O Idiota

O Idiota Fiódor Dostoiévski




Resenhas -


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IGuittis 03/02/2021

Edição ruim. História maravilhosa.
Somos apresentados ao príncipe Michkin, que está de volta a Rússia depois de estar em tratamento da Suíça do que eles colocam como idiotia, que não é nada mais que epilepsia. Percebemos que ele traz uma inocência e bondade quase que infantil, e que ele tem quase que um dom em "ler" as pessoas.
Ele chega à Petersburgo sem nada, nem dinheiro, nem onde ficar, então vai encontrar uma parente distante que ele ficou sabendo morar por ali e daí começa o desenrolar de todas as relações que esse príncipe virá a ter nessa cidade. Inclusive sua paixão por Nastássia.
Esse livro me deixou impressionada como diversas vezes os personagens abusavam dessa bondade do príncipe, chegando a chamá-lo de idiota na cara dele diversas vezes.
Ele é um personagem encantador, e as reviravoltas que ocorre em sua vida, muitas vezes pelo simples fato de que ele é quase incapaz de cometer maldades, ou simplesmente magoar alguém, são muito tristes. O final é arrasador, eu não esperava, e terminei como? jogada no chão.
Quanto à edição da Martin Claret, não recomendo. Ela é muito bonita de fato, porém, fisicamente falando, ela é muito frágil, a minha chegou a cair o fitilho que vem e também ficou um pouco mole. Quanto a tradução, nessa edição é uma versão traduzida do francês e não direto do Russo, e falta revisão, existem diversos erros de português, falta de concordância e até falta de letras e erro na formatação do texto.
Emmerson 03/02/2021minha estante
A edição é bonita mesmo, mas uma pena que tem esses problemas =/
Em quesito literatura russa, aqui no Brasil a Editora 34 continua sendo a melhor opção.


wagnerlb 14/07/2023minha estante
"Editora 34 continua sendo a melhor opção" kkkk

Nunca foi.


f_gameiro 17/11/2023minha estante
A revisão técnica foi feita por Oleg Almeida, escritor e tradutor bielorusso, responsável pela tradução direta do russo para o português na maioria das obras de Dostoiévski publicadas pela Martin Claret.

De forma alguma deve ser essa uma edição ruim.


IGuittis 18/11/2023minha estante
Ela foi traduzida do Francês, está na apresentação do livro pelo oq me lembro, já faz 3 anos agora




Henrieth Hasse 04/04/2022

Muita coisa dá pra se dizer sobre esse livro, porque ele é capaz de incomodar muito enquanto se lê. Mostra a crueldade de uma sociedade tosca, que vive da aparência e a base de vodka paga por outros; onde o vitimismo impera para apenas dizer que " por sofrer sou melhor que você"; onde alguém correto é um total idiota, já que não é possível viver num mundo assim se você se importa com os outros.
( nenhuma surpresa)
Dostoievski escancara tudo isso e é inegável que se trata de uma obra prima.
Recomendo pra quem precisa de uma dose de realidade, vinda direto do século XIX.
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EduardoCDias 07/04/2020

Um príncipe, em tratamento na Suíça, por epilepsia, volta à Petersburgo, onde não tem mais parentes nem amigos, excetuando-se uma prima distante Extremamente ingênuo e com bom coração é ridicularizado por quase todos, até o momento que recebe uma herança. Apaixona-se por uma cortesã que fica louca e só consegue atrapalhar sua vida. Final surpreendente, mas não é o melhor livro de Dostoievski.
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Rafaela 08/08/2021

"Deus, no céu, cada vez que vê um pecador o invocar, com todo o coração, tem a mesma alegria que uma mãe quando vê o primeiro sorriso no rostinho do filho." (p.261 e 262)

"Colombo morreu sem quase o haver visto direito, e sem saber ao certo o que havia descoberto. É a vida que vale, que importa, a vida e nada mais, o processo, a maneira de descobrir, a tarefa perpétua e imorredoura. E não a descoberta em si, absolutamente." (p. 458)

"Quem quer que ataque a caridade - comecei -, ataca a natureza humana e lança seu desprezo sobre a dignidade pessoal. [...] A bondade individual permanecerá sempre, porque é um impulso da pessoa, a inclinação viva de uma personalidade querendo exercer uma influência direta sobre outra." (p. 468)

"[...] sabes muito bem que levamos uma vida inteira sem dar conta da infinita multidão de divertículos fechados na nossa alma. Não sabemos nada sobre nós mesmos." (p. 469)

"Ao espalhar o germe, ao espalhar a tua caridade, a tua bondade, estás dando, de uma forma ou de outra, parte da tua personalidade e tomando para teu uso parte alheia." (p. 469 e 470)

