A Impossível Faca da Memória

A Impossível Faca da Memória Laurie Halse Anderson




Resenhas - A Impossível Faca da Memória


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Ana Luiza 04/05/2019

Emocionante e necessário
A HISTÓRIA
Hayley Kincain não é como os "zumbis" da sua escola, adolescentes com vidas tediosas e seguras que apenas aceitam tudo o que lhe dizem para fazer. Ela cresceu viajando de caminhão com o pai, Andy, que lhe ensinou tudo o que uma pessoa precisa saber de verdade para sobreviver. E isso tornou Hayley capaz de cuidar muito bem de si mesma, mas também do pai, cujas memórias da guerra o assombram até hoje.

“Estava com os fones de ouvido, mas sem música. Precisava ouvir o mundo, mas não queria que o mundo soubesse que eu estava prestando atenção.”

Há bons dias, claro, mas desde que o pai resolveu que eles deveriam se mudar para a casa da falecida avó para Hayley se formar em uma escola de verdade, os dias sombrios ficam cada vez mais comuns. Nesses dias, o pai está bêbado, ou chapado, ou os dois. E nesse estado ele se torna mais propenso a narrar pela milésima vez as coisas horríveis que viu e fez quando era um soldado, assim como gritar e afastar Hayley.

E com o pai em um estado cada vez mais terrível, Hayley preferia estar de volta à estrada, e não em uma escola estúpida que não a ensina nada de útil. Hayley não suporta seus colegas "zumbis" e a conselheira da escola que fica se intrometendo em suas vida e perguntando sobre seus planos para o futuro. A única pessoa que Hayley gosta na escola é Gracie, uma garota fofa e divertida, mas cuja família problemática a permite entender Hayley em um nível que nenhum dos outros "zumbis" parece entender.

Mas Hayley fica com vontade de matar Gracie quando ela o apresenta a Finn, um belo garoto do time de natação que está tentando trazer o jornal da escola de volta à vida. Gracie o convenceu de que Hayley escreve bem e Finn não a deixará em paz até que ela escreva algo para o jornal. Apesar de odiar o jeito com que ele está sempre fazendo perguntas e vendo todas as emoções que ela tenta esconder, Hayley também começa a apreciar a inteligência de Finn e seu humor peculiar. Mas como ela pode se deixar envolver em um romance adolescente quando as coisas na sua casa estão desmoronando? E, pior do que isso, como ela vai encarar as memórias obscuras e doloridas que ela se esforçou tanto para esquecer, mas que parecem vir cada vez mais a tona desde que ela chegou a cidade?

TEMÁTICAS DA OBRA
A Impossível Faca da Memória não é uma obra fácil de ler e, para quem está em um momento de fragilidade, não acho ser uma leitura indicada. O livro traz cenas pesadas e tensas que podem acabar sendo gatilho. A obra não suaviza a luta do pai da protagonista com a própria saúde mental. Em grande parte do livro Andy está intoxicado e agindo de forma violenta. Contudo, isso é um ponto positivo para a A Impossível Faca da Memória, já que mostra de forma crua e chocante o impacto da guerra em uma pessoa. O livro não romantiza transtornos mentais e, apesar de não usar tais nomes, mostra bem como é difícil para alguém com Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Depressão e Ansiedade colocar sua vida de volta nos trilhos.

O mais inteligente de A Impossível Faca da Memória para mim é como demonstra que tais transtornos causam um efeito em cadeia dentro do núcleo familiar, já que assistir o pai se deteriorar ao longo dos anos causou a Hayley traumas e cicatrizes igualmente difíceis de curar. Mais do que saúde mental e ciclos de violência (psicológica), A Impossível Faca da Memória também explora as temáticas da co-dependência emocional entre Hayley e o pai, assim como o luto de Andy por tudo o que perdeu na (e por causa da) guerra, o vício em álcool e drogas e outros comportamentos autodestrutivos e até mesmo suicidas. O livro mostra como é difícil pedir ajuda, tanto para Andy quanto para Hayley, e a sensação de desconexão do resto do mundo em uma pessoa que há anos luta com transtornos mentais.

Mas, nem todas as temáticas da obra são negativas. A Impossível Faca da Memória também explora o amor e a lealdade entre Hayley e seu pai, a amizade sincera de Hayley e Gracie, assim como o jovem, mas poderoso, amor da protagonista com Finn.

A LEITURA
(...)
A EDIÇÃO
(...)

CONCLUSÕES FINAIS
A Impossível Faca da Memória não é um livro fácil de ler. A obra aborda temáticas pesadas como co-dependência emocional, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Depressão, violência psicológica e mais. Contudo, a trama também traz amizade, lealdade e romance, além de bom humor. Se fosse resumir, diria que A Impossível Faca da Memória é uma trama sobre a importância de se pedir ajuda, mas também da dificuldade de o fazê-lo.

Em um mundo em que tantos lutam com a saúde mental, esse é um livro importante e necessário, especialmente para os mais jovens, que vão se identificar bastante com a protagonista. Divertido e emocionante, A Impossível Faca da Memória me causou várias emoções e me prendeu do início ao fim. Eu amei o livro, que me deixou ansiosa para ler mais obras da autora, assim como confiante de recomendar A Impossível Faca da Memória para todos.

LEIA A RESENHA COMPLETA NO BLOG:

site: https://www.mademoisellelovesbooks.com/2019/05/resenha-impossivel-faca-da-memoria-laurie-halse-anderson.html
Ana Luiza Lanari 14/05/2019minha estante
É YA??


