Resenhas - Presença de Anita

Nana_tsur 01/08/2023

Não sei se curti muito esse livro, ele flerta muito com assuntos bem delicados, que vai de pedofil**, suicídio ate insinuação de estrup*.

No começo a narrativa até agrada um pouco, mais a partir de determinado acontecimento no livro, tudo vai ficando arrastado, maçante e sem nada que da vontade de continuar a leitura.

Sinésio 03/11/2010

Assisti à minissérie em ago/2001, na Globo, e virei fã de carteirinha da Mel Lisboa.
Nove anos depois, cá estou eu lendo o romance que inspirou a minissérie.
Não gostei muito do estilo do autor, que usa e abusa de uma linguagem cheia de devaneios. Pra quem tem certa dificuldade em se concentrar na leitura, fica difícil às vezes separar fatos reais dos imaginários.
Fiquei surpreso ao ver que a história original, escrita pelo Mário Donato, é muito diferente da adaptação feita pela Globo. Inclusive o próprio nome do amante de Anita (representado pelo José Mayer): no livro ele é Eduardo, na minissérie ele é Nando).
Se não for isso, me corrijam.
;)

Íris 25/02/2023

Anita em três palavras: misteriosa, enigmática e sedutora.
"Tem coisa mais parecida com o amor do que a morte?"

Conheci o livro pela série, que não terminei de ver, mas posso dizer que definitivamente foi o que deu a magia para a história. A série tem todo aquele toque místico, sabe? Tem muitas coisas diferentes do livro e Mel Lisboa definitivamente ficou marcada na minha mente como Anita.

O ritmo do começo é bom, mas depois de algumas páginas ele começa a decair. Muitas vezes me perguntei que p*rr4 eu estava lendo...

Lulu 16/08/2023

Ao homem, tudo pode.
Quando comprei a ?Presença de Anita? esperava encontrar um erotismo na narrativa e tinha como maior interesse debruçar-me sobre essas cenas. Tais cenas não decepcionaram, são descritas lindamente, projetando de forma verdadeira os sentimentos estabelecidos entre Anita e Eduardo, os quais deferiam em suas intenções nesse relacionamento extraconjugal. Entretanto, fiquei surpresa ao me deparar com descrições explícitas de pedofilia no enredo, o que tornou a história ainda menos tolerável do que já me parecia.

Logo nas primeiras páginas considerava desistir do livro, o autor abusa de uma escrita rebuscada e bastante detalhada, a qual, ao invés de prender o leitor, acaba o afastando da história. Compreendo que a escrita deve-se, principalmente, a época em que fora publicado, porém, o desenvolvimento foi extremamente maçante e só comecei a afeiçoar-me com a leitura quando cheguei na parte dois.
Ao desenrolar da narrativa, só conseguia sentir pena das amantes de Eduardo, o qual sempre estivera projetando nas nelas a Cítia, a dona dos seus sonhos e no mais tardar, a que ocasionará seus pesadelos. Eduardo tenta encontrar em Anita, e falha inutilmente, a sombra dessa mulher, mas a convivência o faz perceber o seu erro fatal. Fatal para ela, infelizmente. Anita, impetuosa com era, amou Eduardo perdidamente ao ponto de se comprometer a tirar a própria vida com ele, pois não suportaria ser abandonada pelo mesmo. Ela morreu acreditando que o seu amor era correspondido com semelhante fulgor. Distante disso, Eduardo só carregava luxúria pela moça e quando atirou na fronte do seu rosto, ainda receoso da morte, fez isso por si. Jamais por eles.

No fim, apenas me surgiu raiva. Muita raiva de Eduardo e como as pessoas do seu ciclo não desprezavam as suas atitudes detestáveis de trair constantemente a esposa. Contanto que não sujasse o nome da família e mantivesse tais atos fora dos olhos mundanos, poderia gozar o quanto quisesse daquela realidade. E Lúcia, nunca vi uma mulher tão morta e coitada, acreditando que o marido mudaria e voltaria ser como na época do noivado. Além de não manifestar nenhuma raiva, além de frieza, ao compreender que Eduardo voltará a se engraçar por outra mulher. Achei terrível como Mário Donato colocou-a em uma posição de extrema passividade e conformismo, aceitando o esposo não importa como fosse.

Não me acho na posição de recomendar ou não um livro, mas saliento que há umas cenas que embrulham o estômago e o que deveria ser uma narrativa erótica, passa, na maior parte, apenas a imagem de um homem perdido na própria existência, buscando uma fantasia inalcançável.

Deixo a seu próprio risco ler ou não ?Presença de Anita?.

Rodrigo 27/09/2020

Intensidade extrema
Uma narrativa poética em um texto em prosa, assim descrevo essa grande obra. A adaptação televisiva foge da história e isso influencia na leitura, mas, com certeza, merece estar entre as grandes obras da nossa literatura.

jaqueline.guerreir 05/01/2024

Eduardo eu te odeio
Apesar de odiar o Nando na minissérie eu amo a Anita, e por causa dela eu quis ler o livro. Se eu já odiava o Nando, odeio ainda mais ele no livro, que tem o nome de Eduardo

O livro foi claramente escrito para homens e não para nós mulheres. Sei que foi escrito há muitos anos atrás mas não consigo suportar a ideia de que todas, absolutamente todas as personagens mulheres são tratadas como objetos, que o eduardo usa e depois joga fora. Fora que tem vários momentos de pedofilia (no livro anita tem 17 anos), o que mtas vezes chega a ser incômodo?

