Virgem Depois dos 30

Virgem Depois dos 30 Atsuhiko Nakamura...




Resenhas - Virgem Depois dos 30


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Tiago 28/05/2019

Antes de elogiar, é importante questionar a abordagem tóxica do autor
Desde sua criação, a editora Pipoca e Nanquim realiza um trabalho editorial primoroso. No meio de seu catálogo pouco óbvio, o "Mangá-Documentário: Virgem Depois dos 30" é uma das obras que mais chama atenção. Retratar um documentário em forma de quadrinhos é pouco comum, portanto sua leitura já se torna quase obrigatória para quem aprecia os dois formatos. Além disso, sua temática, que expõe um problema social japonês até então pouco debatido, munido de dados estatísticos, reafirmam a importância de sua leitura. Esses foram os motivos da minha avaliação de 3 estrelas. A falta de duas estrelas deve-se aos incômodos que descrevo abaixo.

Em sua narrativa, Atsuhiko Nakamura é repetitivo, dificultando a fluidez da leitura. Há momentos em que o balão de fala de um personagem apenas repete o que já foi escrito em um quadro narrativo. Informações e diálogos são duplicados em quadros sequenciais, como se o autor duvidasse da capacidade de interpretação do seu leitor. O ápice desse recurso ocorre no final de cada capítulo, onde é apresentado um resumo da história recém contada, incluindo poucas informações extras. Como se não bastasse, as notas de rodapés - que são um incômodo para qualquer leitor - são utilizadas nesses resumos para repetir pela enésima vez o que já foi dito ou para dar uma informação que poderia ser adicionada de forma natural, dentro do texto.

Além das problemáticas narrativas, que podem ser apenas um estilo (ruim) do autor, existem dois pontos que realmente são prejudiciais dentro dessa obra. O primeiro se refere à abordagem da figura feminina no mangá. Para Nakamura, um dos motivos para o "problema”, que resulta nos virgens de meia idade, é o isolamento que eles sofrem por parte das mulheres. Em suas próprias palavras:

“Mulheres podem ser cruéis. Muitas procuram no homem estabilidade, segurança, aparência agradável, poder econômico e facilidade de comunicação. E não têm o menor dó de excluir os que não satisfazem os requisitos.”

É importante ressaltar que nenhuma mulher foi entrevistada no Mangá-Documentário.

Com afirmações tão contundentes, e que o autor expressa com tanta certeza, seria no mínimo ético entrevistar e retratar o ponto de vista dessas mulheres. No entanto, Nakamura evita o contato feminino deliberadamente. Esse é o caso do capítulo em que o autor frequenta alguns encontros, promovidos por uma empresa especializada, em que homens e mulheres procuram se conhecer para formar casais. Diferente dos demais capítulos, em que o foco central costuma ser apenas um personagem, nesse episódio são entrevistados 3 homens (2 clientes e 1 gestor da empresa). São abordados três pontos de vista, nenhum feminino. Sendo que as mulheres são parte essencial do tema e da situação apresentada. As mulheres são retratadas durante toda a obra, mas não possuem voz ativa nesse documentário.

O empoderamento feminino, que deve ocorrer no Japão a passos mais lentos do que em outras regiões do mundo, é visto como um problema pelo autor. Afinal de contas, uma mulher empoderada tem a opção de não se relacionar, não se casar e não transar com um homem de maneira forçada. Obviamente, em uma sociedade sem mulheres empoderadas, o número de virgens com mais de 30 anos seria menor, enquanto o número de mulheres infelizes e violentadas aumentaria. Provavelmente Atsuhiko Nakamura não faria um documentário sobre isso.

Entre os motivos citados por Nakamura para o número elevado de virgens de meia idade estão: “menos pessoas se conhecendo em casamentos arranjados”, “o colapso dos valores familiares” e “o avanço da participação feminina na sociedade”.

O desgosto do autor por mulheres empoderadas e bem sucedidas fica claro quando ele descreve sua editora (a mulher que edita seus textos). Ela é apresentada através de hábitos luxuosos, frequentando restaurantes gourmets, que são descritos com cinismo e asco pelo narrador. Sua raiva ao se deparar com uma mulher bem sucedida chega ao ápice quando é retratado um diálogo entre os dois. Em determinado momento, Nakamura começa gritar com sua editora durante uma ligação telefônica. Sua violência verbal é justificada pelo simples fato dele se sentir em uma situação social inferior, mesmo que essa mulher seja a sua salvação do “inferno”.