Ana Luiza 15/05/2019minha estante
é sim!




luanivea 09/01/2021

A história da Hayley é cheia de traumas e repressões à cerca do passado. Achei interessante a forma que ela enxerga as pessoas.
Gostei bastante da leitura, apesar do romance um pouco clichê, o drama familiar faz valer a pena, a maioria dos personagens ali estão em situações complexas e fazem com que a história seja menos genérica. Bem bom.
gracireis 09/01/2021minha estante
Quero ler esse livro esse ano. ?


luanivea 09/01/2021minha estante
Lê simm, vale super a pena :)




@biaentreleituras 13/05/2019

Hayley e o pai têm lembranças das quais tentam fugir, fazem o que podem para esquecer o passado, mas o que fazer quando os fantasmas deixados para trás querem vir à tona? Andy (o pai) não está nada bem, sua saúde física e mental vai de mal a pior e a única coisa que ainda o mantém firme é sua filha, mas por quanto tempo? Hayley está enfrentando uma situação que se agrava cada vez mais e não sabe a quem recorrer, não sabe o que fazer, a única coisa que ela sabe é que precisa do seu pai.

Os dois passaram cinco anos viajando pelas estradas, Andy simplesmente pegou o caminhão e arrastou a filha com ele, Hayley adorava e não via o menor problema em continuar dessa maneira. Mas o pai decidiu voltar para a cidade, estabelecer uma vida relativamente normal e agora ela é obrigada a frequentar a escola e a conviver com outros alunos. Mas Hayley não se encaixa e ela tem problemas demais em casa para se preocupar com as questões do colégio.

A guerra traz consequências desastrosas para aqueles que estiveram nela, Andy esteve e todos os horrores que presenciou o assolam constantemente. Cada lembrança é como uma faca afiada, corta sem dó, rasga fundo e reabre as feridas que nunca cicatrizam, jamais cicatrizarão, apenas se fecham por um curto período enquanto ele tenta esquecer. Seus dias se tornam escuros, tenebrosos. Suas noites trazem pesadelos tão reais que se misturam à realidade.

Andy está em um estágio avançado de depressão e recorre às bebidas e drogas para fugir daquilo que o assombra, o vício misturado ao seu psicológico já abalado o destrói mais e Hayley tem de ver tudo isso sem ter ideia do que fazer. Ela mesma luta contra seus próprios fantasmas do passado, Hayley tem que cuidar de si e de seu pai, precisa ser forte pelos dois, ainda tão nova e com tantas responsabilidades. Ela cuida do pai mesmo nos momentos mais difíceis, mas ainda assim, Hayley é só uma adolescente e o pai precisa é de cuidados médicos com urgência.

Hayley pouco se recorda da vida antes da estrada, sua memória tem algumas lacunas que começaram a ser preenchidas e ela não gosta das cenas que se formam e do que está se lembrando. No passado, havia a Trish, a madrasta, a vilã. Hayley perdeu a mãe cedo e Trish usurpava seu lugar. E então começou a se afundar em bebidas e Andy foi piorando. Hayley tem certeza que as coisas ficaram melhores sem ela. Mas agora Trish aparece novamente e seu mundo cheio de fissuras pode ruir de vez.

Hayley não sabe como Trish os encontrou ou por que ela está de volta, mas percebe que o quadro psicológico de seu pai despencou, não pode ser só coincidência. Além de ter de lidar com a depressão ela ainda tem de suportar a presença dessa mulher e as coisas em casa não ficam bem. Tem um motivo para que Trish tenha voltado e quando Hayley descobrir vai preencher o vazio na sua memória.

*Resenha completa lá no blog > http://bit.ly/2HjXjoF

site: http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br/
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Gramatura Alta 13/05/2019

http://gettub.com.br/2019/05/13/a-impossivel-faca-da-memoria/
Hayley não suporta o colégio e nem os colegas, tanto que os apelida de “zumbis”. Sua maior dificuldade é com matemática, logo é onde ganha as menores notas, mas não por ter pouca inteligência, mas apenas porque não quer aprender. Por conta disso, a coordenadora obriga Hayley a ter aulas particulares com outro aluno, um garoto atrevido e popular chamado Finn, de quem ela quer distância. Ao mesmo tempo, ela precisa cuidar do pai alcoólatra e depressivo, Andy, que não trabalha e tem rompantes de violência, além de lidar com a volta de Trish, a ex-namorada do pai, que os abandonou em um momento de necessidade e por quem ela surte um enorme ódio.


A IMPOSSÍVEL FACA DA MEMÓRIA é um dos livros mais surpreendentes, sensíveis e importantes que eu li nos últimos anos, da mesma forma que foi um outro livro da editora, AMIGOS PARA A VIDA, uma das melhores leituras do ano passado. E essa importância não está relacionada a representatividade ou justiça social, muito em alta nos dias de hoje, mas a coisas mais pessoais, mais sentimentais, que também são importantes, que também são a base de relacionamentos saudáveis, de famílias completas e necessárias para se conseguir viver com alguma qualidade e felicidade.

Andy é um ex-fuzileiro, que participou de duas guerras no oriente médio, e voltou com traumas profundos pelo que vivenciou e fez nesse período. Sem qualquer condição mental para conseguir se manter em um emprego, ele compra um caminhão e parte para a estrada com sua filha por cinco anos, a quem educa e ensina da forma que pode. Agora, depois de uma situação de estresse e perigo, ele decide que é hora de voltar para a cidade natal e deixar que Hayley tenha uma vida normal, em uma escola. Mas as coisas não são fáceis em sua cabeça, ele vive dentro de um abismo de escuridão e autopiedade, afogado em álcool e drogas.

Trish foi a madrasta de Hayley durante algum tempo, mas os abandonou em uma crise, de um dia para o outro. Hayley já se sentia abandonada pela morte prematura da mãe em um acidente, pelas constantes fugas da realidade do pai, e essa atitude covarde de Trish fez com que Hayley ganhasse uma enorme raiva. Tanto que só de ouvir seu nome, ela sente náuseas e desespero.

