spoiler visualizarLucy 10/05/2020
"[...] refere-se à vontade de um leitor ou espectador de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias." Essa é a definição de suspensão de descrença, segundo a Wikipédia. Eu não tenho problema em ligar a minha suspensão, mas esse livro extrapolou os limites possíveis e isso me fez ficar muito confusa quanto a que nota dar ou como avaliá-lo. Gostei? Não gostei? Ainda não sei.
Catfish conta a história de Kate, que conheceu Lewis em um site de namoro e está muito interessada em conhece-lo. Ele parece ser incrível e diferente de todos os outros homens que ela teve o desprazer de conhecer. Mas na verdade, Lewis é George e ele está querendo matá-la. Coincidentemente, o verdadeiro Lewis conhece a Kate e se apaixona perdidamente por ela. Graças a esse encontro, eles descobrem que o "Lewis" é um catfish. E essa é a primeira de várias "coincidências".
Primeiro pensei no filme "Psicopata Americano". Depois pensei em filmes como "Clube da Luta". Tudo isso era muito mais plausível do que o óbvio que a autora começou a jogar na trama. Os caras são gêmeos idênticos, ok. Mas tem muita coisa que achei que era muita coincidência como, o fato de ambos se apaixonarem praticamente ao mesmo tempo, terem o mesmo corte de cabelo, se expressarem com sua amadas da mesma forma, inclusive com o mesmo apelido etc. Eu não sei se gêmeos são TÃO parecidos assim. Tirando as insanidades do George e a vida glamorosa do Lewis, quando eles estavam com as namoradas, pareciam a mesma pessoa. Até o roteiro sexual de ambos é igual! Até a reação das mulheres é igual. Elas são gêmeas também? Sem contar no fato do cara viver como um fantasma por 16 anos, matar mais de 10 pessoas e ninguém dar por falta ou investigarem elas. Só depois que o cara está refazendo a vida e tudo parece estar indo bem para ele. Que coisa, não?
Eu realmente me envolvi com a história, achei ela interessante, fiquei com pena do George e até curti a cena em que ele mata seus sequestradores. Mas eram tantas coisas tão convenientes... E a burrice da Katherine quando dá de cara como "Fake Lewis"? E até mesmo antes, caindo na emboscada dele. Ela demorou uma eternidade pra se tocar da burrada que tinha feito. Não sabia de início se estava lendo a um suspense ou um romance dark. Acho que se mantivesse no suspense estava melhor.
No geral, deixando todas essas coisas de lado, até que ele é legal. Se levasse mais para, sei lá, um transtorno psicológico, teria sido mais interessante e as conveniências e coincidências não seriam um problema. Tomara que não tenha uma continuação, pois fecha bem, apesar do gancho final. Tem vezes em que deixar a dúvida pairando é a opção mais sensata.