Verso prosa e outros labirintos

Verso prosa e outros labirintos André Pinheiro...




Resenhas - Verso prosa e outros labirintos


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Érika 11/11/2019

Provinhas saborosas da cor local
Hoje vim apresentar esse livrinho que eu comprei na feira de livros do 3° @festivalliterariodeitajaisc
Queria comprar um livro por lá e escolhi essa antologia da @editoraipe e da @tracosecapturas por conter trabalhos de boa parte dos escritores que estavam lançando livros no Festival. A ideia era conhecer a obra desses escritores e de outros que formam a cena literária da minha cidade de residência, Itajaí. Nada melhor que uma antologia para conhecer um monte de gente de uma vez só. Além disso, a edição é uma gracinha: em papel amarelado, arte de capa muito bonita, letra pequena, mas bem legível, o livro em si pequenino e com os cantos arredondados, cabendo direitinho na estante entulhada e prático para levar por aí. Por essa portabilidade, acabei lendo o livro bem rápido, encontrando inclusive textos de autores que eu conhecia de fama (como o @romulomafraescritor) ou de outras paragens, como o @nahorlopesjr.
O conceito da obra é bem aberto. O livro abarca poemas e pequenos contos, com o temas mais variados. Há desde ficção histórica até contos semisobrenaturais e até uma história sobre um ataque alienígena. Em suma, o que cada autor encontrou em seus labirintos internos para trazer como sua contribuição. Os estilos também variam bastante. Encontramos desde narrativas mais diretas, como em "Biografia de um João" (Eraldo Pereira Machado), até textos bastante herméticos, com "O arcaico e seus demônios" (J. I. Venera). Vários contos trazem reviravoltas próximo ao final. Em alguns casos, como em "Inóspito café" (Kátia Nascimento), o recurso funcionou bem, fazendo-nos até ressignificar a personagem. Já em "Ainda vive uma parte de mim?" (Daniel Barros), o efeito não foi o mesmo, restando certa confusão sobre o que realmente aconteceu. O texto "Ingrediente indesejado", de Mafê Probst, é possivelmente o mais fluido e bem amarradinho dos contos. Também vale mencionar "Fim de Caso", de João Francisco de Borba, que cutuca as emoções com vara curta. A epígrafe de Lorca lhe caiu muito bem. O grande destaque do livro para mim, porém, talvez por causa da minha própria disposição de leitora nos últimos dias, está nos poemas. Nos jogos de imagens de "Guarda Florestal" (Nilson Weber) e especialmente nos jogos de palavras e sentidos de "Soul" (Índia Alves) e dos três poemas de André Pinheiro. A musicalidade desses poemas, materializada na riqueza de aliterações e na presença de repetições com variação ao estilo Drummond os torna bem propícios para serem declamados em voz alta. Fiquei com bastante vontade de ler o recém-lançado (literalmente) livro de André Pinheiro, "Num copo de blues, bebo poesia". Quem sabe para uma resenha futura.

site: https://www.instagram.com/erikaemletras
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR