A mulher com olhos de fogo

A mulher com olhos de fogo Nawal El Saadawi




Resenhas - A Mulher Com Olhos De Fogo


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@livrosdalita 24/11/2023

"Deixe-me falar. Não tenho tempo para ouvir você. Amanhã de manhã eu já não estarei mais nesse mundo"
Um livro rápido de ler e com uma bela lição sobre o patriarcado que em alguns lugares do mundo são mais expressivos que o "normal".
Triste, intenso e forte.
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Paula.Dandara 14/10/2023

Evolução feminista
Pelas críticas, esperava um livro mais impactando.
Leitura super válida, mostra de uma maneira bem didática a evolução de uma mulher que percebe o seu real valor para si mesma e a sociedade em que vive
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Larissagris 14/07/2023

A MULHER COM OLHOS DE FOGO (NAWAL EL SAADAWI)
Uma pessoa que foi privada da capacidade de confiar vive à margem da sociedade; ela é só a sombra de um ser humano. Tal pessoa vive por instinto, e suas avaliações e considerações não vão além da necessidade imediata de sobrevivência. (Pág. 6)

- Assassina ou não, ela é uma mulher inocente e não merece ser enforcada. Eles sim é que deveriam ser enforcados. (Pág. 21)

Não havia nada no meu passado nem na minha infância que fosse digno de ser lembrado, nem amor ou coisa parecida no presente. Tudo o que eu tinha a dizer, portanto, só poderia estar ligado ao futuro. Porque o futuro ainda pertencia a mim e eu poderia pintá-lo nas cores que desejasse. Ainda pertencia a mim para que eu decidisse livremente como seria, e para operar mudanças como bem entendesse. (Pág. 49)

Eu respondi que meu tio era um xeique respeitado, bem versado nos ensinamentos da religião, e que, portanto, não era possível que ele tivesse o hábito de bater na sua mulher. Ele retrucou que era justamente os homens versados na sua religião que batiam nas esposas. Os preceitos da religião permitiam tal punição. Uma mulher virtuosa não devia se queixar do marido. O dever dela era a perfeita obediência. (Pág. 75)

- A morte chega para todos, Firdaus. Eu vou morrer, e você também. O que importa é como se leva a vida até o momento da morte. (Pág. 88)

- Você deve ser mais dura que a vida, Firdaus. A vida é muito dura. As únicas pessoas que realmente vivem são as que conseguem ser mais duras que a vida. (Pág. 88)

[...] A vida é uma cobra. É a mais pura verdade, Firdaus. Se a cobra perceber que você não é uma cobra, vai morder você. E se a vida perceber que você não tem veneno, vai devorar você. (Pág. 88)

Um homem não conhece o valor de uma mulher, Firdaus. A mulher é a única que determina seu próprio valor. Você decide o quanto vale, e quanto mais alto for esse valor, esse preço, mais os homens entenderão que você é realmente preciosa, e concordarão em usar os recursos que possuem para pagarem o que você vale. E se o homem não tiver esses recursos, esses meios, ele irá roubar de alguém para dar o que você exige. (Pág. 89)

- Sentimentos não vão lhe trazer nada a não ser dor. (Pág. 91)

Uma frase, uma pequena frase composta de quatro palavras, lançou uma intensa luz sobre a minha vida inteira e me fez enxergar como ela era realmente. O véu que cobria os meus olhos havia sido despedaçado. Eu estava abrindo os meus olhos pela primeira vez, vendo a minha vida sob uma nova perspectiva. Eu não era uma mulher digna de respeito. Era uma informação da qual eu não tinha tomado conhecimento antes. Foi bom ter ignorado esse fato por tanto tempo. (Pág. 113)

Eu acabei percebendo que uma mulher trabalhadora tem mais medo de perder o emprego do que uma prostituta tem de perder a vida. Uma funcionária morre de medo de perder o emprego e ter que virar uma prostituta, porque não entende que a vida de uma prostituta é na verdade melhor que a dela. E assim, com sua vida, sua saúde, seu corpo e sua mente ela paga o preço por seus medos ilusórios. Ela paga um preço altíssimo para receber coisas de valor irrisório. (Pág. 118)

