Resenhas - Rumo ao Sul

Konshal 22/10/2023

Rumo errático
Os moradores de Cumberland Valley, no Tennessee, estão envoltos com os estragos das fortes enchentes que acabaram atingindo a região. Ou pelo menos, assim deveriam estar. O falso moralismo religioso (latente num estado americano conservador) não vê problema algum em deixar dois moradores desabrigados só por serem um casal gay.

Esses acontecimentos são testemunhados por Asher, um pastor evangélico, dentro de sua própria casa, já que é ele quem discute com sua esposa. Lydia acredita que o pernoite de dois rapazes em sua casa seria uma influência negativa para o seu filho Justin.

Esse é o estopim para uma relação conjugal que já demonstrava certos desgastes. Apesar de ser líder de uma associação pentecostal e, por isso, durante muito tempo, porta-voz dos preconceitos mais absurdos baseados em palavras ditas sagradas, Asher ainda não foi totalmente cego para um dos principais pilares de qualquer religião minimamente séria: a ajuda ao próximo. Esse incômodo com o presente (as atitudes e pensamentos preconceituosos da esposa - uma personagem unidimensional que representa fielmente 99% dos evangélicos) vai impactar o futuro de Asher, exigindo dele ações drásticas movido pelo desespero e pelo amor que tem pelo filho. E, ao mesmo tempo, ele aproveitará a ocasião para tentar se redimir com o seu passado e retomar uma relação fraternal interrompida pelo mesmos motivos pelos quais está saindo de casa agora.

Confesso que me falta paciência pra ver, ler ou simplesmente ter contato com qualquer coisa que um crente faça. Cada linha descrevendo algo relacionado a eles, a virada de olho para cima (?) é certa. Mas, mesmo com esse impulso narrativo necessário, o autor Silas House desperdiça a chance de explorar personagens com grande potencial. Luke, o irmão do protagonista, por exemplo.

A metade final da história acompanha Asher e Justin após a medida drástica optada pelo pai que se vê preso numa espiral de pressão exercida pela igreja que o condena veementemente apesar de todas as suas defesas. A partir desse momento, a narrativa cai num looping de situações que pouco agregam à trama principal. São páginas que poderiam ser bem melhor aproveitadas se houvesse um investimento maior na reconciliação dos irmãos. É algo para o qual se cria uma grande expectativa (são informações que constam na sinopse de capa/contracapa inclusive) e que é atendida de forma pífia. Para se ter uma ideia, não há uma linha de diálogo quando Asher e Luke se encontram pela primeira vez, embora eles estivessem anos sem falar um com o outro. As boas intenções da obra para com a comunidade LGBTQIA+ se fariam ainda mais presentes se esse reencontro fosse bem mais explorado.

Amanda 30/01/2023

Esse livro me emocionou bastante, pois aborda relações familiares, religiosidade, preconceito e aceitação. Há também um percurso belíssimo traçado pelo autor ao nos mostrar o amor de Asher pelo seu filho Justin e a aproximação gerada entre eles, quando Asher sai em busca de "consertar os erros do passado". É uma leitura que vale muuuito a pena e que me encantou demais pela poesia da escrita e pela relevância das temáticas existentes nela

Amanda Nachard 20/05/2020

Não se guiem pela sinopse
Como diz a própria capa, Southernmost foi um dos livros de maior sucesso no clube TAG Inéditos. Também as resenhas positivas e as boas notas atribuídas por diversos leitores recomendam fortemente a obra.

A sinopse indica que o enredo envolverá o protagonista, um respeitado pastor de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, em uma jornada relacionada com uma mudança profunda de perspectiva sobre o ambiente em que o personagem nasceu e cresceu, que é marcadamente homofóbico, inclusive por conta da disseminada religião. Fala-se, na capa, em “encontrar a verdade” e “corrigir uma injustiça” e, sob essa premissa, o protagonista resolve se afastar da comunidade tóxica que ele mesmo contribuiu para formar.

Entretanto, rapidamente o desenvolvimento da história conduz por um caminho que parece abandonar a ideia principal, fazendo a questão da discriminação e do preconceito nada mais que um pano de fundo no qual a verdadeira história se apresenta: uma trama familiar muito simples, que envolve um divórcio e disputas pela guarda da criança. A partir daí, pouco se aprofunda a discussão sobre a homofobia, que é retomada, ainda de forma muito breve, apenas nas últimas páginas do livro. Mesmo quando a questão familiar é explorada, o autor o faz de forma superficial e, no meu ver, um pouco maniqueísta.