O segundo ponto que me motivou a tirar uma estrela da avaliação é a abordagem do autor quando descreve os virgens de meia idade enquanto população homogênea. É possível observar uma empatia de Nakamura com determinados virgens entrevistados, mas ela se perde à medida que o virgem de meia idade deixa de ser um sujeito específico, tornando-se uma população problemática para a sociedade japonesa.

Apesar de mostrar, através de seus personagens, que o virgem de meia idade é resultado da própria cultura japonesa, o ponto focal escolhido pelo autor é de expor o problema - o virgem - e não a sua causa. Seu objetivo é dar luz e combater o próprio virgem, recomendando que o leitor e que a população japonesa evite contato com esse sujeito, pois ele é uma ameaça à sanidade e às normas sociais.

É preciso reconhecer que a visibilidade proporcionada por Nakamura pode ampliar o acompanhamento especializado, tão importante para os virgens de meia idade. No entanto, seria mais produtivo se o autor utilizasse seu mangá-documentário para ampliar o debate e focalizar nos momentos em que expõe a indústria cultural japonesa e os comportamentos da sociedade, que resultam nos homens virgens com mais de 30 anos, ao invés de atacar sua própria existência.

O mangá é bom, seus dados são tão impressionantes, quanto preocupantes. Mas antes de repetir elogios de forma robótica, é importante questionar o viés abordado pelo autor. Infelizmente, Nakamura é apenas mais um sujeito que reforça uma sociedade patriarcal e falocêntrica, e que teve a "sorte” de não se tornar um virgem de meia idade.
Mon 13/08/2019minha estante
Excelente análise.


KarineXavier 17/08/2019minha estante
Excelente.


Jessé 06/09/2019minha estante
Concordo com vc na maioria dos pontos colocados. Mas quando ele diz que ?menos casamentos arranjados? e o ?aumento da participação das mulheres na sociedade? aumentaram o número de virgens, não acho que ele viu algum problema no empoderamento feminino.

Se não existem mais casamentos arranjados, e as mulheres hoje em dia são mais independentes, logicamente que esse número de virgens aumentará. Imagina quantos potenciais virgens conseguiram se casar no passado, graças a casamentos arranjados, ou por as mulheres serem dependentes de homens financeiramente?! Acho que o escritor apenas inúmerou os motivos que fizeram o aumento de virgens aumentarem. Não acho que em nenhum momento ele tenha dito que isso era um problema, e que essas práticas ainda deveriam existir.


Jessé 06/09/2019minha estante
E sobre ele falar que mulheres às vezes podem ser cruéis. Acho que a gente precisa parar de ser hipocrita. Ninguém quer ficar com pessoas mal arrumadas, feias, ou quebradas financeiramente, do tipo que é retratado nesse manga. Eu não sei vc, mas eu não quero me relacionar com tipos como esses. Isso vale tanto pra homens como mulheres, e isso é fato. Pessoas que não se encaixam nos padrões mínimos do que a sociedade pede, realmente são descartados. E sinceramente, a grande maioria pensa assim, mas poucos tem coragem de admitir.


Ricardo.Santana 08/09/2019minha estante
Muito importante esse ponto sobre o autor não dar espaço às mulheres e ainda jogar parte da responsabilidade nelas pelos virgens de meia idade.


Dany 01/10/2019minha estante
Comentários muito pertinentes. Achei bem problemático o fato do autor tratar desse tema sem a participação feminina. A vitimização dos "exemplares" também me incomodou bastante...
Achei bastante hipócrita o comentário do autor de que "Mulheres podem ser cruéis. Muitas procuram no homem estabilidade, segurança, aparência agradável, poder econômico e facilidade de comunicação.", enquanto estava retratando homens, sem nenhuma das características anteriores, que procuram mulheres mais jovens, perfeitas e virgens...
Avalio como 2 estrelas apenas pela contribuição dos dados estatísticos sobre o tema.


