Possessão

Possessão A. S. Byatt




Resenhas - Possessão


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SocorroBaptista 25/03/2024

Uma narrativa que mistura gêneros diversos, como cartas e diários, que envolve o leitor em uma trama relacionada a uma pesquisa acadêmica que gera diferentes conflitos. Quem disse que pesquisas na área de literatura são feitas somente em bibliotecas ou na frente de um computador? Este livro nos mostra duas história de amor entrelaçadas por uma pesquisa acadêmica, e a questão da posse do objeto de tal pesquisa leva a interessantes discussões e a descobertas intrigantes. Uma boa leitura para quem, como eu, vive a literatura.
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Julinho 11/07/2021

Inesquecível e comovente
O título do romance tem três "explicações" em sua gênese:
A Possessão do amor entre Randolph Henry Ash e Christabel Lamotte, um amor que começa nas cartas trocadas pelos os dois personagens, uma troca intelectual arrebatadora, e logo torna-se físico. O segundo sentido, consiste na ideia propagada pelos românticos de que o artista, o poeta principalmente, é possuído (inspirado) pelo gênio (pelas musas). O terceiro, que fica bastante claro na parte final do livro, consiste na "Possessão" que obriga os pesquisadores Rolland e Maud a inclusive transgredir limites éticos a fim de descobrirem o "fim da história".

Possessão é um livro bastante crítico em relação a acadêmia de letras - ego, superficialidade, a marginalização da mulher pesquisadora renegada a obscuridade ou a guetos que não recebem o verdadeiro valor e atenção - mas mesmo o movimento feminista é criticado por sua arbitrariedade e eventual superficialidade. Me incomodou um pouco o retrato de Maud, com seu drama por ser "bonita demais" e o seu envolvimento com Mitchell carece de um pouco de química.

"Possessão" é um livro polifônico, contado por meio de diversas vozes e pontos de vistas, por meio de "textos" como cartas, diários, bilhetes, poemas líricos e narrativos - gostei muito de conhecer o ponto de vista de Ellen Ash, a esposa do poeta - mas o ponto de vista principal é o de R. H. Ash e Rolland. Acho o livro um pouco injusto com Christabel - só conhecemos o ponto de vista dela no finalzinho - e ela é uma figura tão obscura, que na grande maioria da história soa como antipática. Já Ash é uma figura muito mais simpática, ainda que a poetisa seja uma personagem muito mais interessante.
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Cheiro de Livro 11/10/2019

Possessão – A. S. Byatt
Ese um jovem pesquisador desavisado topasse com evidências que levam à descoberta de um segredo guardado por mais de 100 anos? Essa é a premissa de Possessão, obra vencedora do Prêmio Man Booker em 1990 da inglesa A. S Byatt.
O livro se passa na década de 1980 e tem como protagonistas Roland Mitchell, um acadêmico desconhecido, e Maud Bailey, uma estudiosa de renome na literatura feminista. Durante suas pesquisas, Roland se depara com uma possível conexão entre o aclamado poeta vitoriano Randolph Henry Ash e Christabel LaMotte, uma poeta menos conhecida da mesma época na qual Maud é especialista e com quem tem um parentesco distante. Juntos Roland e Maud partem em uma busca desenfreada por pistas em poemas, cartas e lugares, ressignificando tudo o que sabiam sobre seus objetos de estudo. Pouco a pouco desvendam o crescente envolvimento entre o famoso poeta casado e a obscura poeta lésbica com que a academia sequer poderia sonhar.
Acompanhamos de perto a busca dos pesquisadores por poemas épicos, cartas, trechos de diários e até capítulos de biografias fictícios – todos criados por Byatt. Há uma quantidade realmente impressionante de poemas escritos pela própria autora, tão bem construídos que poderiam perfeitamente se passar por poemas vitorianos. Há também referências a pessoas reais como a poeta americana Emily Dickinson.

O livro explora questões como amor romântico, sexualidade, espiritualidade, papel da mulher na sociedade patriarcal, construção de narrativa e a própria natureza da literatura. E propõe uma discussão interessantíssima sobre o direito à privacidade e a influência da vida do autor na sua obra. Se alguém se preocupou em guardar um segredo por tanto tempo, seria realmente correto revelá-lo?


Possessão é um romance extremamente bem escrito e construído. É uma obra de arte em si mesmo. Daqueles livros que ficam conosco durante muito tempo após a leitura.

OBS: O livro teve uma adaptação para o cinema em 2002 que vale apenas por Jeremy Northam e Jennifer Ehle nos papéis dos poetas vitorianos.

site: http://cheirodelivro.com/possessao-a-s-byatt/
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Coruja 03/10/2016

Primeira coisa a dizer sobre esse livro: a despeito do título e de algumas referências bastante discretas que têm mais a ver com o estado de espírito de certos personagens que cenas no estilo O Exorcista, o romance mais celebrado de A. S. Byatt não é uma história em que fantasmas de autores mortos possuem o corpo de estudiosos especialistas em suas obras para darem conclusão a sua história de amor (ou talvez seja exatamente isso que tenha acontecido, dependendo da sua escolha de interpretação dos fatos).

Não consigo me lembrar quem me recomendou a leitura desse calhamaço, mas seja lá quem tenha sido, só tenho a agradecer a indicação, porque Possessão foi um dos melhores romances que li esse ano, com romance, mistério e reflexão metalinguística, tudo num único volume.