Todas as mulheres são vítimas de embuste. Os homens enganam as mulheres e as punem por terem sido enganadas, forçam-nas a se degradar e as punem por chegarem tão baixo, prendem-nas ao casamento e então as castigam por toda a vida com serviços humilhantes, insultos e surras. Agora eu percebia que, de todas as mulheres, as prostitutas eram as menos iludidas. Que o casamento era um sistema que representava o mais cruel sofrimento para mulheres. (Pág. 132)

Eu era como uma mulher caminhando num mundo encantado ao qual ela não pertencia. Ela é livre para fazer o que quer, e livre para não fazer. Ela vive o raro prazer de não ter compromisso com ninguém, de ter rompido com tudo, de ter cortado todas as relações com o mundo em torno dela, de ser completamente independente e de viver a sua independência completamente, de desfrutar da liberdade de não se sujeitar a um homem, a um casamento ou ao amor; de ter se divorciado de todas as limitações fundamentadas em regras e leis, no tempo, ou no universo. Se o primeiro homem que aparecer não a quiser, ela sabe que outro virá, ou outro depois desse. Não precisa ficar esperando por um homem apenas. Não precisa ficar infeliz quando ele não aparece, nem alimentar expectativas e então sofrer quando essas expectativas caem por terra. Ela não espera mais por nada, nem deseja mais nada. Ela não teme mais coisa nenhuma, porque tudo o que poderia feri-la já a feriu. (Pág. 133)

Homens revolucionários dotados de princípios não eram realmente diferentes do resto dos homens. Eles usavam sua perspicácia para obter, em troca de princípios, o que outros homens compravam com o seu dinheiro. A revolução para eles é como o sexo para nós. É algo para ser usado. Algo para ser vendido. (Pág. 134)

Continuei a olhá-lo direto nos olhos, sem piscar. Eu sabia que o odiava como só uma mulher pode odiar um homem, como só um escravo pode odiar o seu senhor. Pela expressão nos olhos dele, vi que ele me temia como só um senhor por temer o seu escravo, como só um homem pode temer uma mulher. (Pág. 143)

Uma pergunta passou pela minha cabeça: por que motivo eu nunca havia esfaqueado um homem antes? Eu percebi que sentia medo, e que o medo me acompanhava todo o tempo, até o breve momento em que eu vi o medo nos olhos dele. (Pág. 144)

- Minha mãe não é uma criminosa. Nenhuma mulher pode ser criminosa. Para ser um criminoso é preciso ser um homem. (Pág. 150)

- Você é uma mulher violenta e perigosa.
- Eu estou falando a verdade. E a verdade é violenta e perigosa. (Pág. 150)

Eu fui a única mulher que arrancou a máscara, e eu expus a face da feia realidade deles. Eles me condenaram à morte não porque matei um homem - milhares de pessoas são mortas todos os dias -, mas porque eles têm medo de me deixar viver. (Pág. 150)

Porque durante a vida o que nos escraviza são nossos desejos, nossas esperanças, nossos medos. A liberdade da qual eu desfruto enche-os de ódio. Eles adorariam descobrir que existe, afinal de contas, alguma coisa que eu deseje, ou que eu tema, ou que eu espere. Assim eles saberiam como me escravizar mais uma vez. (Pág. 151)

- Todos vão morrer um dia. Eu prefiro morrer por um crime que eu cometi do que morrer por um dos crimes que vocês cometeram. (Pág. 151)
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Nana 29/06/2023

Livro nr 21 do projeto "A volta ao mundo através dos livros"
País sorteado : "Egito"

Esse é daqueles livros que a gente fecha a última página e pensa "uauuu" que sufocante, principalmente se você for mulher.

É um livro de ficção, mas foi baseado na vida real da personagem Firdaus, que contou para a psiquiatra e escritora Nawal El Saadawi sobre sua vida e o motivo de estar na prisão aguardando sua sentença de morte.
Ao ler tudo que essa mulher sofreu (e saber que tantas outras sofrem o mesmo até hoje), consigo entender a atitude dela e não julgo.