Gracie é a melhor amiga de Hayley, e ela tem seus próprios problemas. O casamento dos pais está em crise há anos, tudo porque o pai dela tem amantes, que abandona quando são descobertas, então pede perdão, é perdoado, mas alguns meses depois, volta a ser infiel. Gracie não consegue compreender a mãe por se sujeitar a isso, ao mesmo tempo em que sente pena dela e um desprezo crescente pelo pai.

Finn é o garoto por quem Hayley acaba se apaixonando, mesmo contra a vontade. Ele é insistente e não desiste até que isso aconteça. Finn tem uma irmã drogada que vive em outra cidade. Junto com os pais, eles tentam fazer com que ela largue as drogas, que se interne em uma clínica de reabilitação, mas ela não consegue e entra cada vez mais nesse mundo de dependência química.

E temos Hayley, a personagem principal e narradora de todos esses dramas, além do seu próprio. Posso dizer, sem dúvidas, que ela é uma das personagens mais fortes acompanhei em uma leitura. E mesmo com sua força, ela demonstra a fragilidade e as consequências de suportar todo esse sofrimento. Ela consegue ser engraçada em algumas partes, principalmente no início do relacionamento com Finn, e transmite um comovente desespero sempre que precisa confrontar e salvar o pai dos momentos de crise. Seu amor por ele é lindo, e não porque ele mereça, mas porque ela o ama, porque ela compreende que ele está mentalmente doente, que precisa desesperadamente de ajuda profissional, de medicamentos, e não desiste dele em nenhum momento, por mais difícil que seja, por mais que custe da sua própria saúde física e mental.

Hayley é tão bem construída, que ela reúne em si a força de uma mulher madura, quando precisa ser assim, e a irritabilidade de uma adolescente teimosa, quando é confrontada com os estudos ou com pessoas que ela não gosta, como os professores e Trish. Existem trechos em que fica claro que Hayley está errada, que os professores querem o melhor para ela, que ela recupere as notas, que estude, que não se afunde junto com o pai, mas ela é teimosa e se nega a ouvir. Da mesma forma, fica claro que Trish retorna recomposta da crise que teve e que está pronta para se retratar e ajudar, mas Hayley não deixa, ela não quer, só deseja que Trish desapareça e não volte.

O relacionamento de Hayley com Finn é outro ponto maduro e muito bem construído dentro da história. Eles não se apaixonam do nada, mas aos poucos, conforme se tornam amigos e dividem seus problemas. Mais do que isso, tem algumas partes em que eles brigam, mas a autora não entra naquele clichê de namorados que se afastam por motivos fúteis. Eles têm problemas maiores na vida, não têm tempo para bobagens amorosas. Então, reconhecem o erro que um teve com o outro, se perdoam, e seguem adiante. O drama que eles vivem dentro de suas famílias, com pessoas que eles também amam, é muito maior.

O amor e a persistência que Hayley tem com Andy é o ponto alto da história. Muitos trechos podem passar uma certa raiva ao leitor pela fraqueza que Andy demonstra. Mas, você, não pense assim quando for ler o livro. Não é fraqueza. Depressão, Estresse Pós-Traumático, dependência química, alcoolismo, são doenças que se conectam, doenças sérias, graves, que conduzem à morte se não forem tratadas com responsabilidade, sem culpa ou preconceito. Hayley sabe disso, mas ela não tem condições financeiras e nem físicas de levar o pai para tratamento. Ele é forte, é um fuzileiro. E é emocionante e triste ver como ele tenta se manter em pé, tudo porque ele ama Hayley incondicionalmente. Ela é a única coisa que o prende à vida, mas também é o único motivo para ele deixar a vida, uma vez que ele sabe que é um peso demasiado para alguém tão jovem.

A IMPOSSÌVEL FACA DA MEMÓRIA é uma história profunda, impactante, que demonstra como vários personagens conseguem encontrar forças para salvarem pessoas que amam, independentemente do sacrifício para isso. É uma história de persistência, de abnegação, sobre como manter famílias que estão de despedaçando. Uma leitura que me surpreendeu, que me arrebatou.

Por último, eu queria comentar que, embora o tema central seja depressão e estresse traumático, não existem gatilhos na obra. Um gatilho é quando existem situações que incentivam a doença, ou seja, ações feitas pelos personagens, que sofrem com depressão, sem uma explicação de como eles podem se tratar e de como isso afeta suas vidas de forma negativa. Tem dois exemplos famosos de gatilhos, que são os livros OS 13 PORQUÊS, onde a personagem principal utiliza o suicídio como justificativa e punição para quem lhe fez mal, ou seja, ela cria um motivo, um incentivo; ou POR LUGARES INCRÍVEIS, que demonstra formas de vencer a depressão, mas, no fim, joga tudo para o alto e dá um enorme empurrão em quem deseja se suicidar. A IMPOSSÍVEL FACA DA MEMÓRIA é uma história responsável, construída de forma a exemplificar os malefícios da doença e como sair dela, como encontrar ajuda médica, com um final que deixa no leitor um alívio, de plenitude e felicidade. E por isso, ela é o contrário de um gatilho.

site: http://gettub.com.br/2019/05/13/a-impossivel-faca-da-memoria/
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Carous 16/05/2019

Eu acho que fui bem generosa ao dar 3 estrelas ao livro. Francamente, ele não provocou nenhuma emoção em mim.
Eu nem tinha prestado atenção a esse lançamento da editora Valentina até que o Victor Almeida do Geek Freak comentou que talvez "A impossível faca da memória" fosse sua melhor leitura de 2019. Eu o sigo no Twitter, eu assisto a seus vídeos, eu confio na sua opinião, mas honestamente não vi nada demais nesta história e precisei recorrer, de novo, às resenhas no Goodreads para ter certeza de que eu não estava sozinha neste barco.