A história é narrada em diferentes épocas e níveis: em um primeiro momento há a relação entre Roland e Maud, sua busca pela verdade sobre os poetas vitorianos Ash e Beatrice. Essa relação, que começa profissional e intelectual, com vários debates sobre a história dos dois poetas e a simbologia de seus poemas, vai avançando à medida em que as cartas que os dois estudiosos encontram revelam um romance entre os escritores. Num segundo nível, há a narração direta da história de Ash e Beatrice, auxiliada pelas cartas e pelos poemas que eles escreveram. Para completar, num último nível, ainda há toda a intriga do meio acadêmico e mil e uma teorias iconoclastas de interpretação.

Se eu tivesse que escolher uma única palavra para explicar do que se trata a história desse livro, eu diria… beleza. Possessão é uma história sobre literatura e sobre sexo, amor, coincidências e espiritualidade, mas é, sobretudo, um romance sobre a beleza, a beleza própria das palavras, da capacidade de tecer realidades com elas, de trazer ao mundo algo de imaculado, algo que é, simplesmente… belo.

Ash e Beatrice se apaixonam por essa capacidade de criação de beleza que ambos possuem. Eles admiram o talento do outro e se aproximam primeiro atraídos pelas palavras, antes que essa relação possa se tornar carnal. Da mesma forma, Roland e Maud se aproximam pela curiosidade e respeito que sentem pela elegância, pelo cuidado, pela simbologia da obra de seus dois poetas favoritos. Não é uma beleza indolor, para nenhum dos pares - muitas vezes ela é fria, quase áspera e muito, muito breve em seus momentos felizes - mas é sempre inspiradora.

A história, como já disse antes, é interpolada pelas cartas e por trechos dos poemas de Ash e Beatrice - e tenho de dizer que eu jurava que os dois eram personagens reais até ir pesquisar e descobrir que não, eles são personagens da Byatt, que, no processo de escrever esse romance, criou um inteiro corpo poético distinto para cada um dos dois. Ela se inspirou em Robert Browning e Emily Dickson, Coleridge e Tennyson e Christina Rossetti - segundo suas próprias anotações acerca do trabalho por trás de Possessão -, mas as vozes de seus poetas são as vozes próprias e individuais, o que me deixa ainda mais surpresa com a complexa narrativa que ela criou aqui.

Esse não é um romance de final feliz - há uma boa dose de melancolia envolvida -, mas ele não deixa de ser esperançoso. Uma vez que a verdade esteja a descoberto, é possível proteger seu legado e compreender, em todo o seu significado, a beleza das palavras deixadas pelos poetas da história. Não é uma história fácil, mas é infinitamente satisfatória no que se propõe, um tesouro para quem se propor ir até seu final.

O livro, infelizmente, está esgotado aqui no Brasil, após sua publicação em 1992, mas não é difícil encontrá-lo em sebos ou encomendar a edição em inglês. A história foi também adaptada para o cinema e não é difícil encontrar o filme, com muitos rostos conhecidos para quem acompanha as séries e filmes inspirados na obra de Austen (e não acho que essa seja uma coincidência).

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/10/desafio-corujesco-2016-um-livro-com.html
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Tiago 08/12/2015

Leitura obrigatória !
Um livro único e completo, digo isso porque ele contém tudo aquilo que nós ávidos leitores gostamos. Poesia, suspense, romance, história e repleto de emoção. Não consigo imaginar ficar sem ler essa belíssima obra por muito tempo, é para ler e reler inúmeras vezes . A escrita é de difícil compreensão , mas com um certo "trato" se consegue chegar até o final e entender tudo. Comprei dois volumes para não correr o risco de ficar sem.
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Elaine P. 21/07/2012

Construção narrativa genial
Minha vídeo-resenha: http://youtu.be/tIa1BIdup6E
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Tati Kementári 14/10/2009

Bonito livro com histórias de amor complexas e envolventes
"Possessão", da inglesa A.S Byatt, conta a história de dois pesquisadores literários, Maud e Roland, que tentam desvendar o mistério de um suposto relacionamento amoroso entre dois poetas vitorianos: Randolph Ash, poeta famoso e casado, que acaba se envolvendo com a poetisa de menor renome e escritora de contos infantis Christabel LaMotte, conhecida por ser reclusa e fechada. Neste processo, Maud (especialista e descendente da Christabel) e Roland (especialista no poeta Randolph Ash) acabam se apaixonando.


Trata-se de um livro que envolve com seu mistério tecido de forma complexa e elegante, além das histórias de amor que vão se desenvolvendo. A escritora enche o livro de temas como teoria literária, pesquisa biográfica, psicologia, crise religiosa dos vitorianos após A Origem das Espécies, de Darwin, mitologia, poesia, simbologia. Byatt cria convicentemente as obras dos poetas, seus contos e correspondências, que, mesmo sendo personagens fictícios, a sensação é que existiram de verdade.

Os personagens mais interessantes, na minha opinião, são Roland e Maud. Conforme a leitura progride, dá pra se descobrir uma semelhância da vida deles com os poetas. É muito cativante observar o relacionamento dos dois. Roland é simples, humilde, se sente mais ou menos um fracasso; Maud é aristocrata, aparentemente fria e arrogante, porém na verdade não é, é apenas uma pessoa fechada e reprimida.

Vale a pena conferir! Este livro gerou uma adaptação de filme, com Gwyneth Paltrow e Aaron Eckhart, porém achei fraco e nem se compara com este livro!



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Lela Tiemi 14/10/2009minha estante
Eu gostei tanto do filme "Possessão", e vc diz que nem se compara ao livro... Fiquei com vontade de lê-lo! =0)




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