Terminei a leitura com um nó na garganta e um pouco mais de decepção com os seres humanos.
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Cris 21/06/2023

Impactante!!!
Um livro daqueles que te joga a dura realidade na cara sem pena... Em algumas partes pensei não conseguir ir em frente com a leitura, devido a crueza de tamanha realidade. Mas sei a importância de não esquecermos de como o sistema funciona... De estarmos atentas as formas sutis (e as vezes nem tão sutis assim) de como somos oprimidas, deslegitimadas e violentadas constantemente. Super necessária a leitura, mas é bom que estejam com o psicológico bom para entrar nessa narrativa...
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Camila2076 15/05/2023

Grata surpresa!
O que eu poderia esperar de um livro onde é contado pelos olhos de uma psiquiatra que está frente a frente com uma mulher no seu último dia de vida condenada a morte por ter matado um homem que a persuadiu e que a usou para obter ganhos ?!

Esse livro entregou tudo e muito mais. Me mostrou a verdade que muitas vezes assusta mas que liberta . Mas para muitos a verdade traz vergonha, dor.... E Firdaus não teve medo de mostrar a verdade de quem ela se tornou e de mostrar que vivemos num mundo em que as mulheres são reduzidas a nada .

Firdaus não conheceu o amor de uma família, foi abusada por seu próprio tio e tantos outros que só queriam usá-la. Ela conheceu o lado mais obscuro da vida ,mas ao estar perto de sua execução ,ela percebeu que morrer para ela seria lucro. Que ela enfim teria um descanso.

Uma vez ouvi que a vida pode nos machucar ,mas que Deus nos cura.

Ao ler cada relato ,meu coração se entristecia e que fica cada vez mais difícil confiar nas pessoas. Pois todas as vezes que essa mulher era persuadida por alguém, ela era subjugada , abusada, se aproveitaram de todas as maneiras dela.

Livro que me fez refletir sobre a condição da mulher no mundo e de que como as coisas são difíceis e amargas para uma mulher que apenas busca amor, proteção e um significado para sua vida. Onde ela possa ser livre para conquistar o que deseja e ser respeitada.
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Myria.Viana 26/03/2023

Uma história forte que retrata a dura vida de uma mulher que pensou um dia ser Dona de seu próprio destino, mas acabou descobrindo que sua vida não lhe pertencia. É que os homens apenas por ser homens possuem privilégios e direitos que as mulheres estão muito distantes de alcançar.
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Guynaciria 21/02/2023

A mulher com olhos de fogo - Nawal El Saadawi / @faroeditorial / 158 pág.

Uma mulher se encontra presa, em seu último dia de vida ela aceita se encontrar com uma psicóloga e contar a sua história.

Aos poucos vamos sabendo sobre a vida de abusos que essa mulher passou, iniciando-se com seu tio, quando ainda era muito jovem.

E mesmo ela tendo conseguido estudar e tirar seu diploma de segundo grau, sua vida não melhorou nem um pouco. Chegando a ser vendido em casamento para um homem que poderia ser seu avô, e que tinha uma deformidade facial.

O pior era a forma como todos negavam a ela o direito de se alimentar, mesmo que o mínimo possível. Como se gastar dinheiro com comida para uma mulher fosse um desperdício.

Ela também sofreu maus tratos físicos, o que levou ela a fugir, passando a mão de homens que a mantiveram em cárcere, e posteriormente com outra mulher que lucrou a vendendo.

Não é de se admirar que após uma vida de tanto sofrimento, a sua percepção sobre as coisas fosse distorcida, chegando quase a um infantilidade. E seu último grito de liberdade foi o ato que lhe levou a prisão.