Eu até fui com as fuças da Hayley, mas não consigo entender como alguém pode se interessar por ela romanticamente. O romance é até fofinho, mas vamos combinar, pelo tanto de vezes que os encontros foram arruinados por mais um chilique do pai dela, já era pro Finn ter tirado seu time de campo há muito tempo. A vida dele não era nenhum mar de rosas, persistir em mais uma relação complicava me parece o oposto do que ele deveria fazer.

Além disso, mais de uma vez Hayley deixa claro que esqueceu de tomar banho de um dia pro outro e escovar os dentes antes de ir para a escola, vestiu uma roupa qualquer dando "a aparência de uma mendiga", mal penteou os cabelos e voltou pra ela. Quem vai se apaixonar por uma pessoa porca desse jeito? Deus me defenderay!

Como disse, gostei da Hayley, mas isso foi bondade minha porque ela não é fácil de simpatizar. Para começar ela julga demais seus colegas de escola, pessoas com que ela nunca conversou e não conhece direito, mas só porque aparentam ter uma vida melhor que ela e seguem as regras da escola, ela odeia. Desrespeita os professores e pode jurar que eles a perseguem, mas a bem da verdade é que eles só estão cumprindo seu papel e ajudaria se Hayley pelo menos comparecesse às aulas ou fizesse os deveres de casa ou respondesse as questões da prova porque aí sim o professor poderia dar uma nota diferente de 0. Mas ela não faz nada disso e a culpa é da equipe docente e da diretora que se preocupam com ela --' Eu já teria jogado a toalha há muito tempo.

Eu tentei relevar a postura de Hayley. Afinal, ela é uma adolescente, precisa amadurecer e cuidar do pai não é tarefa fácil. Mas a postura de que só ela tinha problemas, de que só seus problemas eram os piores do mundo, de que só seus problemas eram insolucionáveis não colou pra mim. Ela teve várias mostras de que seus amigos estavam lutando as próprias batalhas também. E ainda mantinha a cabeça no próprio umbigo.

Sobre o pai da Hayley eu não quero nem comentar porque minha vontade era enfiar sua cara no asfalto e quebrar um ventilador na sua cabeça. Não tenho familiaridade com estresse pós-traumático, mas foram tantas cenas dele fazendo merda, bêbado, arrumando briga que toda minha empatia por ele morreu logo nas primeiras páginas.
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Aricia 17/05/2019

essa família não tinha nada de normal!
O livro nos trás uma série de assuntos reais e que pode despertar alguns gatilhos, como já disse lá em cima, ele mostra como é difícil pedir ajuda e como um individuo consegue contaminar o ambiente ao seu redor, com seus traumas e como conseqüência desencadeando outros traumas, mas mais do que isso, ele mostra como o amor entre pai e filha, a amizade e lealdade entre eles pode ser forte e linda de assistir. Gracie e Hayley também desenvolvem uma bela amizade com trocas e força entra as duas.

É muito importante frisar que não há romantização desses transtornos, pelo contrário, Hayley quer sair desse ciclo e com custo consegue o melhor para ela e o pai.

Não é uma leitura fácil, eu, por exemplo, como li de noite/madrugada, precisei interromper a leitura devido o peso dramático, da relação entre os personagens, ri e chorei, chorei muito mais do que ri, obviamente, e desde que terminei a leitura, não consegui pegar outro livro para ler, estou rezando aqui para que a ressaca não me pegue!

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LT 20/05/2019

ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS EMOCIONAIS! Mas é uma leitura extraordinária!
Hello Livronatutas, tudo bem com vocês?

Hayley e seu pai, Andy, decidem retornar a cidade natal de seu pai e morar na casa de sua falecida avó, depois de passarem cinco anos na estrada, literalmente fugindo de dolorosas memórias. O intuito de Andy era que sua filha pudesse ter uma vida normal, mas essa família não tinha nada de normal e as coisas de certo modo pioraram...

Vem comigo saber um pouco mais sobre esse P*TA livro?!

ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS EMOCIONAIS!
Portanto, é por sua conta e risco se aventurar nas linhas dessa resenha, mas prometo não entregar-lhes muitos spoilers.
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Andy é um ex soldado que testemunhou os horrores da guerra, sofre com estresse pós-traumático e depressão. Ele alivia sua condição emocional com bebidas e drogas, e sempre que está em crise, bêbado ou drogado, costuma narrar tudo o que fez e deixou de fazer sob a desculpa de ser um soldado americano em uma guerra indesejada ou desejada.

[QUOTE] "Matar gente é mais fácil do que deveria ser." — Papai colocou a boina. — "Sobreviver é mais difícil." [...]

Hayley acompanhou a deterioração do pai sem poder ajudar e cada vez mais o encontra em estado deplorável, somado aos problemas que ela tem de socialização na escola, deseja com todas as forças voltar para a estrada, pois lá o único problema com que tinha de lidar é o pai depressivo.

Na escola, ela classificou seus “amigos” de zumbis ou esquisitos; se sentia deslocada e não conseguia se enturmar, não aprendia nada e se sentia perseguida. A única pessoa com quem se deu bem, foi Gracie, uma menina que a entendia por viver algo semelhante em casa.

Finn é um rapaz da equipe de natação, mas que sonha em fazer o jornal da escola renascer, Gracie o convence de que Hayley escreve bem e o apresenta a ela, que por sua vez detesta o modo como ele a lê e como a inferniza para que escreva um texto pro jornal, ao mesmo tempo em que ela começa a observar seu senso de humor e inteligência, entretanto, seu subconsciente a lembra do turbilhão que acontece dentro de casa e a faz pensar que não deve se interessar por um romance adolescente. E cada vez mais suas memórias dolorosas, que ela tanto fez questão de esconder, estão emergindo sem que ela consiga segurar.

[QUOTE] Engoli o medo. Ele está sempre lá, e ou você se mantém na superfície, ou se afoga. [...]