Marina 16/04/2020minha estante
Muita boa sua resenha, Tiago!
apesar de eu ter considerado alguns pontos menos problemáticos: não tive essa impressão que ele tinha desgosto de mulheres bem sucedidas e empoderadas. Acho que a situação apresentada (pelo menos pra mim) pareceu apenas que ele tinha inveja da situação confortável em que ela estava, enquanto ele estava numa crise não só financeira, como emocional. Ele até a compara com uma deusa vivendo no olimpo enquanto ele habitava o inferno.
Em relação ao motivo do surgimento dos virgens de meia idade: ?menos pessoas se conhecendo em casamentos arranjados?, ?o colapso dos valores familiares? e ?o avanço da participação feminina na sociedade?. Vendo por um ponto objetivo de vista, tudo isso de fato são alguns dos motivadores. Mas isso não quer dizer que sejam necessariamente ruins. O colapso dos valores que ele cita, são os valores conservadores, aquela situação em que o homem era o único responsável por prover a família, e todo mundo tinha que casar e ter filhos. Isso realmente está mudando, assim como o avanço feminino também é responsável, num sentido de que, antes, as mulheres eram "obrigadas" a ficaram em casamentos infelizes e ser mães e dona de casas. Felizmente hoje o quadro vem mudando, e elas tem escolhas. Já li vários artigos que falam sobre a questão da falta de relacionamentos no japão, e um dos motivadores é o fato das mulheres colocarem a carreira profissional acima do relacionamento. Mas eu vejo isso positivamente!
Mas concordo que a abordagem no mangá ficou superficial! Justamente porque ele citou esses tópicos, mas não abordou a fundo o assunto, e daí poder ter a interpretação que você teve. Mas aqui também eu me questiono se foi um problema de condensamento de conteúdo (o artista teve que pegar trechos pequenos do livro pra transpor pros quadrinhos), ou até mesmo de tradução!

Agora, uma parte eu fiquei realmente incomodada: ?Mulheres podem ser cruéis. Muitas procuram no homem estabilidade, segurança, aparência agradável, poder econômico e facilidade de comunicação. E não têm o menor dó de excluir os que não satisfazem os requisitos.? Essa fala eu achei bem problemática! Não que isso não aconteça muito lá, porque acontece mesmo. Mas é uma situação que envolve muito mais fatores culturais, como você mesmo falou, é uma sociedade muito patriarcal ainda, e isso se reflete nas atitudes de ambos os sexos!
Enfim, gostei muito de ler sua crítica! Eu achei bem interessante o mangá porque esse tema, apesar de não ser novidade pra mim, nunca deixa de me chocar!

Mas é isso, é sempre bom ler com ressalvas e com olhar crítico!


Ize 27/12/2020minha estante
Muito boa análise.


Tiago 02/03/2021minha estante
Quase nunca entro aqui no skoob, por isso não acompanhei os comentários. Algumas pessoas me fizeram refletir sobre essa relação de causa e efeito dos casamentos arranjados e empoderamento feminino X virgens de 30 anos. Ainda acho que esse ponto de vista do autor procura colocar a culpa nas mulheres. Por mais que ele esteja apenas enumerando, nunca fazemos esse tipo de coisa sem intenção de validar um argumento.

Uma observação que podemos fazer é que inúmeros países já tiveram a cultura do "casamento arranjado". No entanto, é difícil encontrar um país com a mesma concentração de virgens depois dos 30 anos como a do Japão. Por isso, é problemático relacionar diretamente o fim dos casamentos arranjados com o aumento de virgens. Caso existisse essa relação direta, teríamos um aumento dos virgens de 30 anos em quase todas as culturas/países.

Resumindo: é possível ter maior empoderamento feminino e fim do casamento arranjado sem o aumento de virgens depois dos 30 anos.

Certamente existem muitos outros fatores sociais e culturais no Japão para apresentar essas estatísticas, é apenas uma pena que não tenhamos uma investigação mais profunda sobre o assunto, que poderia ter sido feita nessa ou em outra obra.




Jessé 06/09/2019

Bonzinho apenas.
Apesar de o manga ter um assunto interessante ( e que não é segredo pra quem conhece um pouco a sociedade japonesa) ele não chega a ser excelente, como alguns estão pintando.

Sem falar que o escritor parece que esteriotipou todos esses virgens de meia idade, apenas por ter experiências ruins com alguns deles, no seu âmbito profissional.
O fato de ele ter algumas experiências ruins, não quer dizer que todas essas pessoas se comportem como a escória da sociedade, e parece que é exatamente isso que o autor quer passar.

A forma como eles foram desenhados também é estereotipada. Esses virgens são sempre desenhados como homens repugnantes, babentos, ranhentos, suados e nojentos. Pesquisei depois algumas dessas pessoas na vida real, e eles não chegam nem perto de ter essa aparecia grotesca retratada no manga.

Como disse, tem um assunto interessante, e que realmente é um problema real. Mas muita coisa retratada é de gosto duvidoso. E quando digo de gosto duvidoso, eu me refiro a visão do escritor sobre o assunto.