Spoiler: me irritou ainda mais ele trair a esposa com Anita, depois com a irmã mais nova da esposa, matar Anita e ainda sair impune. E as outras mulheres sendo apenas passivas a todas as atrocidades que ele faz, o livro todo buscando uma mulher que ele mesmo criou em sua mente, que não existe.

Não é um livro que eu super recomendo ou que leria novamente no futuro. Raramente gosto mais de uma produção de série ou filme quando se tem o livro, mas nesse caso a minissérie é muito melhor.

Pedro.Morais 25/01/2021

Trágico e Denso.
"Nada é coincidência, tudo está escrito! Não acredita no destino?
Acha que foi mesmo por acaso que você entrou aqui? Que a gente se conheceu?
Estava escrito, assim como tá escrito que você vai voltar."

Eduardo vê sua carreira se esvaindo e o sonho de escrever um romance cada vez mais distante, após a morte de sua esposa ele ficou dedicado em cuidar de sua filha, porém quando ele conheceu Lúcia ele embarcou em outro casamento e juntos tiveram outro filho, porém o vazio e a sensação de não estar completo tirou a vontade de viver.
Lúcia percebe a frustração do marido e propõe uma viagem pro interior, uma cidade simples e que pode despertar a inspiração pro romance que ele pretende escrever.
Porém o destino é tão ardiloso que ao chegar naquela cidade Eduardo se encantou por uma moça repleta de segredos e enigmas que levam ele ao desejo não só dá cobiça, mas de ter Anita em sua cama.
Anita não teve o devido apoio no passado por sua família e quando ela tinha dez anos pra garantir um teto e alimento ela se envolveu com um pintor de 60 anos e desde então usa da arte da sedução e da fragilidade suas principais armas pra conseguir o que quer, porém com Eduardo as coisas serão intensas e fatais
Mário Donato trouxe um romance denso com uma narrativa questionadora e até mesmo perturbadora, escrito em 1948 o autor carrega uma verdade nua e crua nos diálogos desses dois amantes obstinados e destinados ao fracasso.

dricolina 02/05/2022

Interessante com poréns
Como é uma leitura completamente diferente da que eu estou acostumada, amei a forma como são narradas as situações, a belíssima forma que ele narra o sexo entre os personagens e como é detalhada a visão que temos sobre Eduardo. Porém com a minissérie na bagagem é difícil não fazer comparações. Concordo 100% com uma moça que disse aqui que Anita no livro vira mera coadjuvante, o foco gira completamente em torno de Eduardo. Sem contar que senti falta dos enredos de Zezinho (que passa como um mero figurante) e Marta que são completamente necessários para o conjunto todo.

Em adição temos Diana que simplesmente é um complemento da constante pedofilia exibida na história, e que sinceramente, é completamente dispensável. Serve apenas para ter mais alguns momentos de narrativa sexual. A parte do julgamento é CANSATIVA, EXAUSTIVA, sem necessidade nenhuma de se estender esse tanto. E o final é brochante. O livro começa a decair a partir do momento da morte de Anita, que ao contrário da minissérie não soube continuar sustentando uma história em seu clímax.

Senti falta da morte do Eduardo no final, que na minissérie é completamente incrível e fecha o enredo com chave de ouro. Lendo o livro afinal me fez perceber que as adaptações da minissérie foram mais que necessárias e melhoraram o que originalmente já deveria ser excelente.

Enfim que ao contrário do que li numa matéria, que a trama aborda a "liberdade sexual feminina", na verdade passa longe de se tratar sobre isso. Trata-se puramente da hipocrisia e imundice humana relatadas das formas mais nojentas possíveis e é exatamente por isso que a história cativa tanto a atenção por quem procura sobre. O que me fez ficar em dúvida foi se o autor desse livro era apaixonado por pedofilia, ou se ele só quis mesmo relatar como o homem é nojento mesmo KKKKKKKKK

Bom, recomendo a leitura. Do meio para o final decai bastante (ainda mais comparado à minissérie), mas vale muito a pena.

