04/2024

Eliete e sua vidinha normal, como muitas de nós, pós 40 faz uma reviravolta interna - e não, ela não é dissimilada!
Traz para reflexão traumas de criação, a mãe que julga e afasta, o ciúme da filha, a falsidade e fuxico das redes sociais.
Embora o idioma seja o de Portugal, a gente se acostuma fácil e é até charmoso.
Recomendo muito a leitura.
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joolivis 11/01/2024

É um livro ok.

A narrativa trabalha o tédio na vida de uma mulher (esposa, filha, neta e mãe) que não encontra encaixe em nada e se sente abandonada e dispersa em tudo.

Achei a maior parte do livro esquecível e um pouco maçante, mas é sensação é quebrada com a chegada da ideia de rompimento com o tédio, na transgressão da vida normal (a máquina da traição), fazendo com que as partes que existem trabalhando isso se tornam mais dinâmicas, ganhando minha atenção e curiosidade genuína.

Contudo, não fui fisgado! Minha curiosidade foi pontual e acabo não me importando em querer mais dessa vida normal. No final, acho que existe uma continuação, mas não irei buscar para ler.
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Ana 04/01/2024

Eliete tinha, realmente, uma vida normal. E essa normalidade, essa espécie de infelicidade mediana, essa felicidadezinha, levou-a a experimentar viver, sem culpa alguma. Um livro bonito, triste também, com mulheres protagonistas de suas vidas coadjuvantes. Eliete tinha saudade de ser jovem no verão e eu, mesmo que não admita, sinto saudades de ser criança ou adolescente nas férias de verão onde o nada que podia acontecer era capaz de transformar-se num feito fantástico. Recomendo a leitura demais.
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Marina 25/11/2023

O livro descreve a vida extremamente normal de Elite: casada, com duas filhas no início da vida adulta, a avó começa a apresentar sinais de demência, entediada com a sua rotina. É dolorido ver como ela se sente desprezada e insignificante dentro do núcleo familiar, não é respeitada pelas filhas nem pelo marido. No trabalho também não conseguiu grandes conquistas, a relação com a mãe e a avó não é boa. Também não é que a vida seja ruim, ela só é mediana, morna, normal. Incomodada com isso, Eliete começa a buscar formas de ser vista, de se sentir desejada e importante, mas ao mesmo tempo, ela sofre para abrir mão do seu status social de mulher de família, é muito penoso abandonar a representação de mãe e esposa feliz.

Gostei bastante do livro, mas achei o final muito abrupto e com um gancho que não conversa com toda a história que foi contada até então, e isso me deixou um pouco frustrada. Descobri depois que a ideia é ter mais dois livros sobre a Elite, formando uma trilogia, então preciso aguardar para ver como a autora vai seguir com a história.
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Victoria.Olzany 11/09/2023

O romance se desenvolve a partir da "vida normal" de Eliete, uma mulher de meia idade, corretora de imóveis, esposa, mãe de duas filhas já crescidas, e da relação dela com sua família. Seu pai morreu quando ela tinha apenas cinco anos, as memórias dele já se perderam no tempo, e Eliete teve no retrato dele, pendurado na parede da casa de sua mãe, a figura paterna (que ia imaginando). Com sua mãe, tem uma relação difícil, muito pela amargura e frustração dela. Sua avó acaba de ter um surto, precisa ser hospitalizada, e, depois, internada em um lar para idosos (culpa). Sua melhor amiga, Milena, desperta nela um misto de inveja e admiração, fruto da comparação que Eliete constantemente faz entre si mesma e outras mulheres. Jorge, seu marido há mais de vinte anos, já não se interessa por ela, nem pelo casamento. Com relação às filhas, Eliete identifica que nunca teve jeito para a Maternidade (culpa de novo). E, mais importante, sua relação consigo mesma é marcada por uma baixa estima comum a muitas mulheres; não se sente bonita, não tem atrativos, nem talentos, não se destaca no trabalho, não tem sonhos.
Até que um dia, Eliete baixa o Tinder e cria um perfil fake.
É uma obra muito rica, que aborda com muita sinceridade uma variedade de temas: redes sociais, solidão, família, auto-estima.
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arlete.augusto.1 12/05/2023