"Não há, com efeito nada mais aborrecido do que ser, por exemplo, rico, de boa família, ter boa aparência, ser bastante esperto e mesmo sagaz e todavia não ter talento, nenhuma faculdade especial, nenhuma personalidade mesmo, nenhuma ideia pessoal, não sendo propriamente mais do que 'como todo mundo'." (p.537)

"[...] Basta a certos indivíduos assimilar uma ideia expressa por outrem, ou ler qualquer página solta, para imediatamente acreditarem que essa é a sua opinião pessoal espontaneamente brotada de seu cérebro. A imprudência da simplicidade é, se assim se pode dizer, espantosa, em tais casos." (p. 537)

"[...] Passar por nós... E ao passar nos perdoar a nossa felicidade." (p. 606)

"Estamos todos fartos de saber que somos absurdos, superficiais, que temos maus hábitos, que somos maçantes, que não sabemos encarar as coisas, que não compreendemos coisíssima nenhuma! Somos todos assim, nós, eu, eles, aqueles, estes, todos!" (p. 639)
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Tania Barros (Canal Loucos por Biog 26/06/2022

Idiota??
Com Dostoievsk aprendi a amar a literatura russa.

Esse não é meu livro preferido do escritor, mas a história é linda e vale a pena ser lida.
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Chanaisa 24/08/2023

Amei? Amei. Mas acho que tenho muito pra entender da obra.
Me identifiquei com o príncipe logo nas primeiras páginas! E como não haveria de identificar-me? Ele responde com sinceridade a qualquer pergunta que lhe seja feita e, óbvio, recebe críticas e deboches mas também faz amigos leais justamente por ter essa característica tão peculiar para a sociedade russa no século 19.

Pronto a perdoar. Nesse aspecto, eu poderia ter maior semelhança com o "idiota".

Traz diálogos filosóficos incríveis.

Essa foi minha primeira leitura de um autor russo. Amei! Parecia uma novela no estilo "Chocolate com Pimenta".
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elainegomes 20/12/2023

O Idiota - Fiódor Dostoiévski

O livro é dividido em 4 partes, sendo a primeira sensacional, mas o ritmo fica um pouco mais lento a partir da segunda, o que é absolutamente comum em calhamaços, mas neste livro a sensação de ler páginas e mas páginas de assuntos e personagens completamente alheios a trama, tornaram a leitura desinteressante em alguns momentos, mas não tive vontade de abandonar a leitura em nenhum momento, e o fim da quarta parte com seu desfecho inesperado, desolador, fez valer a pena a experiência.

Nosso herói Míchkin é uma mistura de Jesus Cristo com D. Quixote, sua bondade e ingenuidade pode tê-lo levado a ruína moral e social, ou seria seu não pertencimento nesta nova sociedade russa contaminada de misérias morais, capaz de apodrecer até uma boa alma? São perguntas que ecoaram durante a leitura, e com o desfecho me fizeram refletir sobre o papel predeterminado que compete a cada indivíduo inserido nesta máquina social que sobrevivemos, onde o dinheiro é o atual mestre e Deus dominador.

O livro começa com uma viagem de trem, marca da modernidade, conflito entre Rússia tradicional e a ocidentalização europeia, a ruína da espécie humana, marcante em diversos livros russos do século XIX, inclusive este início conversou muito com outro livro que acabei de resenhar - A sonata a Kreutzer de Tolstói.

E diferente de outras obras de Dostoiévski, em O Idiota o protagonismo feminino é muito maior, especialmente representada por Nastássia e Agláia e suas diferentes maneiras de alçar sua liberdade e autonomia.

Diversos temas são trabalhados, mas destaquei passagens incríveis sobre a pena de morte, religião, ateísmo, niilismo, moral, natureza humana, morte, impossível não se sentir participando dos debates, que me fez lembrar outro clássico russo Pais e Filhos de Turguêniev.

Existem dois momentos que Dostoiévski descreve em detalhes dois quadros, o primeiro sobre o olhar e expressão do rosto de um homem em seu cadafalso em seu último e longo instante de vida e o segundo um quadro de Cristo descido da cruz, um ex-homem. O que me fez refletir sobre o que é a esperança. Essas descrições foram experiências inesquecíveis, eu não apenas vi o quadro, mas senti todo seu sufocamento. E se conectam com o desfecho do livro (que não vou contar aqui) mas tive ao final uma terceira experiência do culto ao mórbido, da contemplação à putrefação.