Acaba sendo um romance fraco e clichê, com recorrente utilização do mote religioso/espiritual para embasar a construção dos personagens, inclusive porque é quase exclusivamente através da religião/espiritualidade que os mesmos se expressam e narram os principais acontecimentos. O autor tenta a todo instante utilizar-se disso para dar um tom poético à obra, mas, o que para uns pode ser muito significativo, para outros pode ser apenas cansativo e sem objetivo.

Na minha opinião, seria melhor se não houvesse a pretensão de construir um enredo vinculado a um tema social tão rico como a homofobia. Também por ser um tema muito explorado, aumenta-se a exigência. Acredito que, às vezes, o menos é mais.

ANDER CELES 23/07/2021

Potencial tinha... Mas não soube qual rumo tomar
A sinopse desse livro fala sobre uma situação que ocorre na comunidade onde mora o Asher, que o faz repensar coisas do seu passado. Que o faz se sentir culpado com a forma como ele tratou o irmão no passado, quando esse se assumiu gay. E isso faz o Asher fazer uma reflexão profunda sobre sua vida e mudar drasticamente sua maneira de pensar.

Beleza, vc entende esse plot e que o Asher quer se reconciliar com o irmão, que deixou o lar há 10 anos e ninguém sabe onde tá. O que ele tem são pistas em cartões postais. Então, vc pensa que a história vai girar em torno disso, dele tentando se reconciliar com seu passado e encontrar o irmão.

Mas ainda na primeira parte do livro, um evento acontece que faz o Asher sequestrar o próprio filho. A forma e a motivação que o leva a fazer isso já parece um pouco estranha e irreal, foge totalmente do plot criado inicialmente (a questão do irmão), mas vc pensa que pode virar um thriller interessante, com essa pitada de drama por trás.

Mas não é o que acontece. Não vira nem uma coisa, nem outra. Nem um bom thriller, nem um bom drama. O tempo todo vc sabe que essa ideia absurda de sequestrar o filho vai dar merda, mas pensa que situações podem se desenvolver à partir disso. Mas não.

A primeira parte do livro é muito boa. Muita coisa acontece, muitos ganchos são deixados e um bom desenvolvimento da história parece só consequência. A segunda parte da história, curtinha, é legal, mais pra ambientação. Mas a terceira fica muito morna, muito sem rumo. Nada relevante acontece, o Asher fica parado no msm lugar esperando sei lá o que acontecer.

Enfim. Escrita boa, tranquila de ler, personagens interessantes, principalmente o filho, Justin, mas a grande questão do livro fica de fora e nada mais interessante é trabalhado.

SILVANA 29/11/2023

Mentiu no resumo
Pra começar, na contracapa do livro fala que a história é como uma nova versão de O Segredo de Brokeback Mountain. NÃO É.
Fiquei o tempo todo esperando o desenrolar dessa forma, mas não tem nada a ver.

Vamos à parte boa. É um livro que trata de uma forma bem interessante de fanatismo religioso e homofobia. Fala sobre a diferença entre fé e religiosidade e, no meio disso tudo, trata da relação de pai e filho, de aceitação, superação. Essa parte é realmente boa.

Achei o final meio blé, várias coisas inacabadas quando o autor gastou tempo demais descrevendo situações que nem precisavam. Como toooodoo caminho do Justin até a igreja (cada pessoa e casa por onde ele passava ?)

Se vc não for com as expectativas que a sinopse cria, talvez aproveite melhor a história pq o núcleo é bom e trata de assuntos muito importantes.

Marjory.Vargas 29/01/2024

A história gira em torno do erro que Asher cometeu no passado, e que acabou o afastando de seu irmão. Após acontecimentos recentes, o ex-pastor sai em busca desse irmão. O livro é bem reflexivo, mas fiquei frustrada com a busca dele. O tal irmão só aparece no final do livro e eles quase não interagem...

Paulo.Rodrigo 15/03/2023

Forte e necessário
?Southernost - Rumo ao Sul? foi um dos meus livros favoritos até o momento, neste ano de 2023, a narrativa nos transporta para uma cidade pacata do sul dos Estados Unidos carregada de preconceitos e pensamentos conservadores, onde colocaram a religião como pano de fundo para ditarem regra e repudiarem o diferente. É com esse cenário que o personagem principal quebra barreiras e parte em uma viagem, com o filho pequeno, em busca de perdão e renovação. Me emocionei diversas vezes com essa leitura sensível e divertida. Super recomendo.

Sasaa0 04/02/2022

Me decepcionou bastante...
Eu juro que eu esperava uma história cheia de emoção,reviravoltas,perdão e de novas conquistas mas recebi o contrário disso.Achei tão sem graça, e o momento que achei que seria emocionante no reencontro dos irmãos foi simplesmente chato, não teve abraço, não teve conversa e não teve nada!!!!!
Demorei dias para concluir essa história e não recomendo não.

