Lirio7 11/04/2022
Adorável
Colin Handrich, Barão Hodges e Lady Elizabeth Overfield passaram o melhor natal de todos, com muita neve, família e amigos ao redor. E a alegria do evento acabou despertando em Colin o desejo de ter o mesmo com a sua própria família, mas diferente dos Westcott, a família de Colin não era tão unida e acolhedora como ele gostaria, e seria preciso que ele assumisse o posto que já possuía, o de chefe dela, com muito mais afinco para poder alcançar o que desejava. E foi por isso, que ele resolveu procurar por uma noiva, para dar início ao sonho de ter uma boa e verdadeira família.
Lady Elizabeth também iria procurar por um marido na temporada, ela achava que tinha chegado a hora de tentar novamente ter o seu próprio lar e filhos. E ela e Colin se davam bem, muito bem na verdade e sempre que estavam juntos, chegavam a esquecer das pessoas ao redor, mas eles jamais iriam se considerar como uma opção, e ninguém que os visse juntos consideraria isso já que Elizabeth era viúva e nove anos mais velha que Colin. E a sociedade aceitava bem que o homem fosse mais velho que a dama, mas nunca, que a dama o fosse.
Contudo, por conta de um desafio feito em forma de brincadeira por alguém no natal, Colin e Elizabeth concordaram em se encontrar e valsar juntos em todos os bailes que viessem a participar durante a temporada. E a sensação de serem os únicos um para o outro só aumentava à medida que eles se encontravam, assim como a familiaridade e a amizade, mas era difícil para eles aceitarem e serem aceitos como um casal, ainda mais, com a mãe dele fazendo campanha contra a possível relação.
E o fato é que Lizzie teve que superar muitas coisas antes de encontrar a felicidade e ela não merecia nenhuma das provações que o antigo casamento, que era abusivo, havia lhe proporcionado, e onde ela acabou mal vista, mesmo tendo sido a vítima. E eu, que amei essa personagem desde a sua primeira aparição lá no primeiro livro, que amei a sua força e bondade, vinha querendo que ela encontrasse o seu final feliz, e ela não me decepcionou em nenhum momento, nem mesmo quando a certa altura quis escolher com a razão ao invés do coração, porque a escolha do coração tinha lhe trazido dor no passado.
E eu sabia que ela seria uma protagonista a altura dele, com personalidade e atitude, que era o que ele precisava para enfrentar a família e a mãe, que era uma narcisista, meio louca na verdade, que não aceitava de jeito nenhum a velhice, que era obcecada pela beleza e que em alguns momentos a vi como sendo tão absurda, que só conseguia rir.
Mas confesso que tive minhas dúvidas sobre o fato de Colin conseguir ser o protagonista que Lizzie merecia, forte e disposto a lutar para poder ficar com ela. E não me entendam mal, ele foi sim o tempo todo um homem bom, gentil, doce, inteligente, carismático… só tive medo dele não ter a atitude e a personalidade que ela já tinha e que seriam fundamentais para enfrentar os obstáculos que viriam numa relação com a mulher sendo a mais velha, numa época em que isso era impensável e até recriminável. E ele teve, nos momentos certos, ele teve o que foi preciso para construir com ela, um lindo romance.
Agora sobre a aceitação da relação deles e da realidade de que o amor deveria ser sempre o mais importante independente da idade, foi difícil e até mesmo os Westcott me decepcionaram em algum ponto com suas reações. Mas eles foram lindos juntos, se amavam (antes mesmo de assumirem isso um para o outro) e a diferença de nove anos não tinha o peso que eles achavam que tinha, pelo menos não pra mim que acompanhei e torci por eles, e ambos foram maravilhosos e a história que começou meio lenta, aos poucos foi conseguindo fazer o meu coração bater mais forte.
Enfim, gostei muito de acompanhar esse livro mesmo que ele não tenha tomado o posto de favorito da série e acho que isso ocorreu porque criei muitas expectativas e que quando isso ocorre elas dificilmente são atendidas, e onde acho também que esse é o tipo de leitura que vai me ganhar completamente numa releitura, já sabendo o que esperar dela. E que mesmo assim, amei os protagonistas e amo a forma como a Mary nos envolve com os problemas, qualidades, dúvidas e defeitos deles, fazendo com que a gente se sinta próximo e fique na torcida, numa trama que é característica dela, desenvolvida mais lentamente e para mim, de forma adorável.