Intenso
Um livro honesto sobre a autodescoberta de uma mulher ao enfrentar a doença de sua avó. A partir dos cuidados que tem que ter com o Alzheimer da avó ela passa a refletir sobre a sua vida, desde a infância, seus erros e acertos, sua insatisfação com a mesmice. É uma jornada de intensa reflexão e autoconhecimento. Honesto, duro, intenso.
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Lusia.Nicolino 06/05/2023

Quem se arrisca a definir "normal"?
De perto ninguém é normal é uma expressão mais do que conhecida. Mas, defina normal!
Eu adoro a escrita de Dulce Cardoso que, sem exagero, transforma histórias ordinárias - no sentido de comum - em extraordinárias. Sua narrativa dá protagonismo a gente comum, sem grandes feitos, sem sonhos mirabolantes. Nesse livro, como o título diz, ela conta com maestria a história de Eliete que "tanto quanto se sabe não tem dívidas ao banco, ambições nenhumas, invejas algumas, e pouca força de vontade para ser mais do que aquilo que tem sido sempre: mediana." O fio condutor nos revela três gerações, Eliete, sua mãe e sua avó que enfrenta os primeiros estágios da demência senil. Como interage com as filhas, com a melhor amiga? E o marido? Traído ou traidor? Surpreendentemente entediada, cansada, transbordando de rotina, resolve arriscar experiências novas e começa pelo mais atual dos caminhos, o Tinder. Aonde será que tudo isso a levará? Seu longo casamento continuará sendo "a sua vantagem" em relação à sua amiga bem-sucedida Descubra até que ponto Eliete é normal!

Quote: "Nesse tempo, nessa casa, houve alturas em que o tempo parou, parou mesmo, alturas em que fui imortal, eu cheguei a ser imortal. Ser feliz de forma plena era a maneira de experimentar a imortalidade. Mas sendo a felicidade provisória, era mortal, a imortalidade."

site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le
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GiuLaganá 25/03/2023

Eliete bem normal
O livro é cheio de reflexões acerca da vida de uma mulher normal e reflete sobre a mediocridade da vida e das relações familiares.
O tinder tem (ou deveria ter) menos importância nas resenhas que falam sobre o livro. É só uma passagem, mas o que a leva ao aplicativo é bem atual.
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Anna2486 06/01/2023

Gosto de quero mais
Primeiro livro de uma prometida trilogia. A personagem principal é muito bem construída. A temática das gerações de mulheres da família se sucedendo e lidando umas com as outras é bacana. Pra qm é do Br tb tem o pitoresco de saborear o português lusitano contemporâneo.
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Gustavo Simas 16/10/2022

O tédio da vida comum que sempre sonhou
Eliete, uma mulher de 42 anos portuguesa, sempre sonhou em ter uma vida normal: casada, com filhos, passeios no Algarve em alguns fins de semana. E, (in)felizmente, teve seu sonho realizado.

Só que o sonho realizado se revelou uma chatice.

Dulce Maria Cardoso tem uma intrigante precisão na construção da narrativa que, em muitos momentos, é quase um fluxo de consciência. Mesmo que possa incomodar um bocado, por não permitir aos leitores tomarem espaço de fabulação própria além do que a autora impõe no texto, é admirável como ela conduz o fio narrativo com fôlego.

Eliete: A Vida Normal pode ser um Madame Bovary da Era Digital. A obra é temperada de humor ("enquanto Jorge ia à caça de pokémons eu ia à caça de homens"), com atmosfera poética sem levitar muito acima do chão. Discute a promessa de felicidade e como podemos nos tornar reféns de nossos sonhos realizados.