O amor pode salvar?
O amor pode enlouquecer?
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ealveselis 08/08/2023

?
Dosto compreende muito a diferença do sofrimento de uma pessoa ?normal? e de alguém com doenças incapacitantes.
Intenso, muito profundo de te deixar sem fôlego!!! Ele consegue me deixar presa em alguns trechos e críticas bem fortes!

Eu tô apaixonada na literatura de Dosto! ?


O sentimento de bondade pode ser muito danoso pra quem carrega essa necessidade de ser ?bom?
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Dorian0 01/11/2021

Esse livro é 700 paginas de fofoca
Já começo dizendo que se você é maria fifi como eu esse é o livro certo pra você pq mano, só tem babado atrás de babado.
Todos os personagens são interessantes, não tem nem um momento em que a história não esteja movimentada, sempre tem coisa acontecendo de forma que você nunca fica entendiado. Você vai rir, passar raiva, chorar, vai ser uma monta russa mas tudo vale a pena pelas 700 paginas de fofoca e muito babado.
Michkin é um personagem ótimo, ótimo protagonista, chamado de idiota mas na verdade é inteligente e tem um coração muito do bom, as vezes eu só queria abracar ele mano.
Não tenho como falar o quanto amei o livro sem dar spoilers então eis uma parte do livro que eu gostei muito, é do comecinho e não tem spoiler algum então se sinta a vontade para ler:
"As crianças se pode dizer tudo, tudo!
Sempre me chocou verificar como os adultos não as compreendem, o pouquíssimo que os pais entendem de seus próprios filhos. Nada se deve ocultar às crianças, nem mesmo sob o pretexto de ser ainda muito cedo para que nos entendam. Isso é uma ideia triste e mesquinha. Sim, logo se dão conta de que os pais as consideram pequeninos de mais para compreender as coisas! E, todavia...sabem tudo! Há gente crescida que ignora que mesmo no caso mais difícil uma criança pode dar um concelho acertado!
Reparem bem, não é uma vergonha decepcionarmos esse pequenino pássaro que nos olha com tamanha felicidade e confiança?"
~ Principe Michkin
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Alessandro232 06/02/2023

Um romance que desafia o leitor
"O Idiota" é um livro difícil de classificar. Em muitos trechos, ele lembra um romance ensaístico, no qual transparece a "voz" do autor, que comenta em tom pessimista sobre as mudanças sociais á época na Rússia. Também há trechos em que Dostoévski discute religião também dentro de aspecto crítico, e outros em que satiriza à elite russa e também o "niliismo" que aqui é representado pelo personagem Ipolit, que rouba à cena, com seus monólogos carregados de ironia e sarcasmo.
Além disso, próximo ao desfecho, o livro tem um forte aspecto que beira à tragédia. Ou seja, por sua escrita polifôrmica, que vem a ser uma das características mais marcantes do autor, o livro constantemente desafia o leitor.
O enredo concentra-se nas ações do príncipe Mychikin, descrito com traços que o assemelham em algumas características a Jesus Cristo - ele é dotado de uma bondade que parece ser infinita. Outro personagem que alguns aspectos se parece com o protagonista é Dom Quixote, uma vez que Mychikin de modo semelhante ao cavaleiro da triste figura também é visto, principalmente pelos membros da aristocracia russa como louco, "idiota" na maneira como vê o "mundo" .
Dessa mistura inusitada, Dostoiéviski dá origem a uma de suas mais notáveis criações, a altura em sua complexidade à Raskolnikov de "Crime e Castigo".
É por sua forma ingênua como vê a realidade que Mychikin, sem nenhum traço de maldade, que ele é tragado em uma série de situações confusas, nas quais até mesmo o leitor se sente um pouco perdido. Neste aspecto, o livro pode ser compreendido como uma crítica à hipocrisia da elite russa, que vive de aparências e marginaliza aqueles que não se encaixam dentro de suas discutíveis regras socias, a exemplo do protagonista, Myshikin.
Embora, alguns trechos tenham me cansado um pouco devido à profusão de monólogos, achei o livro muito bom e que suscita discussões sobre diversos assuntos. Novamente, nessa obra temos outra demonstração da genialidade de Dostoiévski, que soube captar muito o espírito de sua época, marcada por grandes mudanças sociais.
"O Idiota" é uma obra bastante complexa, um retrato "realista" e um tanto amargo do povo russo, com suas contradições e angústias existenciais que são bem exploradas na figura quase mística de Mychikin. É um livro muito interessante que vale a pena ser lido, no entanto, recomendo sua leitura para quem tem familiaridade com a escrita muito peculiar do autor.
Sobre a edição da Martin Claret. Eu gostei da tradução, embora ela seja indireta do francês, ela funcionou muito bem para mim. Tive alguma dificuldade de entender algumas palavras, mas nada que atrapalhe meu entendimento a respeito da obra. Também gostei muito do projeto gráfico.
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Erudito Principiante 24/03/2024

O Dom Quixote russo
Como seria um homem puro de coração, incorruptível, cavalheiro e com sólidos princípios éticos convivendo numa sociedade composta quase que totalmente por indivíduos maliciosos, corruptos até o tutano, sem escrúpulos, mentirosos e que priorizam apenas vantagens pessoais? Bem, descobrimos essa inusitada situação através da pena genial de Fiódor Dostoiévski (1821-1881) em sua obra O Idiota.
 
