Vânia 31/03/2019
Os Murrays #1
Briga entre clãs. Muito comum na época medieval.
Se eles já brigavam por causa de terras, imagine quando o assunto envolvia traição de cônjuge...
O antigo chefe do clã dos Murrays era um homem que se apaixonava fácil. E, por isso, ele acabou se apaixonando pela esposa de Beaton de Dubhlinn.
Os dois brincaram de "coelho na toca" e o resultado foi o nascimento de uma criança, largada pelo marido traído numa encosta, assim que nasceu, para morrer.
Mas a criança, um menino, foi salva pelos filhos de Murray e cresceu entre eles.
Eric, agora, tinha 13 anos, e quando saiu para caçar com alguns homens do clã, foi raptado pelo homem que o havia abandonado para morrer.
Óbvio que os Murrays iam querer seu irmãozinho de volta. E foram à guerra.
Mas subestimaram o inimigo e voltaram para casa com o rabo entre as pernas.
E pior. Nigel, irmão de Balfour, o atual chefe do clã Murray, voltou ferido à flechada.
No caminho de volta para casa, eles encontram uma moça "perdida", que se ofereceu como curandeira para tratar das feridas de Nigel. E aí, temos a mocinha não tão boazinha assim.
Maldie tinha planos a serem executados em Dubhlinn, e quando se aproximava da cidade, viu a batalha que não se saiu nada bem para os Murrays.
Mas, o inimigo do meu inimigo é meu amigo, certo? Por isso, ela se uniu aos Murrays.
Porém, durante esse período de cuidado a Nigel, Balfour ficou encantado pela mulher misteriosa, de fartos cabelos negros, olhos verdes e língua ferina.
Ela não se intimidava pelo tamanho dele ou sua posição como laird do clã. Era sozinha no mundo e tinha uma promessa de sangue a cumprir.
Por outro lado, começam a acontecer algumas coisas no clã Murray e, logicamente, as desconfianças recaem sobre a desconhecida recém chegada. Seria ela uma espiã de Beaton?
Apesar das desconfianças, o clima entre Balfour e Maldie esquenta (e como!! Pareciam coelhinhos no cio). Nigel precisa se recuperar e Eric precisa ser resgatado antes que outros inimigos de Beaton matem o garoto.
Qual o próximo passo a dar?
Para quem está acostumado a ler os romances de época da editora Arqueiro, vai notar que este aqui tem um ritmo beeeeeeeemmm diferente, e isso não é só porque é de uma autora nova na Casa.
Os romances medievais têm uma "pegada" diferente dos regenciais/vitorianos, período de 100% dos romances lançados até o momento.
A autora não tem medo de ousar nas cenas mais quentes entre o casal, mas também, é mais detalhista ao expor o enredo.
Conforme você vai lendo, e se adaptando ao seu estilo, a história flui com mais facilidade, e você se pega torcendo para que uma coisa ou outra aconteça.
Há um aspecto neste livro que não lembro de ter visto em outras autoras lançadas: a rivalidade entre irmãos que verdadeiramente se amam.
Normalmente vemos essa rixa quando um dos irmãos se torna o antagonista, o malvado. Mas quando vemos dois irmãos que se dão bem se apaixonarem pela mesma mulher, você para e se pergunta: e agora?
Balfour e Nigel, irmãos desde sempre, têm a aparência diferente ao extremo, e isso, de certa forma, causa inveja em Balfour, quando sempre foi preterido pelas mulheres em favor da beleza e da "boa lábia" de seu irmão mais novo.
Mas até então, não haviam necessariamente brigado por isso. Era um sentimento que Balfour carregava para si. Com a chegada de Maldie, o sentimento vem à tona, e apesar de ela estar ali para cuidar de Nigel, Balfour a quis para si.
Também há a questão do comportamento imaturo que o pai deles tinha, de ser um eterno Dom Juan, conquistador, e isso acabou colocando a família numa guerra de anos. Ainda assim, o antigo Murray não é considerado uma má pessoa; não é apedrejado pelos filhos.
E sobre a protagonista, embora vivessem num período em que a mulher tinha ainda menos direitos, era destemida a ponto de viajar sozinha e enfrentar seus medos.
A autora também traz sobre aquela máxima tão repetida por nós em músicas modernas: "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais" (letra de Belchior).
Os personagens centrais tinham tanto medo de repetir os erros de seus progenitores, mas acabaram sucumbindo ao exemplo dado (A sociedade que nos critica é a mesma que nos educa).
São tantos os pontos sociais elencados pela autora que, na minha cabeça, o romance entre o casal é o de menos importância, já que a gente sabe que tem um felizes para sempre.
Então, o ritmo da história é um pouco mais lento do que o usual. Não tem cliffhanger. E a capa está linda (ainda que a modelo da capa tenha os cabelos ruivos e a mocinha, pretos. Já vou falando sobre isso para a turma do mimimi começar a reclamar. Ô, povo chato!)
A editora já liberou as duas próximas capas:
5 estrelas