Não sei se é algo que vale a pena ser comprado. Pesquisando o assunto na Internet, podemos ter uma visão muito mais esclarecedora e positiva do assunto, e não apenas uma narrativa que parece que foi feita apenas pra chocar o leitor.
ANDER CELES 12/10/2019minha estante
????? Achei a mesma coisa!




Patricia.Areias 15/03/2021

Impossível ler sem passar raiva.
Não sei dar nota para essa leitura, pois o tema é interessante e poderia render uma análise profunda com o auxílio de um psicólogo, por exemplo. Mas não é o que temos aqui. O autor é extremamente misógino, tendencioso, ele trata a história desses homens como lixo, ao construir a narrativa aqui apresentada. Inclusive, em diversos momentos, eles o chama de lixos da sociedade. Muito desrespeitoso. A maioria claramente possui algum tipo de distúrbio psíquico, em maior ou menor intensidade. Alguns ele até confirma tais diagnósticos, para em seguida fazer piada ou ofender.
Um dos caras é claramente pedófilo, já que mesmo virgem, seu interesse sexual são para garotas de no máximo 14 anos, e o autor resolve tratar isso como ORIENTAÇÃO SEXUAL. Pedofilia é crime, você não escreve um livro e diz que ta certo as pessoas se atraírem por crianças.
As mulheres aqui são retratadas em desenhos escrachados, onde o foco são sempre as partes íntimas. Reduzidas a terem peitos e vaginas, passando a ideia que só servem para tais interesses. Além disso, direta ou indiretamente, as mulheres, levam a culpa do motivo pq esses homens não conseguem nem ao menos falar com o sexo oposto, nos retratando como ?exigentes? na busca de um parceiro romântico.
Enfim, são muitos pontos que me fizeram ter raiva, ele até tenta pontuar as problemáticas sociais que englobam onde esses virgens de meia idade estão inseridos, mas não dá 5 linhas, ele está apenas mostrando o problema e basicamente dizendo ?o governo que faça algo? pq ele mesmo em situações de assédio nunca fez nada. Péssimo.
Janaina 24/10/2021minha estante
Mto feliz por ter lido essa resenha. Não cheguei a ler a obra por intuir se tratar exatamente disso, apenas pelo título e sinopse: "a culpa desse problema social é das mulheres que não dão para esses pobres "meninos" aqui, e não da sociedade machista, misógina e violentamente capitalista que os criou". Curiosamente, os comentários positivos a esta obra, são, em sua vasta maioria, emitidos por homens.




Cilmara Lopes 12/05/2019

Um problema social revelado
Embora muitos façam relação com o filme "Virgem de 40 anos", não existe qualquer ligação.
Trata-se de um mangá-documentário, ou seja baseado em relatos e estudos reais.
1 a cada 4 japoneses acima dos 30 anos é virgem, o que equivale a praticamente, elevando ao total da população, 2 milhões de pessoas.
Um fato um tanto isolado na visão de muitos, inclusive era a percepção que eu tinha.
Até perceber por meio dessa leitura que isso é um problema social e não é isolado, vai de encontro com diversos hábitos antropológicos da sociedade japonesa, como por exemplo: os otakus de animes, otakus de idols, haters políticos (direitistas online), problemas em determinados segmentos de mercado, fanatismo religioso...entre outros. No entanto, esses hábitos são apenas os pontos onde esses senhores concentram sua raiva, frustração, angústia e principalmente apatia. Tudo isso é fruto da inabilidade de convívio social/ comunicação e baixa autoestima. É nesse ínterim que estes homens são vítimas de uma sociedade egocêntrica, mas também responsáveis por não trabalharem tal condição da melhor forma.
E o autor vai mais longe ainda, mostra que o fim dos casamentos arranjados contribuiu num âmbito social para esse grande números de homens de meia idade virgens.
Dito isso, essa leitura foi muito rica em informações sobre algo que não era claro e todos comentavam em tons de piada, e fica claro que é um problema social grave que ninguém está dando a devida atenção.
Recomendo fortemente a todos!
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14/05/2019

Quem diria que virgens poderiam ser uma grande ameaça à sociedade. Calcula-se que no Japão, 2 milhões de pessoas acima dos 30 ainda são virgens. Até aí tudo bem, você pensa. Tudo uma questão de opção. Não, não mesmo.