Eliete é uma moderna madresposa (termo da antropóloga feminista Marcela Lagarde): uma figura ontológica moldada pelo patriarcado para servir como sustentáculo da estrutura familiar, mesmo à custa da felicidade. E curioso como a tentativa de deixar sua vida mais interessante e menos "normal" (com o adultério e desejos expressos nas experiências extraconjugais) acaba a levando para uma nova camada de vida normal. Talvez, hoje em dia, o extraordinário seja ter um casamento saudável, uma família feliz como em comercial de margarina, enquanto o ato de exercer adultério já é a norma.

Há potencial para pesquisa e discussões sobre relações monogâmicas, o narcisismo digital e a idealização do eu, o marketplace de pessoas gamificado que são os aplicativos de relacionamento, o consumo da utopia romântica no metaverso, nos mundos virtuais como espaços de exercício das nossas fantasias, entre outros pontos. Uma pesquisa interessante é a de Katarzyna Moszczynska-Dürst, da Universidad de Varsovia, que está disponível no link:

https://ejournals.library.vanderbilt.edu/index.php/lusohispanic/article/view/5048/2861

Nessa pesquisa há a identificação de que o livro pode estar sustentado por três esferas:

- Esfera existencial, com discussões sobre a vida, o tempo, Deus e o mundo

- Esfera tecnológica, as formas de confecção de um "eu fictício" virtual, de descobertas de novas interações e comunicação com o social afastamento do perto e aproximação do distante nas redes sociais e aplicativos de relacionamento

- Esfera da corporeidade, de como os afetos se dão pelo toque físico na recorrência de palavras como "corpo", "cabeça", "mãos", "pernas"

E essas 3 esferas são permeadas pela atmosfera da "vida normal". Numa contagem de palavras foi identificado que a palavra "avó" é a que mais aparece, com 472 ocorrências, seguida de "mamã" (315), "casa" ou "casas" (260), "homem(ns)" (148) e assim por diante.

Uma construção bonita e (creio ser) consciente da autora, que deixa polida a obra. Embora o fim seja um hiato comercial claro com gancho para continuação, dessa que é a primeira parte de uma trilogia.
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Ladyce 29/09/2022

"O retorno", livro que li em 2012, de Dulce Maria Cardoso, me seduziu com sua linguagem, e suavidade ao tratar nuances nos sentimentos íntimos. A autora me encantou pela escrita poética e fluida. Passaram-se dez anos e voltei minha atenção para "Eliete: a vida normal" que acabou de ser lançado no Brasil. Foi bom ver, que pelo menos no primeiro terço do livro, o charme da escrita de Dulce Maria Cardoso permaneceu intacto ainda que o assunto tratado não se prestasse ao tom onírico de "O retorno". De fato, foi o humor que se imiscuiu na narrativa que me surpreendeu, assim como o tratar de episódios corriqueiros e não tão introspectivos que eu havia atribuído à sua voz narrativa.

"Eliete: a vida normal" é completamente diferente do livro que li anteriormente. Partimos da vida frustrada de uma dona de casa, classe média portuguesa, vivendo em Cascais, que depois de formar uma família, com duas filhas, encontra-se naquela fase tão comum das pessoas de meia-idade: cuidar dos filhos, do consorte e dos pais, que envelhecem. Vende imóveis como profissão porque não conseguia saber a que mais poderia se dedicar. Tudo contribui para o caos generalizado, quando projetos de vida, planeamento e desejos até mesmo banais são descartados pelo bem comum. Neste ambiente, Eliete se sente só. Rendeu-se ao desmazelo, não atrai mais o desejo do marido. Isso é agravado pelo fato de não ter se sentido atraente ou sedutora, na juventude, detalhe ainda mais pesaroso, já que sua irmã conseguiu superar os entraves da época e desfruta agora de vida interessante aos olhos de Eliete.