Cas 09/07/2023

Começou interessante e achei a proposta boa, mas ele seguiu um rumo bem diferente do que imaginei e acabei ficando entediado?

Hebert Braz 04/04/2020

Rumo à lugar nenhum
O problema desse livro é que ele promete algumas poucas coisas, tenta ser um monte de outras, e não entrega nada direito.
O livro não me desagradou ao ponto de eu desistir da leitura (embora tenha demorado muito mais do que o necessário para ler essas 272 páginas), mas também não teve nada que me fisgasse para continuar lendo.
Em teoria, a história deveria seguir o Asher em sua busca pelo irmão e por novas perspectivas de vida.
Na prática nós temos o pai sequestrando o filho "para o bem dele" e levando o garoto pra Flórida, onde eles vão ficar vagando metade da história sem muito propósito até, ocasionalmente, esbarrarem no irmão que estavam a procura.
E é isso.
O ponto alto do livro são as abordagens que envolvem a relação entre os cristãos e os LGBTs, e como isso afeta (a maioria das vezes negativamente) a vida dessas pessoas.
De resto a história entrega uma road trip meia boca, um relacionamento nada a ver do Asher com uma mulher que ele conhece na Flórida, a morte aleatória de outra personagem e, por fim, a chatice do Justin.
E aí o livro acaba sem resolver absolutamente nenhuma questão.
Deveras decepcionante.

Thais.Carvalho 03/12/2021

Uma história que aborda tolerância, respeito e amor. Uma jornada de um pai que não quer viver sem o filho e ao mesmo tempo está um busca de seu irmão, de quem se afastou por preconceito e convicções religiosas.

Malucas Por Romances 25/03/2019

Todos deveriam ler
Olá, leitores!
Hoje a resenha é de um livro que me emocionou em cada página virada. Pode parecer clichê, mas com certeza vai para lista de melhores leitura de 2019.

"Durante anos preguei que vocês deveriam julgar os outros e levá-los a mudar. Mas eu mesmo mudei minha forma de pensar. O que estou dizendo agora é que o único que pode julgar todos nós é Deus."

Rumo ao Sul é um livro do autor Silas House, lançamento da Faro Editorial. Quando o livro me foi enviado para resenha confesso que a capa me chamou a atenção, mas quando vi que seria um drama que envolveria religião me joguei na leitura, ainda bem que resolvi embarcar nessa história.



O livro começa já com uma grande tragédia. Numa cidade pequena de Tennessee tem um temporal onde pessoas ficam desabrigadas, animais e pessoas são mortas e os moradores acreditam que a tragédia foi por causa de uma lei sobre o casamento gay e que Deus estaria os castigando por causa disso. Asher é pastor e suas convicções são colocadas a prova quando um casal gay precisa de abrigo, mas só pelos seus ensinamentos ele deveria ficar longe desses pecadores. Lydia sua mulher manda o casal embora e Asher vai ficar com aquilo na cabeça. Será que Deus queria isso? Será que não estão exagerando e os fiéis ficando cada vez mais duros com quem não é da igreja? Asher já foi como eles e ver que não é bem assim que Deus é, então ele vai em buscar do perdão do irmão e vai fazer algumas besteiras por amar demais o filho. Vou parar por aqui pra não dá spoiler, mas que história emocionante senhoras e senhores.

Peguei o livro para ler na maratona de carnaval e acabei ficando com uma ressaca literária daquelas. Já nas primeiras páginas Asher se mostra descontente com sua igreja e quer mudar, mas só que vai ser difícil mudar pessoas que já tem pré-julgamentos enraizados na mente.

Asher além de pastor é um pai excelente e vai fazer de tudo para ficar perto de seu filho Justin. Eles vão ser os verdadeiros protagonista na história, que vão te fazer rir e ficar com lágrimas nos olhos. Adorei ver essa relação linda de pai e filho, e foi impossível não lembrar do meu pai lendo.

"Todo mundo tem seus problemas. Não existe pessoa que não os tenha."

Falando de Justin não posso deixar de falar como gostei dessa criança. Apesar de ter apenas 9 anos é sábio e vai roubar a cena diversas vezes na história. Justin consegue ver Deus melhor que muita gente.

Eu amei essa história e pensei em tirar meia estrela por causa que o meio ficou meio parado, mas quer saber? Valeu a pena cada página lida, cada lição aprendida, cada aperto no coração! Então não teria como não favoritar esse livro.

O livro aborda temas tabus como casamento gay, religião e preconceito. Por ter vários temas pensei que o autor ia se perder, mas o autor aborda lindamente tudo, principalmente o que é ser um bom cristão. Um livro que com certeza não pode ficar parado na estante.