Neste mangá acompanharemos 8 histórias, todas elas reais. Cada capítulo aborda um tipo de virgem: tem o otaku, o fã de idols, o universitário super inteligente, o com pouco estudo, um que quer acreditar que é gay e até um ator pornô! Cada um tem uma obsessão diferente, mas todos possuem algo em comum. Se não é o bullying em algum momento da vida, é a extrema timidez e a total falta de traquejo social.

O que percebemos é que esse problema, somado às características da sociedade japonesa, levam o indivíduo ao extremo, criando pessoas difíceis que são um verdadeiro estorvo para os infelizes que precisam lidar com elas, porque ao invés de encararem a situação e tentarem buscar uma solução, os virgens se escondem atrás de desculpas sem sentido. O problema nunca são eles, mas os outros.

Quando questionados sobre a vida amorosa, o argumento preferido é que estão se guardando para a pessoa “certa”. Só que notamos que essa pessoa tem que ter tantas virtudes que deixa de ser humana, ela está tão longe da realidade – literalmente nos casos de virgens apaixonados por personagens bidimensionais – que é óbvio que nunca vão encontrar alguém assim. Eles possuem um orgulho exacerbado que beira ao ridículo, os caras realmente não se enxergam. Não sei em que ponto isso passa de mecanismo de defesa para delírio total. Triste!
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Pipoco 04/06/2019

Estarrecedor
Este livro é um trabalho documental acerca da vida de japoneses que após os 30 anos de idade se mantêm virgens, por motivos diversos. São facilmente identificados porque apresentam comportamento similar em sociedade (geralmente, são tímidos, mimados, frustrados- tudo típico de quem se reprime sexualmente). Alguns relatos são bem assustadores e mostram o quanto a castração dos desejos e o isolamento podem afetar a psique humana de maneira tão devastadora.
Sugiro a leitura, ainda mais em tempos de tanto conservadorismo e tabus, em que a discussão e prática do sexo começam a ser mais condenadas (e isso eu escreve fazendo referência ao Ocidente).
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Michelle.Danielle 08/10/2019

Muito triste
A arte de ter razão, ou, como vencer um debate sem ter razão. Arthur Schopenhauer tenta nos alertar sobre os estratagemas utilizados por pessoas, políticos, empresa; para ganhar um debate mesmo sem ter razão. Elas são muito utilizadas no meio politico, e principalmente por quem não tem argumentos reais e coerentes.
generalizando ou restringindo uma afirmação. Falacia do espantalho, distorcendo todo o argumento;
Desestabilizar emocionalmente o candidato;
Adhominen, encontrar qualquer coisa que possa ser usado contra o oponente, mesmo que não seja verdadeira; (ex: "voce nao pode me criticar por dirigir bêbado, porque você fuma)
Ataque pessoal, apenas ataques - sem argumentos;
conquistar a plateia, ganhando o povo, independente de estar certo;
Apelo a autoridade;
categorizar os argumentos do adversário em uma categoria odiosa (fascismo, comunismo, antipatriota, capitalismo, etc...)
A leitura deste livro nos ensina a não utilizar tais estratagemas, a não ser que você seja uma pessoa odiosa; além disso nos ajuda a perceber as técnicas em debates alheios.
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Erika Neves.1 09/12/2019

A primeira vista, o título pode causar uma impressão errada, já que há uma semelhança com o filme "O Virgem de 40 anos", com Steve Carrel. Mas não poderia haver engano maior, já que comédia passa longe daqui.Muito pelo contrário, as histórias/depoimentos (todos verdadeiros) narrados nesse mangá são extremamente depressivos e provocam riso, apenas de nervoso.

Ao todo, acompanhamos 8 virgens de meia-idade, cada um de um tipo específico. Suas mazelas, suas tristezas, e dificuldades em se relacionar com pessoas do sexo oposto e em alguns casos, até com pessoas do mesmo sexo. Os mais impressionantes foram o depoimento do ator pornô (sim, ator pornô e virgem) e do otaku de anime. Esse último, morando em um cubículo imundo, mal-cheiroso, simplesmente se conformou com a sua situação de ser apaixonado por um personagem de anime. Fiquei muito chocada pq temos aquela ideia de que o Japão é um lugar extremamente limpo, organizando e higiênico, mas há relatos de que alguns desses otaku param de tomar banho e escovar os dentes, chegando mesmo a perde-los, pela falta de limpeza.

É uma situação muito triste, principalmente pq alguns dos homens retratados tinham um grande potencial para se tornarem alguém na vida, com bons empregos e com famílias, inclusive um deles até revelou que ainda tinha o sonho de ser pai.Mas por diversas circunstâncias da vida, tudo degringolou.