O que diferencia a história dessa personagem é o meio por que decide resolver seu problema. A época é a atual. Eliete é viúva do celular. Todos à sua volta estão mais interessados na telinha dos jogos ou das redes sociais, deixando-a unicamente só apesar de fisicamente próxima. Sente-se desnecessária, negligenciada. A vida é enjoada e exaustiva. A bela natureza de Cascais a aborrece. "Deus era um compositor minimal repetitivo naquele lugar, mar e vento, vento e mar, até o chilreio dos pássaros soava sempre ao mesmo." Irônica, Eliete reflete: "Aprendi assim, de uma só vez, que as pessoas podiam morrer como os bichos e que a utilidade das suas mortes era o sofrimento que causavam aos outros." Mas o que mais a aflige é o passar do tempo, a vida em branco, a meia idade, como quando corta os longos cabelos, por já não ser tão jovem: "Parecia haver quase um sadismo na satisfação com que o cabeleireiro me cortava o resto da juventude que eu tanto quisera preservar e que, ao contrário do cabelo, não voltaria a crescer." É fabulosa a narrativa conduzida por Eliete, para justificar suas decisões, ações intempestivas.

Dulce Maria Cardoso continua a encantar com sua prosa. Deixou de lado a magia nostálgica de O retorno; enveredou pelo cáustico comentário da realidade contemporânea. Eliete é vítima desta realidade, mas acha, um meio de se refazer. "O passado foi feito por outros, mas o presente é feito por nós" justifica-se.

Marquei exatas cinquenta e sete frases ou passagens neste livro, de acordo com Goodreads. Muitas foram pelo delicioso descobrir de expressões portuguesas: 'biquinhos dos pés', para na ponta dos pés; 'o roçagar das sedas'; mas boa parte por excelentes descrições da alma feminina. Apesar disso, o livro se prolonga onde é desnecessário. Se dividíssemos a obra em três, o primeiro terço é fantástico, o último é bom, mas o meio se prolonga, torna-se repetitivo. O ritmo se esvai, leva junto o entusiasmo pela leitura. No momento em que a história parece pachorrenta, é mais fácil deixar a leitura de lado por alguns dias. Por isso, e só por isso "Eliete: a vida normal", não recebe o máximo de cinco estrelas. São quatro as que dou, com gostinho de três e meio.

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ElisaCazorla 09/08/2022

E agora, Eliete?
Encontramos aqui a poderosa narrativa de Dulce Maria Cardoso que me fez apaixonar em Meus Sentimento, O Retorno e Campo de Sangue. Encontro aqui algumas semelhanças com Meus Sentimento, principalmente do que diz respeito à vida sexual da protagonista. Também há algumas conversas com a obra O Retorno mas, para mim, menos gritante. Talvez porque a revolução em Portugal seja um evento muito mais pungente para os portugueses.
Enfim...devo dizer que o livro é a primeira parte de uma história inacabada e que se encerra no meio de uma cena abruptamente. Isso foi proposital? Haverá uma continuação? Temos que imaginar o fim? Não sei que fim dar aos personagens...triste não-fim de Eliete.
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Renata.Mieko 08/07/2022

Achei uma leitura chata.
Quase não consegui chegar a primeira metade do livro, a história não conseguia me prender.
Na segunda metade, fica um pouco mais interessante, mas não empolga.
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Inês Montenegro 08/09/2019

"Eliete: A Vida Normal é um romance cujo título se encaixa em perfeição no conteúdo. A narrativa em primeira pessoa de Eliete assemelha-se ao acompanhar do pensamento, da consciência, através do qual o leitor vai conhecendo Eliete e o grupo familiar e social que mais relevo lhe têm, numa caracterização indirecta das personagens que se encontra muito bem conseguida. Apesar de o enredo seguir uma linha temporal contínua, cada capítulo não deixa de se centrar em determinada personagem ou evento, que acarretam ramificações emocionais, e a necessidade de expandir a teia temporal, por vezes recuando e jogando com o tempo da história: ao fazê-lo, a autora não apenas transmite ao leitor conhecimento necessário sobre as personagens, os seus sentimentos e motivações, como também gera substância ao enredo, que de outro modo correria o risco de se tornar oco. (...)"

Resenha completa em:

site: booktalesblog.wordpress.com/2019/09/08/eliete-a-vida-normal-dulce-maria-cardoso/
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