Bea Romanello 23/02/2021
Ler Aline Valek é sempre uma aventura dentro de si e para fora do mundo
Na verdade, foram manhãs de sábado, domingo, segunda e terça, porque eu posso ler com calma, mesmo que seja um livro tão curtinho e aconchegante.
Esse livro é um compilado dos textos que Aline Valek mandou na newsletter *Bobagens Imperdíveis.* Passa por diversos assuntos e mundos, desde literatura, séries e músicas.
Fala sobre porque personagens desprezíveis são os melhores, sobre como a internet não nos deixa ficar sozinhos em paz, nossos input e ouput para o mundo, sobre nós mesmos e os outros.
Nos faz parar para pensar no que estamos investindo tempo — porque não vai dar tempo. O tempo passa e vemos ele passar, só não queremos lidar com ele. E tudo bem ele passar, porque mesmo que a vida chegue até a velhice, nunca seremos uma pessoa feita e bem-sucedida — sempre vai faltar algo.
E também, a vida não tem nada de doce, é melhor assim. Não vai dar tempo e a vida não é doce. Verdades duras de se ler no café da manhã? Bom, eu prefiro isso do que ler o jornal, né?
Também foi uma série de tapas na cara, porque vivemos querendo a ficção, a volta por cima, que tudo termine bem, mas a vida não é assim e eu entendi que é isso que tem pra hoje. Não é nem que quero viver a vida como ela é, é só que é melhor aceitar do que criar uma realidade que não existe e que tenho que ficar me esforçando para acreditar nela.
"Não há como eu me relacionar com uma pessoa só dentro da minha cabeça. Essa relação só acontece do lado de fora, quando converso, ouço e tento entender as questões de uma pessoa real, ali na minha frente, e não uma abstração de pessoa, um arquétipo, um rótulo, um conceito de pessoa que não se pode tocar."