Hayley é uma protagonista muito sagaz e sua narração é algo espetacular de se ler, todo mérito para a autora que conseguiu dar autenticidade para a protagonista. E, "A impossível faca da memória" temos um universo profundo e singular que deixa os leitores espantados com toda a veracidade encontrada.

O livro nos trás uma série de assuntos reais e que pode despertar alguns gatilhos, como já disse lá em cima, ele mostra como é difícil pedir ajuda e como um individuo consegue contaminar o ambiente ao seu redor, com seus traumas e como conseqüência desencadeando outros traumas. No entanto, mais do que isso, esse livro nos mostra como o amor entre pai e filha, a amizade e lealdade entre eles pode ser forte e linda de assistir. Gracie e Hayley também desenvolvem uma bela amizade com trocas e força entra as duas.

É muito importante frisar que não há romantização desses transtornos, pelo contrário, Hayley quer sair desse ciclo e e luta com muito custo para conseguir o melhor para ela e o pai.

Não é uma leitura fácil, eu, por exemplo, como li de noite/madrugada, precisei interromper a leitura devido o peso dramático, da relação entre os personagens. Ri e chorei, chorei muito mais do que ri, obviamente, e desde que terminei a leitura não consegui pegar outro livro para ler, estou rezando aqui para que a ressaca não me pegue por muito tempo!

Para finalizar, posso dizer que o livro te mostra os dois lados de uma vida de transtornos e, principalmente, ensina ao leitor que devemos prestar atenção àquele amigo recluso, pois uma única lágrima pode significar o pedido de socorro silencioso de toda uma vida de traumas. É um livro que trás mensagens importantes para nossa vida, leva o leitor a reflexões importantes, merece ser lido, vale à pena conferir.

Ah, nos mostra também que muito além do amor entre homem e mulher, o amor e a amizade entre pais e filhos realmente existe de forma sublime, que essa relação pode levá-los tanto para cima ou para baixo.

Resenhista: Aricia Aguiar.


site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/
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Lina DC 20/05/2019

Muito bom!
O livro é narrado em primeira pessoa por Hayley Rose, uma adolescente que carrega nas costas o peso do mundo. Ela e o pai Andy passaram anos na estrada, sem se apegar a nada nem ninguém apenas para que o pai pudesse fugir dos demônios que o seguiam em sua mente: os horrores presenciados durante a guerra. 

Andy mergulhou no álcool e nas drogas e passa boa parte do medo preso em uma profunda depressão ou em situações de paranoia, onde acredita que algo ou alguém está atrás dele. Após um incidente mais grave na estrada, Andy decide voltar para casa e fazer a filha se formar na escola.

"... Primeiro foram os viadutos, depois as cabines de pedágio. Ele faz desvios quilométricos em volta de caçamba de entulho ou até mesmo latas de lixo porque poderiam estar escondendo uma bomba caseira. Ele sabe que é uma bobagem, mas isso não o impede de ter ataques de pânico. Às vezes, ele passa dias sem sair de casa." (p. 97)

Para Hayley, frequentar o colégio Belmont é um pesadelo. Primeiro porque ela não consegue ficar de olho no pai com tanta frequência e depois porque o local está repleto de adolescentes e ela não é fã de multidões.

"O exibicionismo, a zoação, a pose, tudo fazia parte da mentira. Meu cérebro compreendia isso porque eu tinha ouvido os cochichos. Os funcionários da Sociedade de Honra, que já começavam o dia de folga fumando baseados que zeravam o estresse como chocolate. As chefes de torcida, que se cortavam onde as cicatrizes não apareciam. Os membros do grupo de debates, presos por furtos em lojas. Os calmantes da mãe sendo compartilhados como biscoitos, a vodca do pai fazendo a aula de latim do primeiro tempo passar voando." (p. 25)

Tentando desesperadamente segurar as pontas, Hayley faz malabarismos entre se manter uma aluna mediana e manter o pai vivo. Porque é isso que ela faz. É Hayley que cuida da casa, das finanças e que torce com todas as suas forças para que o pai tenha um bom período e consiga manter a mente clara.

Na escola, a protagonista conhece Finn, um jovem inteligente e insistente em ter a sua amizade. Para Haylely, é muito difícil deixar alguém se aproximar, mas Finn consegue romper as suas barreiras e ao conhecer a sua história tenta fazer a garota entender que ela não pode carregar o mundo sozinha.

Hayley é uma personagem única, que lida não apenas com a responsabilidade de cuidar do pai, mas também com problemas de abandono e inseguranças que vão além do comum para uma adolescente. Ainda assim, ela consegue ser uma pessoa forte e determinada, inteligente e com um coração imenso.

A história foi escrita com grande sensibilidade e a autora tratou os temas como os transtornos e os vícios de forma delicada, mas ao mesmo tempo impactante.

A construção dos personagens é muito bem feita e cada um deles conquista o leitor com o seu carisma ímpar.

"Engoli o medo. Ele está sempre lá, e ou você se mantém na superfície, ou se afoga." (p. 13)

site: http://viajenaleitura.com.br/
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Malucas Por Romances 22/05/2019

Já quero outros livros da autora.
Olá, leitores!
Hoje a resenha é de um livro que deixou meu coração em pedaços, mas que ao mesmo tempo me fez rir e me apaixonar por mais uma história. Gosta de livros onde o tema principal seja pai e filha? Então vem comigo nessa resenha.

"Para mim, uma pessoa que precisa anunciar que é digna de confiança merece mais é que a gente minta."

A Impossível Faca da Memória é um livro da autora Laurie Halse Anderson, lançamento da Editora Valentina. A autora tem outro livro também publicado pela editora que é livro Fale!. Ainda não li, mas depois dessa leitura com certeza entrou para a lista.