Lançado em 1869 na revista O Mensageiro como folhetim, O Idiota tem como protagonista o príncipe Liév Nikoláievitch Míchkin, um jovem de 26 anos que passou boa parte da vida em um sanatório na Suíça para tratar sua epilepsia. O livro começa num trem onde Míchkin, retornando à Petersburgo vindo da Suíça, conhece Parfión Rogójin. Daí por diante veremos como a personalidade dócil, ética e incorruptível do protagonista contrasta radicalmente com a da sociedade de "moral flexível" e corrupta (em maior ou menor grau).
 
Míchkin acabará por travar conhecimento e amizade com a família do general Iván Fiódorovitch Epantchín, em cuja residência se depara com um retrato da enigmática e bela Nastássia Filíppovna, por quem se apaixonará. A personalidade singular do príncipe fará com que os outros o vejam como um idiota (daí o título da obra), ingênuo a ponto de ser tido como figura exótica e vítima de toda malícia que o rodeia.
 
Os personagens do livro são bem interessantes, como não poderia deixar de ser em se tratando de Dostoiévski, mas quero chamar a atenção para um em especial: Ippolít Tieriéntiev. Esse jovem niilista de 18 anos é responsável por algumas das passagens mais marcantes do livro pois está às portas da morte devido à tuberculose em estágio avançado e acaba, assim, por trazer profundas reflexões existencialistas e sobre vide e morte.
 
Na época de seu lançamento O Idiota estava longe de ser uma unanimidade, diferente de Crime e Castigo, que foi um total sucesso. O seu "Dom Quixote russo" não agradou tanto assim. Mas o tempo e um melhor entendimento da proposta da obra fez com que O Idiota entrasse para cânone ocidental, segundo crítico americano Harold Bloom. Até mesmo Dostoiévski escreveu o seguinte numa carta: "Estou descontente com o romance, não expressei nele sequer a décima parte daquilo que queria expressar; no entanto não o renego e amo a minha ideia malsucedida até agora...".
 
Tentando expressar o ideal cristão e humanista no príncipe Míschkin, um misto de Dom Quixote e Cristo, Dostoiévski nos mostra o quanto nos distanciamos dos princípios mais básicos do que é bom e correto a ponto do seu protagonista ser ridicularizado e criticado o tempo todo simplesmente por querer fazer o que é certo (sem relativismos!). Honestidade, ética, firmeza de caráter e bondade tornaram-se exóticos, como um animal à beira da extinção em um zoológico.
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OssosDePapel - Instagram 08/01/2023

Que livraço! Terminei a leitura quase ouvindo meu coração aos pulos no silêncio da madrugada. Os últimos parágrafos me fizeram rir um pouco, mas a tranquilidade do meu sono foi irremediavelmente comprometida.

Dostoievski brinca com nossas mentes mesmo, é sabido. Porém, eu não estava preparado para tamanho suspense psicológico. Sério!

Com um protagonista inspirado em Jesus Cristo e Dom Quixote, eu esperava uma obra mais leve. E foi assim em sua maior parte, mas as questões filosóficas deram profundidade ao enredo, e as incursões pela psique dos personagens aceleram o ritmo de leitura. Em mais de setecentas páginas, não tive sequer um momento de tédio.

Foi divertido? SIM!
E edificante? TAMBÉM!
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BeatrizLeone 12/04/2024

Dosto, né?
Amei a forma como foi construído o livro, me lembrou uma peça de teatro, com as cenas meio ?sobrepostas?, cheias de drama, e o narrador conversando com o leitor no início dos capítulos, deixou divertido!

Uma história sobre aparências, amores, bondade

Sobre o final: 50% de mim esperava e a outra metade ficou só o meme do John Travolta sem entender o que rolou

??????
?Colombo morreu sem quase o haver visto direito, e sem saber ao certo o que havia descoberto. E a vida que vale, que importa, a vida e nada mais, o processo, a maneira de descobrir, a tarefa perpétua e imorredoura.
E não a descoberta em si, absolutamente.?
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