Aisha Andris @AishandoBooks 31/10/2020
Tem alguns problemas, mas ainda assim me cativou e aqueceu meu coração
No livro que abre a série “Irmãos Blackburn”, acompanhamos a história de Annelise Clarke, uma jovem camponesa que cresceu cercada de amor e, embora nunca tenha sido rica, nunca passou nenhuma privação. Ela perdeu a mãe muito cedo, mas seu pai se dedicou intensamente para suprir essa falta, porém, em seus cuidados para com a caçula, acabou negligenciando o primogênito, Edmund, que foi quem mais sofreu com a morte da mãe.
A vida de Annelise começa a mudar aos quatorze anos, quando o irmão se forma na faculdade e muda-se para Londres, onde passa a levar uma vida desregrada que acaba por destruir as finanças da família. E as coisas se complicam de vez quando o pai dela pega uma súbita doença e falece, fazendo com que Edmund herde tudo e termine de dilapidar os poucos bens que restaram. Ele não dá a mínima para a irmã, que passa a sofrer grandes privações e a depender da boa vontade dos vizinhos para ter o que comer. Sua vida só não fica pior graças a Agnes, uma criada fiel que se mantém ao lado dela apesar de tudo e com quem divide as tarefas domésticas.
Conforme o dinheiro diminui, Edmund fica mais e mais estressado, até que um dia volta para casa e espanca a irmã cruelmente, obrigando-a a fugir. Na pressa para partir, ela acaba esbarrando num baú cheio de cartas incriminadoras que mostram que, após a morte da mãe, o pai acabou se envolvendo com Valerie Blackburn, uma condessa casada. Sem ter para onde ir, Annelise decide procurar a lady em busca de emprego e proteção, mas ela se revela uma mulher fútil e mesquinha, e o que começa como um humilde pedido de ajuda, termina em chantagem.
Annelise obriga Valerie a acolhê-la como protegida em sua casa. Ali ela passa a ter aulas de etiqueta e a aprender a se comportar como uma dama, para que possa encontrar um bom marido que seja capaz de mantê-la longe das garras do irmão. Annelise começa a conviver com os filhos da condessa e acaba fazendo amizade com Natalie e Mary Blackburn, duas jovens que têm idades bem próximas da dela, e sente seu coração bater mais forte por Henry, o primogênito.
O conde está gravemente doente e começa a se preocupar com o fato de seu herdeiro ter chegado aos trinta anos e continuar solteiro, por isso lhe dá um ultimato dizendo que, se não encontrar uma moça de linhagem nobre e se casar em até um ano de sua morte, o condado passará para seu segundo filho, Joshua. Henry não fica nada feliz com a ideia de perder seu direito de nascença, por isso, mesmo a contragosto, decide começar a procurar uma esposa. O problema é que a mulher que desperta sua paixão parece não ter qualquer ligação com a aristocracia.
Apesar do início conturbado, “O Segredo de Annelise Clarke” acabou se mostrando um livro super fofo, que aqueceu meu coração. É muito gostoso acompanhar a aproximação dos nossos mocinhos e vê-los se encantando cada vez mais um pelo outro, mesmo sabendo que, em algum momento, as coisas vão se complicar, quando a chantagem vier à tona. Só que os dois têm pensamentos e atitudes que me incomodaram um pouco ao longo da leitura, e eu confesso que não curti tanto o desfecho da história, não. Achei que tudo se revolveu muito fácil, e alguns personagens mereciam ter sofrido mais, na minha opinião. Ainda assim, é um livro que eu recomendo. A Karol tem uma escrita super fluida e deliciosa de ler, e, apesar dos defeitos, Annelise e Henry são um casal que cativa a gente. Além disso, temos algumas revelações ao longo do livro que eu simplesmente adorei, mesmo que elas não tenham sido tão surpreendentes assim.
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