O livro conta a história da adolescente Hayley Kincain e Andy que é seu pai. Depois de 5 anos viajando de caminhão eles resolvem se estabelecer em sua cidade natal. Andy quer que sua filha faça novas lembranças e seja uma adolescente normal, só que Andy está doente com depressão e pouco a pouco vai se entregando a bebidas e drogas. Como Hayley vai conseguir pensar no seu futuro quando seu pai vive no passado de quando testemunhou os horrores da guerra? Hayley vai ter que desapegar de lembranças também se quiser seguir em frente.

Sabe aquele livro que tinha tudo para ser seu favorito, mas que por causa de uma coisa de nada não foi? Foi assim com o livro A Impossível Faca na Memória. Logo nas primeiras páginas gostei logo de cara de Hayley e sabia que ia ser uma mocinha que não ia esquecer. Pena que achei alguns acontecimentos parados ou que não ia a lugar nenhum na história.

Hayley é uma adolescente com 17 anos e já com muitas responsabilidades. Seu pai vai dar trabalho a ela e Hayley vai sempre estar ligada se seu pai vai ficar bêbado, entrar numa briga ou até mesmo se matar. O leitor vai ficar com o coração na mão lendo.




Mas não só relacionamento entre pai e filha vai ser esse livro, vai ter um mocinho para você suspirar e shippar o casal. Finn estuda na escola de Hayley e vai ser o companheiro dela de desabafos. A amizade entre eles vai crescendo pouco a pouco e Finn também tem seus problemas familiares, que pena que foi pouco abordado.

Outros personagens secundários marcantes vão entrando na trama e queria saber mais sobre eles também. A autora focou mais na relação entre pai e filha e no segundo plano o romance entre Hayley e Finn.

RESENHA COMPLETA NO BLOG

site: http://malucaspor-romances.blogspot.com/2019/05/resenha-impossivel-faca-da-memoria.html#axzz5oV9cZKTz
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Jaque @blogmalucadoslivros 27/05/2019

A impossível faca da memória é o terceiro livro da Laurie Halse que leio, e não posso negar que a autora realmente tem talento para tratar de assuntos sérios.
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Hayley passou cinco anos viajando em um caminhão com seu pai Andy, um ex soldado do exército que vive com traumas do que viveu na guerra. A mãe de Hayley morreu quando ela ainda era criança e seu pai teve outra namorada, Trish, que foi embora quando Andy começou a piorar, deixando Hayley sozinha tendo que lidar com um pai traumatizado, depressivo e que está se afundando em bebidas e drogas.
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Agora o pai de Hayley decidiu que era hora de voltar a sua cidade natal para que ela possa terminar o ensino médio. Mas Hayley considera todos da escola zumbis, que simplesmente seguem o que a sociedade espera deles e que possuem uma vida perfeita. Exceto sua amiga Gracie e Finn, um garoto que apesar da personalidade difícil de Hayley decide se aproximar dela e colocar um pouco de amor em sua vida tão complicada. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀

A impossível faca da memória é uma daqueles livros que apesar do seu tema tão difícil, me cativou logo do início. Hayley carrega um peso muito grande nas costas e em meio a adolescência, tudo fica ainda pior. Mas infelizmente minha empatia pela personagem foi diminuindo ao longo da trama, porque apesar de entender por tudo que ela passava, ela agia como se apenas ela tivesse problemas no mundo. E eu entendi que a trama trouxe outros personagens que também tem problemas pra mostrar que todo mundo está travando uma luta que as vezes nem imaginamos e que tudo bem. Porém Hayley não pareceu entender isso em momento nenhum.
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Já Finn só me conquistou do início ao fim, não sei se aguentaria passar por tudo que ele passou com Hayley, em meio a tanta coisa que ele enfrentava na vida também. Mas essa paciência dele, só me encantou mais ainda.
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Apesar das ressalvas, que me deixaram bem dividida na hora de dar uma nota para a leitura, A impossível faca da memória foi uma leitura marcante, com personagens complexos. Mais uma obra em que Laurie Halse mostrou seu talento na hora de criar tramas com assuntos importantes.

site: https://www.instagram.com/p/Bxsa1LZDCvb/
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Isabela | @sentencaliteraria 26/06/2019

Resenha postada no IG @livroincena
A Impossível Faca da Memória / @edvalentina / 3 ⭐️’s

O livro vai focar na história de Hayley Kincain e seu pai Andy. Ela é uma adolescente com uma vida nada normal, e ele um ex soldado do exército que ainda sofre as consequências de ter lutado na guerra. Após passarem vários anos viajando de caminhão, e fugindo das lembranças que os assombram, eles decidem voltar a morar na cidade natal de Andy.

Hayley age como se tudo estivesse normal, e trata a nova escola e seu futuro com descaso e desprezo. A única preocupação dela é com o pai e os traumas que ele testemunhou, que ameaçam destruir sua convivência de pai e filha. Hayley é obrigada a vê-lo ser lentamente derrotado pela depressão, e se entregar às drogas e à bebida. O que se deve fazer para proteger a vida de seu pai quando a morte o está rondando?

Começo dizendo que sempre tive vontade de ler os livros da Laurie Halse Anderson, pois sei que cada obra dela trata de temas pesados, mas que são bem trabalhados. Por isso, tinha grandes expectativas para esse livro. E ele não é ruim, mas decepcionou um pouco aquelas expectativas que eu tinha ao começar a leitura.

Sabia que o livro ia tratar de traumas, e que envolvia principalmente a depressão. Porém, logo no começo a autora já introduz um romance na história, que até concordo que serviu para aliviar o clima pesado, mas que para mim tirou um pouco do foco que era pretendido por ela. São mostradas sim cenas muito tristes do que a depressão pode fazer com alguém, mas senti que essa temática não foi abordada com tanta profundidade como eu gostaria.