Deyvid.Candido 30/01/2024

Envelheceu como leite fora da geladeira?
Mesmo pensando na escrita como produto do seu tempo, é muito difícil hoje em dia pensar que um homem conseguiu pensar e expressar desejo em coisas tão absurdas envolvendo menores de idade. É um livro escrito por homem, para homens e repleto de descrições absurdas e vulgares sobre como uma mulher se comporta através da perspectiva de um homem.

mpin 22/04/2019

Livro bom com adaptação pavorosa pra TV
Mário Donato tem uma prosa introspectiva, sem pressa, que descreve em minúcias as idas e vindas do que os personagens sentem. Precisei ler apenas 25% da obra para perceber como a adaptação da Globo foi desastrosa. Aliás, a adaptação pra TV cobre apenas 25% do livro. Nem falo de Mel Lisboa, que fez uma atuação esforçada, mas falo da forma preguiçosa com que a adaptação foi feita: José Mayer ficou forçado demais como o escritor maldito, criaram personagens secundários desnecessários e o elenco como um todo não convence. O livro traz diversos personagens interessantes, em uma crítica social válida a respeito dos privilégios aos quais uma família tradicional está acostumada a ter na alta sociedade. Mas Manoel Carlos desperdiça esse potencial completamente e se restringe a adaptar à tela como se o livro fosse uma cópia pálida de Lolita. O que não é o caso.

Ao longo dos capítulos, o autor alterna entre uma linguagem mais introspectiva e mais técnica, processual, conforme Eduardo se vê às voltas com problemas na justiça. É um expediente que desacelerou bastante a narrativa. Sem falar que essa mania de Eduardo de ficar filosofando sobre os nomes das personagens enche o saco às vezes. Na narrativa, tanto Anita quanto Eduardo ganham mais profundidade e um segundo plano psicológico decente. É provocante e sedutor ver como Donato ora protege, ora vilaniza seus personagens, e nesse jogo de gato e rato vai guiando o leitor pela história. Em alguns aspectos, o estilo dele remonta a elementos românticos do século XIX, e senti que a falta de uma ambientação mais clara da história, que parece ocorrer em cidade ficcional, retira um pouco a força narrativa da obra. As metáforas são belas e relevantes, como a do quadro, da gaiola, ou mesmo do sótão onde Anita morava. Mas talvez os outros personagens pudessem ser trazidos na história um pouco antes; após a recuperação da saúde de Eduardo, vários aparecem ao mesmo tempo e isso pode confundir um pouco o leitor.

Dani 17/02/2020

Presença de quem?
Honestamente só li esse livro porque o encontrei perdido aqui em casa, e terminei de lê-lo na força do ódio mesmo, pois nunca, jamais houve personagem mais intragável que Eduardo. Acredito que nem deveria se chamar Presença de Anita, já que a figura feminina mais constante na história não é ela, mas sim a Cíntia, moça por quem fora apaixonado na adolescência. Aparentemente Cintia é um parâmetro de comparação para todas as mulheres com quem Eduardo se envolve, inclusive Anita, mas pouquíssimo se sabe sobre ela. Se trata de uma história sobre um homem egocêntrico, que foca apenas nele mesmo e no que deseja naquele derradeiro instante, não realmente se importando muito com as figuras femininas que o rodeiam e se tornando extremamente birrento quando as coisas não se saem como planejado. O autor faz um bom trabalho ao dar intensidade aos sentimentos dos personagens, mas o principal em si é um dos mais intragáveis que já vi.

stormsetwinds 31/08/2020

Ótima releitura
Quando eu li esse livro em 2020 pela primeira vez, eu detestei. Mesmo havendo alguns pontos que eu tenha gostado, a experiência geral não foi boa e eu achei (de verdade) que eu nunca iria reler a história novamente. Paguei pela lingua. Decidi reler esse clássico de Donato e percebo que, numa maturidade diferente, pude apreciar bem mais a obra.

Eduardo é um homem que em meio a sua vida burguesa com uma mulher distante, "fria", desenvolve silenciosamente o ideal de uma mulher chamada Cíntia, que passa a ser sua grande paixão. Dessa forma, dado a época de lançamento do livro, vemos uma forma muito mais sofisticada de retratar um ideal numa sociedade brasileira moralista, mas legalmente dúbia, de personagens que mandam tudo para de baixo dos panos em ordem de defender o nome familiar.

A dificuldade de Eduardo não seria então as aparências, as convenções que ele tenta fazer parte: mas a idealização viciante que o tira dos eixos. Eduardo quase a encontra, quase a vê através de Anita, Eduardo enlouquece com sua ausência em Lúcia, Eduardo finalmente desafia seu status quo quando a vê explícita em Diana. Nem preciso dizer que na realidade, ele fizera apenas "estragar" a vida dessas mulheres, que não amou de fato nenhuma, e somente possuía fidelidade ao ideal impossível de mulher que criou na mente. Uma coisa meio Madame Bovary, talvez.

A "presença de Anita" seria muito mais uma ameaça definitiva a normalidade da vida de Eduardo, acredito que depois dela, seria impossível que o homem vivesse a mesma vida de antes, e só passando por essa ruptura que chegou mais próximo de um ideal.

E, quanto mais próximo da idealização, mais a realidade tornou-se turva, como se é narrado no final, com Eduardo ouvindo coisas, tendo visões, surgindo "fantasmas" de Anita o cobrando de sua promessa.

- No fim, é um livro que em alguns momentos se arrasta, carece de dinamismo, mas é uma história interessante com certos erros de execução.

Amanda.Patricia 21/06/2022

Anita
Depois que vi a série que adorei, eu quis ler o livro. A série é bem fiel ao livro mas, obviamente, no livro sempre tem mais detalhes.