A Filha do Inca

A Filha do Inca Menotti Del Picchia




Resenhas - A filha do inca


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Fran 06/06/2015

Os monstros
A história começa com uma expedição do exército brasileiro na Floresta Amazônica, após algumas aventuras, somente dois homens sobrevivem, e o contexto muda totalmente, pois eles acabam descobrindo uma cidade oculta, muito desenvolvida. Nessa cidade, a República 3000, os habitantes são uma mistura de humano + máquina.

A obra é bem complexa, e cheia de elementos bem BR. Mas há uma mensagem principal.
De forma brilhante, o autor nos mostra o quanto uma cultura diferente pode nos parecer monstruosa, atrasada e injusta; mas não conseguimos ver com clareza o quanto a nossa própria cultura também é monstruosa, atrasada e injusta. A palavra “monstro” aparece diversas vezes no livro, e o autor brinca com ela, exatamente para nos mostrar que esse conceito varia de acordo com o ponto de vista.

A maior lição da obra é que, no contato com o outro, com o diferente, devemos entender que para o outro nós também somos “o outro, o diferente”; e da mesma forma que conseguimos ver com clareza os “defeitos” alheios, os nossos também se revelam para quem nos olha de volta; assim, antes de nos julgarmos superiores e perfeitos, antes de tentarmos impor os nossos erros aos outros, devemos aprender a ouvir; pois o contato com o outro não serve, de forma alguma, para que possamos transformar a vida de outra pessoa, o contato com o outro só tem um propósito, ele serve para que possamos transformar a nós mesmos.

“O coração iguala os seres de todas as castas e de todos os climas. Para ele não há histórias, nem culturas, nem ódios, nem antagonismos de raças ou de nacionalidades. O amor unifica todos os mortais e os integra no destino de eternidade que representa o objetivo do ser humano”. (A Filha do Inca, de Menotti Del Picchia)
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