Juliano Pavollini

Juliano Pavollini Cristovão Tezza




Resenhas - Juliano Pavollini


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Daniel Andrade 15/10/2022

Maravilhoso.
Apenas um dos melhores livros que já li. Talvez tenha uma certa tendência em gostar muito dessa história porque se passa em Curitiba, e o Juliano circula por diversos locais que são muito queridos por mim. Isabela, Doroti, Lorde Rude... consigo imaginar cada um deles em cada esquina da cidade, em cada boteco da XV, pela Ubaldino, no Passeio Público.
Simplesmente um livro incrível, e agora sinto necessidade de ler toda a bibliografia do Cristovão Tezza.
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Henrique Fendrich 26/10/2020

Livro lido há muito tempo. Lembro que me agradava o fato de que a história se passava em Curitiba, onde eu morava há pouco tempo, então eu podia associar os cenários que lia com aquilo que eu estava conhecendo.

Eu emprestei esse livro e nunca mais vi a cor dele.
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MF (Blog Terminei de Ler) 01/12/2019

Personagens complexas e interessantes em um romance muito bom
Livro "Juliano Pavollini", romance do escritor catarinense Cristóvão Tezza, publicado originalmente em 1991.

Nota inicial: resenha com spoilers.

A obra conta a história de Juliano, adolescente que mora no interior do Paraná e, após a morte do pai, homem severo e religioso, nunca plenamente satisfeito com as conquistas do filho, foge para a capital Curitiba, abandonando a família. Durante a viagem, conhece no ônibus Isabela, mulher bela, madura e rica, que o acolhe, levando-o para morar num bordel, onde interage com prostitutas e ladrões.

Esse resumo lembra um pouco a própria história de Tezza. Afinal, ele nasceu em Lages (SC) mas mudou-se, com oito anos de idade, para Curitiba (PR), onde viveu deste então. A capital paranaense é cenário de boa parte de seus romances como, por exemplo, "Trapo" (1988), "O fantasma da infância" (1992), "Uma noite em Curitiba" (1995), "O fotógrafo" (2004), e o livro foco desta resenha. Da mesma forma que ler Luiz Ruffato é como visitar São Paulo e, ler Roberto Drummond, é o mesmo que visitar Belo Horizonte, as linhas de Tezza conduzem pelo Paraná, seus pontos relevantes e outros nem tanto.

A escrita de Tezza é elegante, sem rebuscamentos, focando na interação de seus personagens. Não há explicações sobre suas motivações, estando essas nas entrelinhas ou deixadas propositalmente em aberto. Isso é interessante pois traz um tom realista, próximo da realidade, visto que as qualidades e, principalmente, os defeitos, são expostas abertamente.

O olhar do leitor ou, por assim dizer, o olhar crítico, fica a cargo da personagem Clara, psicóloga, para quem Juliano, o narrador, relata a história de sua vida, em uma prisão onde cumpre pena. Tal relato divide o livro em duas partes bem distintas. Na primeira, vemos a infância até o fim da adolescência. No segundo momento, temos Juliano já ambientado na nova realidade.

Ao narrar sua história, Juliano busca algum tipo de redenção. Ele diz:

"Com o passar do tempo, o tempo perde o brilho, massa flutuante, uma ponta aqui e outra lá, entre os vazios. Quanto mais nos afastamos, mais tudo fica igual a tudo. Perdemos senso, nitidez, ângulos; perdemos a fúria. Há quem chame isso sabedoria. Se nos afastamos ainda mais, olhando para um passado que está em lugar nenhum, mas que nos lanha, queremos morrer, e também isso parece sabedoria. E há os que se aferram desesperados ao que foram, ou poderiam ter sido - passamos a vida escutando os gritos desses loucos."

Há uma abordagem implícita sobre o egoísmo e a maturidade, no romance de Tezza, o que explica (e não justifica) certas decisões e miopias. A mensagem que fica é que ambas as características levam a uma natural falta de empatia e inconsequência.

Uma outra abordagem, mais poética, no romance, é a de que o amor pode se manifestar onde menos se espera. O sentimento puro pode ser encontrado na luxúria.

Uma terceira abordagem, mais psicológica, é a de que os traumas e experiências passadas podem definir nossas ações presentes.

Enfim, abordagens possíveis para se entender motivações de personagens que, por serem realistas, a tornam complexas. No fundo, seríamos espelhos, passíveis de sermos facilmente interpretados? Difícil dizer.

Tezza é um dos grandes nomes da literatura nacional contemporânea. Escrita elegante, por vezes poética, é literatura em alto nível. Um livro envolvente, com personagens complexos e interessantes.

Para finalizar, "Juliano Pavollini" possui, há anos, um projeto de adaptação para cinema, que nunca é finalizado. Uma pena pois daria um filme muito bom.

P.S.: Caso tenha gostado do que escrevi, visite https://mftermineideler.wordpress.com/
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