Resenhas - O que Aprendi com Hamlet

Andressa 14/07/2020

"O seu Hamlet nunca será o meu..."
É uma obra extremamente bem escrita, com análises bem feitas sobre a obra por completo e sobre Hamlet, herói com traços de vilania.
Mesmo para quem ainda não leu Hamlet, ler esse livro não será um problema já que Leandro realiza diversos resumos da história antes de analisá-lo.
São reflexões puramente necessárias, sempre odeiei a personagem de Hamlet, por seu egoísmo, hipocrisia e covardia, mas a partir de outro ponto de vista, compreendo que ele é apenas humano, apresentando características reais de um ser humano.
Foi uma leitura incrível!!!

Ps: não liguem para minhas resenhas ruins, só quero as medalhinhas do Skoob kkkkk

Ana Sá 19/04/2022

Ler ou não ler... eis a questão?
Certa vez, eu li um livro muito curioso sobre a questão da (não) leitura dos clássicos, mas que acabei nem resenhando porque o acesso a essa obra aqui no Brasil está um pouco limitado (ainda deve haver alguns exemplares na Estante Virtual). Trata-se do "Como falar dos livros que não lemos?", do professor universitário Pierre Bayard, um texto leve que flerta mais com o ensaio e a divulgação cultural-científica do que com teorias densas sobre recepção literária.

Ao contrário do que o título sugere, Bayard não ensina booktubers a enganarem seus leitores. Não se tem propriamente um manual sobre "como falar de livros que não lemos", mas sim a defesa de que a "não leitura" tem também o seu valor. Eu diria que a tese do autor é a de que existe algo entre o "ler" e o "não ler", pois a mídia, a escola, o nosso círculo de amizades, as resenhas, a teledramaturgia, a arte em geral etc. acabam com frequência nos aproximando de algum aspecto ou personagem dos clássicos, o que nos tira da completa ignorância sobre eles. E por isso a conversa também sobre livros que não lemos deveria ser encarada com mais naturalidade, sem constrangimentos, como o próprio Bayard, acadêmico de uma renomada universidade francesa, faz ao longo de seu texto: sem vergonha alguma, ele vai puxando uma nota de rodapé classificativa para cada clássico que ele cita, algo do tipo "livro apenas folheado, mas sobre o qual tenho uma opinião muito negativa", "livro de que ouvi falar, mas do qual tenho uma opinião positiva", "livro desconhecido"...

Pois bem. Recuperei a teoria "da não leitura" de Bayard por duas razões:

Primeiramente, "O que aprendi com Hamlet", de Leandro Karnal, serve muito bem a quem não pretendo ler este clássico de Shakespeare, mas que ainda gostaria de conhecer um pouco mais da obra. Obedecendo a uma combinação de resumo, contextualização e opinião, Karnal oferece uma oportunidade àqueles que procuram por um lugar confortável entre o "ler" e o "não ler" Shakespeare.

Por outro lado, este livro pode ser uma boa companhia para quem, como eu, não quer desbravar sozinha a tragédia. Alternei a leitura de cada ato com o capítulo correspondente do livro do Karnal e me senti muito bem acompanhada. Além de fazer sempre um breve resumo de cada ato, o que nos ajuda a fixar a leitura, Karnal se atenta a pontos muito interessantes, como o papel e o valor social das mulheres e da religião no contexto do autor e da obra; questões de tradução; os significados atribuídos, à época, a aparições/fantasmas e até mesmo a objetos que são mencionados a título de metáfora durante a peça, como é o caso da "esponja", que é citada mais de uma vez em sentido figurado; o conflito entre determinismo religioso e crença religiosa no indivíduo; os significativos da presença pontual de personagens que representam a classe trabalhadora...

Não se trata de um livro de argumentos e referências originais, mas de um bom organizador de ideias. Inclusive, é válido mencionar que "O que aprendi com Hamlet" reúne muito do que o historiador vive dizendo em suas aparições públicas (palestras, youtube etc.), então algumas partes podem soar repetitivas para quem, como eu, já teve contato com esse seu lado "fã de Hamlet". O mérito do livro talvez seja o de dar coesão a argumentos que passeavam, até então, de forma dispersa pela mídia. O resultado, a meu ver, foi bom!

A única coisa de que senti falta foi de um pouco mais de reflexões subjetivas do autor. Eu queria um pouco mais de "o que eu aprendi" e um pouco menos de "o que a obra nos ensina", sabe? O livro está longe de ocupar a estante acadêmica, mas eu acho que poderia ter sido ainda mais pessoal, para fazer mais jus ao título.

