Thaisa 02/05/2023
GIRL POWER TOTAL!!!
Se no primeiro volume de "Paper Girls" somos apresentados à quatro garotas de 12 anos que estão entregando jornais até acidentalmente ativarem uma máquina que traz uma guerra temporal até elas e, no segundo, elas viajam de 1988 até seu futuro de 2016, aqui Erin, Tiff, KJ e Mac irão parar em um passado longíquo e primitivo.
Logo ao se reunirem e tentarem entender, assim como o leitor, o que está realmente acontecendo e o motivo delas estarem relacionadas aos conflitos temporais que andam ocorrendo, as quatro meninas encontrarão duas figuras opostas e complementares: Wari, uma jovem guerreira pré-histórica que busca proteger seu bebê de terríveis homens das cavernas; e Quanta Braunstein, uma brilhante cientista responsável pela invenção da viagem do tempo, saindo de um futuro extremamente tecnológico e chegando em meio ao caos brutal que danificará seus equipamentos.
Juntas, Erin, Tiff, KJ, Mac, Wari e Quanta terão de se ajudar mutuamente, lutar contra brutamontes e dinossauros, proteger uma criança e achar alguma forma de performarem outro salto temporal.
Confesso que esse não foi meu volume favorito de "Paper Girls" por misturar tantos elementos que, mesmo em uma ficção, é difícil comprar essa ideia tão surreal de humanos e dinossauros convivendo. Além disso, diversas vezes o foco sai das protagonistas para algum personagem secundário - como disse, gostei de Wari e Quanta, de sua força, de sua determinação, de sua sagacidade e de todo o girl power envolvido, mas não é tão fácil se apegar à personagens que provavelmente nem aparecerão tanto no decorrer da trama.
Ainda assim, eu gostei de algumas reviravoltas que encontrei aqui, de explicações inteligentes para perguntas que ficaram em aberto em outros volumes, do poder que essas garotas possuem quando decidem se juntar por um objetivo em comum e, devo admitir, curti alguns possíveis flashforwards que trazem ainda mais representatividade e diversidade para a história.
O enredo de Vaughan ainda é instigante, pois o leitor, tão perdido quanto essas meninas, vai acompanhando essa aventura sem saber direito o que está por trás de tudo; também gostei de como ele foi capaz de aprofundar mais alguns personagens e trazer camadas inesperadas e interessantes! A arte de Chiang continua sendo minha parte favorita desses quadrinhos, já que, com um traço cartunesco (que impressiona ainda mais pela coloração), consegue expressar bem o que as protagonistas estão sentindo, pensando e vivendo.
Tenho altas expectativas para o volume 4 e o caminho que essa trama pode tomar!
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