Outro ponto interessante é como a profissão de curadoria de idosos é considerada um subemprego da pior espécie, para pessoas que não tem qualificação profissional ou mesmo ambição de algo melhor na vida. Isso me surpreendeu, pq sabendo da forma respeitosa que os japoneses tratam os idosos, seria lógico que as pessoas que cuidam deles em asilos, tivessem respeito da sociedade. Mas não é assim.

Apesar de ter gostado muito do mangá duas coisas não me agradaram. A primeira foi a total ausência de uma perspectiva feminina sobre os virgens de meia-idade, qual a opinião delas sobre o assunto. As mulheres são mostradas quase que como entidades divinas e distantes, vide a forma como são desenhadas,lindas, sensuais, beirando a perfeição.

E a outra coisa foi a forma que os próprios virgens foram retratados, como criaturas repulsivas e nojentas,sempre babando, ou com o nariz escorrendo, sujos e soltando gases toda hora. Digo isso, pq em duas histórias temos fotos dos personagens verdadeiros e nem de longe eles possuem a mesma imagem repugnante do mangá. Não entendi o motivo da tamanha descaracterização. E somente por isso não dou 5 estrelas.

De um modo geral eu adorei, mas não recomendo para pessoas que estejam em um momento mais frágil de suas vidas ou passando por depressão, pq te deixa muito pra baixo, inclusive tem um aviso de gatilho para suicídio e auto mutilação que foi um acerto da editora Pipoca & Nanquim. E por falar em editora, a edição do mangá está muito bem feita, principalmente na questão da abertura, que é bastante confortável. Mesmo o mangá sendo grosso, vc não precisa ter os músculos do Incrível Hulk pra conseguir abrir.

Recomendo fortemente a todos.
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cinthiaan 16/02/2020

Pesado.
Temos aqui um mangá com um conteudo pesadíssimo. Impressionante ver o quanto a sexualidade pode afetar o comportamento do ser humano. Triste.
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joaoggur 14/12/2023

Um Involuntário celibato: incel.
Neste mangá-documentário, são analisadas as vidas de homens já passados dos trinta anos, mas que nunca conseguiram consolidar o desejo sexual.

O caricaturar dos homens me incomodara; ao invés de simplesmente mostrar suas vidas, em um viés observador, o autor optou por fazer de um certo juízo de valor dos casos aqui apresentados. A incessante repetição que todos os virgens-de-meia-idade são egocêntricos e/ou arrogantes cria uma generalização pobre.

Ademais, gostei de como as situações foram colocadas; cada homem fala sobre seu próprio caso, deixando uma triste pessoalidade na obra. Os textos ensaisticos entre cada caso também foram de bom grado.

O autor poderia ter aproveitado muito mais o tema. A superficialidade matou a obra.
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Lucas.Oliveira 01/03/2020

Crise sociológica no japão
Lí algumas críticas a respeito dessa história dizendo que é preconceituosa e só aborda o lado do autor, tenho que dizer que descordo totalmente, o autor apresenta uma critica a todas as pessoas que vivem no isolamento, o autor tão pouco se importa com o fato da virgindade, essa não é a questão, a questão é um isolamento social que 1/3 da população japonesa sofre, onde as pessoas não se conectam umas com as outras, em alguns casos, me ví em uma escala menor como essas pessoas.

Muitas vezes evito contato, tento não conversar, tento não me conectar com as pessoas, essa é a critica do mangá, não se a pessoa é virgem ou não, o que eu entendi é que o autor quis mostra a verdade nua e crua para todos que queiram encarar, que outra forma teríamos de solucionar o problema, senão encararmos a verdade na nossa face e sermos sincero com nós mesmo.

São pessoas que querem casar com mulheres magníficas, mas não querem e não se esforçam para serem melhores pessoas e tratarem as mulheres melhor, alguns são totalmente machistas. outros sofreram bullying algo bem triste, mas ainda assim quando tem oportunidade eles praticam o bullying com o próximo, é uma representação gráfica bem condizente com a realidade como um mangá documentário deve ser. Amei esse formato, espero que venha mais mangás documentários para o Brasil.

Obrigado Pipoca e Nanquim por esse título incrível.

site: https://www.youtube.com/watch?v=9l761yHxdi0&t=1516s
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Daniel Ledesma 02/04/2020

O problema que muitos não percebem.
Preocupante condição socio-comportamental que é prejudicial tanto para os retratados do mangá/documentário quanto a sociedade em que vivem.
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