Acho que o que aconteceu foi que fui com muita “sede ao pote”. Por isso não me entenda mal, esse não é um livro ruim, só não atendeu as minhas *altíssimas* expectativas. Mas ainda tenho interesse em ler outro livro bem conhecido da autora, o “Fale!”.

site: https://www.instagram.com/p/BzIoBCuga6-/
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Três Leitoras 08/07/2019

Resenha: A impossível faca da memória
Quando vi a sinopse deste livro, não pensei duas vezes e tinha a certeza de que precisava conhecer essa história, mesmo não tendo sido uma leitura fácil, sei da importância de todos os temas abordados pela autora e acho que todos deveriam conhecer a história da Hayley.

Já aviso a vocês de cara, o livro contém gatilhos emocionais.

Depois de alguns anos, vivendo na estrada com o seu pai Andy, Hayley e ele retornam para a cidade natal dele. Ela tem uma característica fortíssima, não se lembra de nada do seu passado, sejam coisas boas ou ruins e só no desenrolar da história é que vamos entender o que ela fez. Sua forma de proteção foi "apagar" as memórias. Hayley precisa se preocupar com o hoje, deve se preocupar e cuidar do seu pai.

Andy era do exército e todos os horrores que ele viveu, se entregou a depressão, consome bebidas alcoólicas e drogas, tudo isso com o objetivo de esquecer tudo que viu, com um desejo imenso de silenciar todos os demônios que o atormentam.

Hayley está no último ano da escola, mas a última coisa que quer é se dedicar a escola ou até mesmo pensar em ir a faculdade. O pai precisa dela, ela precisa estar por perto, ela precisa cuidar dele, até mesmo quando ele está longe de ser o seu pai.

Fica claro, que hoje Hayley é muito mais uma mãe do que uma filha, mas infelizmente nem tudo está ao seu alcance. Até mesmo quando conhece um garoto encantador na escola, que está disposto a conhecê-la, ela não quer se permitir a baixar a guarda, afinal se fizer isso, tudo pode dar errado. O futuro nunca fez parte da sua perspectiva de vida, mas agora algo está mudando isso.

Laurie irá abordar temas relacionados com a saúde mental e fará isso de forma primorosa, mostrando todos os feitos que estes transtornos causam na família, são consequências em cadeia e que acontecem de forma devastadora. E acredito que como forma de suavizar essas questões, a autora nos proporciona uma história de amor e lealdade entre Hayley e Finn.

Para mim a obra tem um papel muito importante nos dias atuais, afinal estão em uma sociedade onde o Índice de doenças como depressão, TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) e violências psicológicas só aumenta.

A leitura não foi fácil, não pelos temas debatidos, afinal sou estudante de psicologia e eles fazem parte do meu dia a dia, mas pelo fato de não ter conseguido me conectar com os personagens, mesmo a história sendo narrada em primeira pessoa pela Hayley.
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Queria Estar Lendo 14/07/2019

Resenha: A Impossível Faca da Memória
A Impossível Faca da Memória é o mais novo lançamento da Lauria Halse Anderson no Brasil, e a editora Valentina nos cedeu um exemplar para a resenha. O livro conta a história de Hayley, uma adolescente que tenta se adaptar a uma "vida normal" ao lado do pai, um veterano do exército que sofre com transtorno pós-traumático, depressão e o abuso de substâncias.

Hayley não se lembra muito do que aconteceu antes dela cair na estrada com o pai, aos 12 anos, dirigindo um caminhão por todo Estados Unidos. Agora que ela está com 16 anos, no entanto, Andy achou melhor se estabelecerem em algum lugar para que ela possa terminar os estudos e se candidatar a universidade.

É por isso que eles retornam para a cidade natal de Andy, morando na casa que fora de sua avó, e tentam estabelecer uma rotina. A princípio, a garota acha que estar de volta ao lar de infância possa fazer bem ao pai, mas conforme o tempo passa e o passado começa a alcançá-los, Hayley fica sem saber até quando eles aguentarão.

"Engoli o medo. Ele está sempre ali, e ou você se mantém na superfície, ou se afoga."

Assim que peguei A Impossível Faca da Memória para ler, eu já percebi que era um livro da Laurie Halse Anderson. Assim como Garotas de Vidro e Fale! o livro traz a marca registrada da autora, que é sua capacidade de tratar de temas tão delicados de uma forma bem sensível. O que acaba tornando a história até leve, fácil de ler.

Além disso, a narrativa da Laurie é muito fluída, os acontecimentos se costuram muito bem, sem ficar forçado ou surgir do nada e desaparecer. Toda cena tem uma função bem definida e não teve nenhum momento que eu fiquei "tá, mas o que isso quer dizer?". Fora isso, eu amei como o nome se encaixa na história pelas entrelinhas. Normalmente eu amo quando o título é citado dentro da história, mas esse nunca é e, ainda assim, ele está presente em cada parágrafo. A Impossível Faca da Memória não é um acontecimento que pode ser apontado, mas é a sensação de toda a história.

Meu medo era acabar não gostando do Finn, o interesse amoroso da Hayley. Eu nunca tinha lido um romance escrito pela Laurie, por isso não sabia exatamente o que esperar. Mas fiquei bem feliz com ele. Não foi nenhum cara ou casal que me fez suspirar e tudo o mais, mas eu definitivamente me diverti com as piadas internas deles. Também gostei de ver o crescimento da Hayley ao ir se abrindo para outras pessoas e enxergar as camadas no Finn.

"Eu precisava ouvir o mundo, mas o mundo não precisava saber que eu estava ouvindo."

A Hayley foi a minha personagem preferida, acho. Ela é complexa, e ao mesmo tempo simples. Ela tem um terrível medo de abandono e está constantemente tentando salvar o pai, além de ser extremamente afetada pela doença dele. Hayley vive em alerta constante e se culpa muito quando baixa a guarda e algo acontece. Ela não teve tempo para ser uma criança e uma adolescente normal, e a gente vê isso nos trejeitos dela, na forma como se relaciona e enxerga o mundo, no sentindo de "somos nós contra o mundo" que ela exibe.