#faroeditorial #nawalelsaadawi #egito #despertarfeminista #lutapordireitos #sobrevivencia #mulheres
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Laine @pagesandseasons 16/02/2023

Eu nem sei o que dizer
O livro é muito bem escrito, prende o leitor e chega a ser sufocante em vários momentos de lamento da protagonista. Eu nem sei o que dizer sobre toda a violência que essa mulher sofreu durante a sua vida; é lamentável e me deixou com nojo do ser humano. Ela foi forte até o seu limite.
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Mayara 27/12/2022

Intenso
Não tenho nem mt como definir o que senti lendo esse livro. Comprei sem mt expectativa, confesso, em uma promoção da Amazon e BOOM! Um banho de água fria que nos mostra como nossas culturas são diferentes e como mulheres ainda sofrem mt por essas regiões.
A indignação e a angústia de saber que não se pode fazer mt bate e bate forte.
Mas isso não faz com que o livro deixe de ser merecedor da sua atenção.
Se tiver curiosidade e estômago para encarar a realidade dessas mulheres, leia!!
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Alessandra 18/12/2022

Ficção que retrata o ser mulher no Egito.
Nawal El Saadawi está fazendo uma pesquisa sobre neurose em mulheres egípcias em prisões quando vai entrevistar Fardaus - uma mulher que nunca havia conversado com ninguém e decide em uma noite contar a história da vida - história marcada por abusos, decepções, prostituição, preconceito.

Acredito que o subtítulo "o despertar feminista" pode afastar muitas pessoas que não gostam da temática. Mas o feminismo não está presente explicitamente, mas na reflexão do que é ser mulher, da vida de solitude e preconceito, além de conhecer a realidade feminina em outra cultura.

Gostei da escrita da autora; do modo da construção da história, da reflexão proporcionada. Alguns trechos são repetitivos - não sei se pela liberdade de escrita já que é tudo narrado/contado em uma noite.

"Eu descobri que a história tende a se repetir com uma obstinação insensata".
"Eu sabia que a minha profissão tinha sido inventada por homens e que os homens controlavam os nossos dois mundos, este da terra e o outro do céu. Sabia que os homens forçavam as mulheres a venderem seus corpos por um preço, e que o corpo de valor mais baixo era o da esposa".
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@fadakukalivros 27/12/2022minha estante
Jura q achou fraco e repetitivo?


Tati.Tatiana 28/12/2022minha estante
Tem trechos inteiros q são repetidos , só muda o nome dos envolvidos. Realmente esperava mais


@fadakukalivros 28/12/2022minha estante
Tendi




Ana Claudia 04/09/2022

Nawal El Saadawi está fazendo uma pesquisa sobre neurose em mulheres egípcias nas prisões do Egito quando fica sabendo de uma prisioneira que está no corredor da morte.

Fardaus foi condenada à morte pelo assassinato de seu cafetão e está a espera do seu dia D. No entanto, ela é uma prisioneira que não sai da cela e não fala e nem recebe ninguém. Também não quer ser ajudada à sua não condenação.

Nawal consegue entrar na cela de Fardaus para conhecer a sua história e Fardaus, em apenas 6h, conta toda a sua trajetória de vida desde sua infância, a morte dos pais, a ida para morar com o tio, o casamento arranjado, os maus tratos recebidos nesse casamento, a ida para as ruas fugindo dos espancamentos, o início da prostituição, o primeiro amor e a grande desilusão até o dia em que foi obrigada a deixar entrar na sua vida Marzouk.
@fadakukalivros 04/09/2022minha estante
Amigaaaaa




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BeaouBea 10/06/2022

Te muda, te choca, te abre os olhos!
Ler esta obra foi uma experiência inigualável, me arrepiei e surtei diversas vezes, o grito de "pega esse dinheiro e foge" foi dito várias vezes. Nem acredito que é baseado em uma história verdadeira... Esse livro te deixa reflexiva de uma forma absurda! Ainda estou dirigindo tudo que li. Foram muitos maltratos que Firdaus sofreu, ainda assim a autora conseguiu colocar suavidade na leitura. Não há mais o que ser dito, apenas leiam e não se esqueçam que "A vida de uma mulher é sempre miserável" - PG 135.
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