Balas Perdidas 1

Balas Perdidas 1 David Lapham




Resenhas - Balas Perdidas


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Manfred 28/01/2020

Uma história mas fudida e mais pesada que a outra. Obra prima.
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Marc 16/11/2012

Balas Perdidas
Mais um quadrinho que passou desapercebido da grande maioria dos leitores. Uma pena, porque a produção underground americana é riquíssima e de muita qualidade. A meu ver, os melhores quadrinhos do mundo saem hoje do underground americano. Claro que muita porcaria também é escrita por aqueles lados, mas acho que sempre vou olhar com mais interesse quando percebo que o encadernado que tenho nas mãos tem essa origem.

Balas perdidas não chega a ser nenhuma novidade. Data de 1998 e saiu por aqui, acho, mais ou menos em 2003. Apenas dois volumes, infelizmente. São histórias curtas, que tem relação entre si, com o claro objetivo de criar um painel.

O melhor de tudo é a maneira visceral com que a violência é retratada. Não há espaço para moralismo, nem atenuantes. Sem apelar para intestinos voando, cérebros espalhados nem nada do tipo, David Lapham constrói histórias desoladoras. E acredito que a palavra seja muito correta, porque havia lido o volume 1 há muitos anos atrás e tive exatamente a mesma sensação dessa vez. As quatro histórias desse volume praticamente acompanham 3 personagens e fazem referência a um quarto, muito importante e que acaba desencadeando boa parte das ações. Por isso, para quem tiver interesse em ler, não tenha vergonha em rever as histórias em busca de coisas que passaram sem ser notadas da primeira vez.

E o que me seduz nesse encadernado é a maneira como a violência vai se tornando sutil. Como na primeira história assistimos a um verdadeiro banho de sangue, já ficamos com o pé atrás, esperando o que mais pode vir. E a grande surpresa é que a violência vai se tornando mais refinada. O que leva à pergunta (muito pertinente nesses tempos de tamanha violência): o que é, afinal, a violência? Será que podemos limitar a agressões e assassinatos? Acrescentar as ofensas verbais? Será que a gênese da violência não é muito anterior? Será que a maior característica da violência não é ser, digamos, inflamável? Quer dizer, o que passamos nos força sempre a querer uma retribuição em uma medida maior do que a ofensa? Francamente não sei; e David Lapham também não vai responder a essas dúvidas, mas certamente as coloca com propriedade no debate.

Isso porque a grande história de todas é a final. Uma garota foge de casa e vaga sozinha, pegando carona com dois homens muito diferentes. O tempo todo ficamos à espera do momento em que vai atacar a menina e se mostrar um pedófilo desalmado. E essa expectativa é magistralmente alimentada pelo autor. Mas, sem estragar o desfecho, o que acontece é muito diferente do que imaginamos. Embora eu não consiga imaginar um tipo de violência maior do que esse, mais revoltante e banal. E creio mesmo que essa história é considerada a mais fraca por algumas pessoas com quem conversei justamente porque meio que perdemos a medida do que isso significa, tão comum se tornou.

Daí, portanto, a pergunta que fiz logo acima. O que significa a violência? Como podemos apertar os olhos e conseguir focar exatamente onde ela começa? Sem se deter na resposta óbvia e moralista, que não leva a lugar algum, de que tudo começa na educação que recebemos...
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