@aprendilendo_ 01/11/2020
Resenha de A Difícil Arte de Ser Você Mesmo
Com o rápido desenvolvimento da tecnologia no séc. XXI e suas consequências na forma como a sociedade se comunica, o distanciamento, não apenas físico, mas emocional, tornou-se cada vez mais comum entre os jovens. O resultado disso é inegável, a transformação do homem em uma espécie de produto fast-food por meio de aplicativos como o Tinder ou Instagram afetou diretamente a capacidade geral de nos relacionarmos com seres humanos, aumentando algo já existente na sociedade desde os primórdios, o medo da intimidade e principalmente, de ser quem nós somos. E nesse contexto, em seu livro “Scary Close”, o qual foi traduzido em português para “A Difícil Arte de Ser Você Mesmo”, o autor Donald Miller conta parte de sua caminhada em direção a compreender a forma saudável de se relacionar e ser autêntico com as pessoas as quais amamos.
Dito isso, o livro, com cerca de 200 páginas, desenvolve-se de forma sucinta e dinâmica. Essa característica é essencial em obras as quais abordam temas duros como o relacionamento. Afinal, apesar da capa divertida e do nome não muito complexo, o tema roda justamente em torno de uma das maiores dificuldades de todo ser humano em busca de desenvolver sua personalidade, a de encontra-se e saber ser encontrado por outras pessoas. Como consequência, quando criado um ambiente leve e descontraído, imergindo o leitor em um diálogo amigável, todas as verdades passadas tornam-se mais digeríveis do que seriam se feitas de forma ríspida ou confusa.
Em congruência com os pontos anteriormente citados, a relevância do livro surge de forma clara no momento o qual, adicionado à dialética compreensiva, o autor apresenta dilemas e respostas realmente pertinentes os quais ajudam àqueles em momentos problemáticos ou apenas em busca de um maior autoconhecimento, abordando assuntos como a manipulação, dependência emocional e demonstrar emoções. Para fazer isso, Donald utiliza-se de sua própria história, dando ao livro um certo tom biográfico. Passamos pelos momentos do escritor desde suas diversas desavenças amorosas, até o processo de entender os problemas e dificuldades os quais o prendiam à uma inocuidade nas ligações interpessoais. Esse ponto, por fim, traz os últimos grandes pilares da escrita, a ligação autor-escritor e uma alegre sensação de esperança de que, mesmo com as dificuldades, ainda podemos nos tornar pessoas melhores durante a caminhada. Ótima leitura.
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