spoiler visualizarBell_016 13/12/2018
Por que ler?
Depois de se encontrarem no balcão do bar Cordano, no centro de Lima, em abril de 1960, Allen Ginsberg dedicou um poema a Martín Adán. Em “Para um velho poeta no Peru”, escreveu: “Enquanto minha sombra visitava Lima/ e seu fantasma estava morrendo em Lima”. Desde 1928, quando publicou “La casa de cartón”, com apenas 28 anos, o fantasma de Adán morre e nasce todos os dias nos malecones da capital peruana. Junto com o argentino Macedonio Fernández, é o mais destemido dos modernistas latino-americanos. “La casa de cartón” é e não é um romance, parece mais um poema em prosa. Sem trama nem desenlace, formado por 39 fragmentos que se relacionam de forma surpreendente, o livro narra as aventuras de um jovem de 15 anos durante suas férias escolares. Destaque para o trecho em que o narrador faz uma lista com as descrições de seus cinco primeiros amores, que começa com “meu primeiro amor tinha 12 anos e as unhas negras” e termina com uma garota “que cheirava a cachorro molhado, roupa íntima e pão quente”, “uma garota suja com quem pequei quase na noite, quase no mar”.
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FFLCH 868.991 A176c 1986