E, agora, quase a fechar, justifico mais uma vez a razão de ter introduzido esta resenha com as ideias de Bayard. Com a dupla Hamlet-Karnal, eu, de fato, me dei conta de que apesar de nunca ter lido Hamlet, eu havia lido afinal qualquer coisa de Hamlet! Foi uma primeira leitura com sabor de releitura, um sentimento que só um bom clássico pode nos causar. "Ser ou não ser, eis a questão"... A cena da morte de Ofélia... "Eu poderia viver recluso numa casca de noz"... Quantas são as frases ou imagens de Hamlet que já não haviam cruzado o meu caminho? Portanto, se antes eu já me aproximava do "ler", pois a minha impressão inicial da tragédia (ao encontro das categorias de Bayard) era a de "não li, já ouvi falar e tenho uma opinião positiva", agora eu tenho a certeza de que a minha experiência de "não leitura" de Hamlet era dotada de algum fundamento. Bayard afirmou e eu senti na pele que, afinal, há mais possibilidades de (não) leitura no céu e na terra do que pode sonhar a nossa filosofia!

Por fim, compartilho um conflito ético (bobo) pelo qual passei antes de iniciar a leitura: Leandro Karnal é historiador, e não crítico literário, e me peguei pensando por que eu optaria pelo seu livro em detrimento de fazer uma escolha a partir da densa produção já existente no campo dos Estudos Literários. E a honestidade intelectual do autor me ajudou nisso: o próprio Karnal admite e explica esse ponto na introdução, reconhecendo que quase tudo sobre Hamlet já foi dito por seus estudiosos, e que portanto "O que aprendi com Hamlet" corresponde à experiência de um leitor cuja biografia é atravessada por tal peça, e não a uma obra para eruditos ou especialistas. Ele também tem sempre o cuidado e o rigor necessários de referenciar um ou outro estudo sobre Hamlet, a começar pelo destaque às trocas que ele fez com a tradutora Valderez Carneiro da Silva, que, mesmo não sendo especialista na obra, é uma profissional da área de Letras, especialista em língua inglesa. Ou seja: longe, como eu disse, de abraçar o academicismo, eu diria que "O que aprendi com Hamlet" é um convite a uma leitura a dois, para quem procura a companhia de um leitor que, além de maduro, é um entusiasta fervoroso deste título de Shakespeare. Para mim, foi uma acertada escolha para garantir uma experiência mais prazerosa e enriquecedora.

Obs.: sobre Hamlet em si, eu li a tradução do Millôr Fernandes e a recomendo fortemente a quem, como eu, procura uma tradução leve e fluida.

Alberto 24/11/2021

Hamlet aprofundado
No livro, Karnal comenta cada um dos cinco atos da peça. É ótimo pois ele apresenta um viés histórico da Inglaterra de Shakespeare, mas também da Dinamarca de Hamlet. Ele também comenta diversas passagens mais reflexivas, inclusive o "ser ou não ser" de forma primorosa.

A linguagem adotada lembra muito o jeito que ele fala, quase como se tivesse transcrito um discurso dele para o papel, o que deixa bem agradável a leitura para quem já estava acostumado aos vídeos do autor.

Haryadne.Moreto 28/06/2020

Nunca li Hamlet e mesmo assim não foi difícil acompanhar, pq Karnal vem contando resumos da peça e fazendo sua análise. Acho que é um livro para ler mais de uma vez. Uma reflexão forte sobre como vivemos, o que queremos, o que no fundo somos. Adorei essa trecho: ?Como nos movemos entre dor e júbilo registra a resposta do nosso próprio ??ser ou não ser??.

Fernanda 17/05/2022

O que Aprendi com Hamlet - William Shakespeare
Resenha disponível no blog:

O que Aprendi com Hamlet - William Shakespeare

https://modoliterario.blogspot.com/2022/05/resenha-o-que-aprendi-com-hamlet.html

site: https://modoliterario.blogspot.com/2022/05/resenha-o-que-aprendi-com-hamlet.html

Queila.Assis 30/03/2023

Amor X ódio
Leia primeiro Hamlet de Shakespeare antes de O que aprendi com Hamlet. Fica mais fácil dialogar com o autor. Uma visão mais contemporânea trazendo o contexto hamletiano para os dias atuais, acredito que várias séries que já vi tinha Hamlet como base exemplo GOT.

cinthia_moura 27/04/2020

Neste livro, Leandro Karnal nos mostra como uma obra escrita a mais de 400 anos trás questões tão atuais sobre amizade, amor e política, como se tudo não passasse de jogos de poder.

Elizabeth 02/05/2022

Clássico
O professor karnal me fez ver que estamos fadados a cometermos os mesmo erros do passado se estudarmos.

