13marcioricardo 11/03/2022
História, história e crítica da filosofia.
A obra de Bertrand Russel é um três em um. A saber: história, história da filosofia e critica dos sistemas filosóficos e seus autores. São mil grandes páginas num lindo box de três livros que discorrem sobre os nomes mais influentes do pensamento, desde os pré-socráticos até à segunda guerra mundial, época em que foi escrito. Por isso mesmo, o grande defeito é não abarcar a filosofia contemporânea bem como outros nomes de extrema influência, como Freud ou Jung.
Sobre o autor, fica a sensação de que tem uma grande necessidade de demonstrar as falhas, ao passo que tem dificuldade em elogiar seus avaliados. Parece que nunca ninguém é bom o bastante. É interessante perceber a evolução da filosofia e seus erros, mas às vezes parece-me exagerado.
Neste sentido, não posso deixar de falar de Nietzsche. Apesar de ter visto no youtube uma resenha do livro que já alertava para a feroz critíca ao filósofo do martelo, ainda assim fiquei assustado com a descrição do homem. Parece haver aqui um ódio de estimação. E ademais, a obra citada, Vontade de Poder, já é sabido que além de ter sido publicada postumamente, foi também adulterada pela irmã de Nietzsche para servir à causa nazi. Será que Russel tinha conhecimento disso ?
A verdade é que apesar de ter tido três anos de filosofia no ensino médio, tenho ainda muita inexpêriencia e sou bastante ingênuo sobre o assunto. Deste modo, algumas coisas foram difíceis de acompanhar, especialmente a parte da metafisíca, a qual me deu fastio e fadiga. Também Deus é uma coisa cinzenta ficando muitas das vezes na dúvida se os autores se referem à natureza, ao universo ou a um ser criador.
Como agnóstico que sou, desprezo as religiões. Acho que são o maior embuste que existe neste mundo, onde todos fazem questão de se enganar a si mesmos e aos outros. Todavia estudarei sobre, pois admito sua importância e influência na história da humanidade. Nesse aspecto, muitas das vezes a metafisíca me pareceu uma alternativa ou concorrência das religiões, o que foi uma decepção para mim.
Também admito a importância da matemática, fisíca, quimica, biologia e outras ciências da natureza, mas não são a minha praia, pelo que é em áreas como a filosofia e a natureza humana que melhor me sinto a fim de aprimorar a inteligência e de me aproximar da realidade e da verdade. Se quiser fantasiar vou no cinema, se quiser me iludir vou num espetáculo de magia, não preciso da metafisíca pra isso. Imaginação que parece mais próxima à especulação que a factos.
Isto foi mais um desabafo que não tem tanto a ver com o livro, mas com a filosofia em si. Como os filósofos e suas ideias estão comentados aqui, tenho a intenção de voltar a estes escritos à medida que os for lendo. É um livro que recomendo a quem quer estudar filosofia, sabendo porém que vai ler a filosofia pela ótica de Russell, que como qualquer ser humano não está isento de erros, apesar de parecer ser bastante sóbrio e de acertar na maioria das vezes.