O Andy, pai da Hayley, também tem um papel muito importante. Ver ele afundando na depressão, no álcool, sucumbindo ao TPS foi triste. Os dias bons e os dias muito, muito ruins, e a forma como tudo isso afetava a filha dele. Apesar de já esperar gostar muito do livro, A Impossível Faca da Memória foi diferente do que eu estava esperando e me surpreendeu muito. Positivamente, aliás.

No fim é uma história sobre como a nossa vida afeta a das pessoas que amamos e um grito desesperado de "por favor, procure ajuda e fique bem". E mesmo correndo o risco de ser redundante, é importante deixar claro: se você ou alguém que você conhece está passando por momentos difíceis ou sofrendo com doenças mentais: procure ajuda e fique bem.

O livro está disponível no formato físico e em e-book. Para os assinantes do Kindle Unlimited, da Amazon, ele saí de graça.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/07/impossivel-faca-da-memoria.html
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Bia 18/07/2019

Ótimo
É uma história incrível que merece todo o reconhecimento tanto por tratar de temas muito importantes, tanto por seu escrito por uma autora muito premiada mundialmente.
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Vicky_v 22/08/2019

Alguns livros são extremamente difíceis de se escrever sobre - e por isso também são mais demorados de se resenhar. Para mim, A impossível faca da memória é um desses livros. Recebi o exemplar da editora Valentina na época de seu lançamento e fiz a primeira leitura da história nas semanas que se seguiram, mas não foi uma leitura que fluiu bem - os meses passados foram bem complicados na minha vida e isso interferiu no meu olhar durante as leituras. Decidi que leria de novo a história em algum momento do futuro e então a resenharia. Na última semana, voltei a abrir suas páginas e finalmente consegui encontrar a fluidez e sentimento que sabia que a história continha. Por isso estamos aqui agora.
Nesta história vemos Hayley, uma adolescente que está tentando se acostumar a frequentar uma escola normal depois de cinco anos viajando pelo país com o pai, tentando sobreviver às aulas e aos desafios que sua vida familiar lhe impõem. Além da personagem principal temos, como personagens extremamente significativos para a trama, seu pai Andy, sua melhor amiga Gracie e o nerd Finn. Nenhum desses três personagens têm o que chamaríamos de vidas comuns - o pai sofre de transtorno de estresse pós-traumático; a amiga tem problemas familiares; e o garoto guarda uma série de segredos.
O que mais tem me interessado nos livros jovem-adulto de ficção realista é a voz de seus narradores, por ser uma ficção realista (e eu nem sei se nós chamamos assim aqui, mas está valendo), problemas contemporâneos são examinados e questionados em suas linhas. Nossa narradora aqui é Hayley, uma adolescente cínica, mergulhada até os cabelos em uma situação dolorosa e que lida com o que é preciso a partir de uma significativa dose de autopreservação [que beira ao exagero (mas faz sentido)]. Ela tem zero esperanças em relação à humanidade e chama de zumbis os adolescentes que frequentam a escola com ela. Desde a primeira página sua voz mostra o tipo de pessoa que ela é: inteligente, sarcástica (ou ácida), desiludida e sem paciência para os dramas comuns da idade.
Hayley traça uma linha divisória entre ela e as outras pessoas. Seus pensamentos sempre acabam em reflexões sobre os dramas adolescentes e sua falta de sentido - ela se recusa a gastar energia com isso. Fiquei surpresa (e em alguma medida, encantada) com a construção da personagem, Laurie Halse Anderson não poupa nada na forma de mostrar a perspectiva de uma adolescente sem esperanças e com uma carga tão grande de medo [por seu pai e por si mesma] que não sobra espaço para mais nada.
Esse foi um dos problemas para mim durante a primeira leitura: por ter passado pela adolescência de forma tão distinta da vivida por Hayley e por estar envolvida com outro tipo de preocupação, não consegui me conectar direito com seu sofrimento. Quando reli (talvez por conhecer a história), os sentimentos foram diferentes e minha conexão com a personagem também. Se toda sua acidez me irritou um pouco na primeira leitura, na segunda consegui [finalmente] perceber que embaixo de toda sua fachada de durona havia medo e dor.
Um elemento essencial para o enredo são os flashbacks. É pelos flashbacks que o pai dela tem da guerra que vemos não só a experiência e trauma dele como soldado, mas também o sofrimento dela. Hayley cresceu sem sua mãe biológica, foi abandonada na infância e teve que ser a figura de adulta responsável quando o assunto era seu pai, então obviamente reprimiu todo seu trauma. Então durante todo o tempo ela precisa lidar com duas bombas prestes a explodir: suas feridas profundas e o humor de seu pai. E esse, para mim, é o ponto alto da trama, mas do que um romance que surge entre a protagonista e o garoto nerd, mais do que a amizade com traços complexos entre ela e Gracie, é a representação de uma adolescente bagunçada, mas extremamente forte, que torna este livro o que é: perturbadoramente comovente. Seu final é um pouco falho, mas história é sobre ela e é Hayley a que mais merece ter indícios de um futuro melhor e mais colorido.
Me parece que o tom desta resenha ficou um pouco estranho, então vou falar um pouco sobre o romance para terminar o texto mais leve. Hayley e Finn tiveram um relacionamento interessante, sua construção foi num ritmo delicado. As brincadeiras sarcásticas entre eles cumpriram bem seu papel de entreter e suas conversas mostraram quão bem foi o desenvolvimento dos dois no decorrer da narrativa.
No final, estou satisfeita. A história me fez pensar muito sobre questões familiares em um nível diferente do que me acostumei a olhar e a pensar a memória e seu [não-]lugar nas nossas vidas.

site: https://www.vickydoretto.com/2019/08/doki-livros-impossivel-faca-da-memoria.html
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