Pipoca 08/08/2020
Nota da Autora: "Não seja uma boa menina surgiu perto do Natal, quando vi todo mundo escrevendo histórias bonitinhas para essa data. De fato, eu não espero que você ame esse conto, mas que você sinta e entre na história como um segundo personagem observador, capaz de absorver cada um dos sentimentos que tentei passar ali. - Se você conseguir isso ao final dessa leitura, minha missão estará cumprida!"
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Eu tenho que dizer à autora que a sua missão está cumprida! Também sou da opinião de que não existem livros maus, mas que nem tudo é para todos! Este conto definitivamente não é para todos, dado ao carácter explícito e violento de algumas partes da história, mas eu gostei muito!
Gostei porque encontrei uma analogia aos acontecimentos durante a Segunda Guerra Mundial. Theodora tinha apenas 6 anos, mas nasceu condenada ao sofrimento: passava fome, tinha cabelo preto, frequentemente associado aos judeus, e filha de uma mãe solteira que lhe descolorava constamente o cabelo, pintando-o de loiro, para que pudesse passar por uma "ariana pura". Os sofrimentos que ela é obrigada a assistir, os maus tratos sofridos por parte de outras crianças, fazem com que lhe apareça Krampus, o demónio do Natal (não esqueçamos que este conto foi lançado durante a época natalícia) e executa a sua vingança em todos os que a magoavam, sempre com um rasto de sangue, violência e punições. Seria esquizofrenia? Alter ego? Ou o próprio Krampus? O que é realidade e o que é fantasia? O terror vivido por Theodora pode ser equiparado ao sofrimento, e abusos sofridos pelas crianças judias, causado pela guerra e pela separação familiar nos campos de concentração.
Um conto muito forte emocionalmente!
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