Maria3427 11/05/2020

Uma dissecação da obra clássica
"O que aprendi com Hamlet" é um texto analítico com muitas doses de subjetividade do Karnal, o que é maravilhoso pois sinto que só é possível compreender um pouco a obra com as explicações históricas e filosóficas que dão um contexto completo da época.
O interessante nesse livro é perceber a pluralidade de significações em um único livro, esta é, inclusive, uma das características necessárias de qualquer clássico. Cada leitura e cada leitor é único, por isso as interpretações são várias e possíveis. Voltei a me apaixonar por Ofélia, ficar apreensiva pela vingança de Hamlet, odiar Cláudio e ter compaixão por Gertrudes.
Indico para todos que já leram Hamlet e querem se apronfudar no texto, mas serve também para os que não leram, Karnal faz um excelente trabalho resumindo a obra.

Ingrid 19/01/2021

Primeiro livro que leio do Leandro Karnal e é incrível como a escrita dele é fluída, como você viaja pelo texto. Eu pude refletir bastante enquanto lia e, como já tinha lido hamlet antes, pude, através do livro, perceber coisas que não havia antes.

Maria 02/03/2022

te amo carequinha que fala sobre hamlet, te amo
"somos feitos da mesma matéria dos sonhos que podem caber numa casca de noz. sempre somos nós na noz. a luz de Shakespeare apenas foca nos pontos que desejaríamos esconder. "

pretendo fazer releitura desse livro muito em breve junto a obra de hamlet pra conseguir me aprofundar mais, fui as cegas no livro porque sou fã do trabalho que o professor faz, e volta meia gosto de ler as coisas dele pra me fazer autos questionamentos sensatos.

Liv 23/01/2024

E o resto é silêncio.
Leandro Karnal faz uma excelente análise de uma das obras mais famosas (como deveria ser) da história.
O autor faz um verdadeiro tuor pela obra Shakesperiana, apresentando minuciosos comentários acerca de cada personagem e seu impacto prático na trama.
Karnal faz apontamentos muito interessantes sobre como Shakespeare constrói certos conceitos sob a ótica do príncipe. Nesse sentido, aborda temáticas como a morte, através do luto poético que o príncipe guarda pelo pai ou por sua indiferença para com a morte de personagens que, por sua vez, foram causadas por ele mesmo. Aborda a temática do feminino, explorada (ou melhor, não explorada) e a visão da sua fragilidade constantemente apontada na peça, seja através da falta de pulso da rainha, mãe de Hamlet, ou ainda da jovem Ofélia, que teve sua existência resumida à submissão familiar.
Ao analisar a figura de Horácio, faz excelentes apontamentos acerca da amizade, do valor de um bom amigo e como essas relações se desdobram na nossa vida. Essa, talvez, seja minha parte favorita do livro.
De modo geral, é uma leitura riquíssima em elementos incorporados no texto Shakesperiano pelo Karnal que, ao revisitar a obra clássica, faz diversos links históricos e à nossa estrutura social contemporânea.
Uma leitura fundamental para quem quer se aprofundar na análise Shakesperiana, ou, simplesmente, para quem gosta de um bom livro, cheio de "fun facts" pouco convencionais sobre clássicos.

Mariana113 26/04/2022

Uma coletânea de lições
Uma oportunidade de ter contato com um clássico de Shakespeare através do olhar reflexivo de Karnal sobre os acontecimentos da peça e uma análise completa do personagem principal. Hamlet, cheio de conclusões e ideias sobre os acontecimentos sendo observado detalhadamente pelo autor, levando o leitor a refletir junto. Eu simplesmente amei a experiência.

Antony.Trindade 30/06/2022

É melhor ser louco do que normal
O mundo é um teatro quando postamos fotos nas redes sociais ?ostentando? aquilo que não temos, mostrando para os outros que somos felizes, que temos o casamento perfeito, uma vida perfeita. Todos somos personagens e não conseguimos mais enxergar o que a de belo na vida.
Chegar a um consenso para alguma pauta nesse mundo virtual parece algo impossível, já que somos ?julgadores? sem formação alguma.
Abordei questões sobre o mundo digital, mas o livro é muito mais do que sobre o mundo digital. É sobre a vida real, sobre convivência.

Richard O. Silva 11/11/2021

Herói ou Covarde ?
O Autor analisa cada ato da peça, destacando e explicando o seu entendimento sobre as frases mais famosas da peça, as personagens, as ações do ato, relacionado com o contexto historico da época, nos revela a riqueza da escrita de Shakespeare que passamos a perceber com outros olhos o legado de sua obra, leitura importante que abre vários questionamentos.