RESENHA COMPLETA NO BLOG

site: http://malucaspor-romances.blogspot.com/2019/03/resenha-rumo-ao-sul-silas-house.html#axzz5jCLwWALC

Leonardo 15/04/2020

Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje a minha resenha é do livro maravilhoso da Faro Editorial intitulado Rumo ao Sul! A história foi escrita pelo autor Silas House e você pode conferir a resenha sem spoilers logo abaixo.




Cumberland é uma cidadezinha pequena do estado de Tennessee, no sul dos Estados Unidos. Conservadora e tradicional, Cumberland é palco de uam série de desastres naturais quando chuvas intensas alagam várias partes da cidade e deixam diversas famílias desabrigadas.

Nesse período conhecemos a família do pastor Asher Sharp, composta por sua esposa Lydia e pelo filho do casal, Justin. Em uma das tempestades, o cachorro da família desaparece, logo Justin vai procurá-lo e acaba desaparecendo, causando o pânico no pastor e em sua mulher.

Após algumas procuras resultarem em fracasso, Justin é encontrado por Jimmy e Stephen, um casal homossexual que perderam seu lar por conta dos alagamentos. Sem terem onde ficar, o pastor Asher oferece abrigo ao casal, entretanto tal ideia não é completamente aceita por Lydia, que teme que o casal gay possa exercer algum tipo de má influência em Justin.

Mediante o preconceito de sua esposa, Asher começa a perceber que tal comportamento não se relaciona com o amor que prega em sua igreja, e retomando relacionamentos do passado (inclusive com o seu irmão que também é gay), Asher começa a compreender que os muros de preconceito que criamos não nos protegem, mas sim nos isolam.

Pessoal, que leitura! Sério, costumo ter um receio em ler histórias que envolvem religião com medo da forma de como o autor (ou autora) irá retratar certos assuntos, entretanto me vi fascinado pela forma como Silas construiu esses personagens anteriormente citados. Acho importante citar aqui que o livro não tem uma abordagem fanática a respeito da religião, mas sim debate a questão do preconceito e fanatismo que ronda o nosso mundo.

Com isso, Silas consegue emocionar bastante em seu romance, seja pela evolução do Pastor Asher e pelo seu desenvolvimento com o casal abrigado e até com o próprio filho, Justin. É interessante perceber os detalhes que rondam essa obra justamente para poder dialogar sobre eles, as reflexões que o autor nos trás são imensas, mas creio que a maior delas esteja na nossa capacidade de amar!

Faces EM Livros 12/04/2019

Rumo ao Sul é um divisor de águas em minha vida, por falar de um tema tão necessário, lançado pela @faroeditorial somos conduzidos a uma tempestade de emoções.

ENREDO: Asher não sabia que uma tempestade poderia ser um divisor de águas em sua vida. Ao sair em busca do seu filho Justin, que sumiu ao procurar o cachorro da família, o Roscoe. Em meio a angústia, Asher encontra seu menino abrigado com um casal homossexual, e os leva para sua casa, pois a chuva tirou o lar deles. Chegando em casa, uma batalha é travada, pois a esposa de Asher é religiosa e intolerante. A atitude de sua esposa desperta no Asher algo que o incomodava há muitos anos, o fazendo atravessar o país em busca de respostas, as quais não entendia. ⠀⠀
PERSONAGENS: Justin é uma criança madura, a frente do seu tempo que me fez entender o quanto somos pequenos diante do destino. A tempestade que afligiu por dias aquele lugar foi fundamental para Asher, mergulhar nas profundezas da sua mente e entender o que há tanto tempo lhe incomodava. Culpei Lydia por ter obrigado seu marido a expulsar o casal- pessoas amáveis, que cuidaram bem do Justin. Temos um contexto familiar dividido, pois Justin acredita que o amor ao próximo ultrapassa as barreiras do preconceito; Asher está confuso, mas acredita que essa situação foi fundamental para mudar sua opinião; Lydia, se demonstra preconceituosa na sua forma de agir, e isso é reafirmado em suas atitudes.

TEMÁTICA: Rumo ao Sul é um livro que trabalha de uma forma maravilhosa a respeito da intolerância religiosa, e o quanto o preconceito pode gerar perdas irreparáveis. Em mar aberto, nós tragamos reflexões acerca do respeito, amadurecimento, mas principalmente, amor ao próximo! Mudamos de opinião quando nos permitimos conhecer o desconhecido. Portanto, se desejar conhecer um enredo que trabalhe com intolerância religiosa esta é uma recomendação e tanto!
Você já buscou o perdão e autoconhecimento?

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