spoiler visualizarPri_Gejao 28/05/2023
Memória
Copiando a contra capa...
Preso durante o regime militar, Rogério parte para o exílio. Ao voltar, enriquece no ramo imobiliário. Visitando um prédio que pretende comprar, vê uma mancha que lhe impõe uma tarefa paradoxal: lembrar e ao mesmo tempo livrar-se da memória dos anos de ditadura.
Meus comentários
É um conto mais longo e proporcionalmente genial de Luis Fernando Verissimo.
Paradoxal e irônico são duas palavras que escolho como chave para este conto.
Como duas pessoas que passaram pelo período de 68 a 72 sendo torturadas, presas, exiladas lidam com a memória depois de tantos anos?
É um registro e uma decisão individuais. Guardar, esquecer, reprimir, reproduzir, virar a página?
O contraponto de pensamento de 2 personagens, que achei centrais no conto, nos mostra com clareza esta dicotomia da memória.
Os demais personagens, igualmente importantes para a construção do contexto, fazem o conto, assim como em O Condomínio (outro genial de Verissimo), nos dar a impressão de que o esquecimento é imprescindível para se adequar à vida que se coloca adiante: a de uma classe média alta, onde torturadores e torturados convivem cordialmente dentro de muros de proteção, sempre contra um inimigo externo que não se concretiza.