Camis 22/09/2021A cura do mundo líquido reside no amor e na responsabilidadeDeus me colocou este livro nas mãos no tempo certo para me ajudar na cura da minha maneira deturpada de amar. É desconcertante constatar que eu não sei amar. E que o tal do mundo, cada vez mais "líquido", se afasta cada vez mais do amor verdadeiro, colocando em seu lugar mentiras e simulacros. Confesso que ser sinceramente amável com uma pessoa que não me agrada ou de quem não espero nada sempre me constituiu um grande desafio. Mesmo meu marido e meus pais. E como também nem sempre os agradei nem lhes fui sempre útil, senti muito desamor durante toda a minha vida, o que me causou enormes ansiedades e inseguranças.
Além disso, percebi também o quanto eu ainda sou ignorante acerca da minha própria fé e dos ensinamentos de S. João Paulo II, que eu sempre tive a impressão de que era uma espécie de carrasco para todas as pessoas que não desejavam ter filhos. Pelo contrário, a profunda compreensão e a caridade que revela nos seus escritos para com as pessoas que, digamos, têm fobia de ter filhos (o que até recentemente era meu caso), me surpreenderam. A defesa de que a maternidade e a paternidade devem ocorrer de forma consciente e dentro de um matrimônio sadio, em que o amor tende a multiplicar-se, vai na contramão da infantilização dos relacionamentos e da romantização da maternidade, das expectativas que tantas mulheres cultivam e que depois, durante a gestação ou no puerpério, transformam-se num pesadelo regado a aborto provocado, baby blues , depressão pós-parto e até mesmo infanticídio, como infelizmente tem ocorrido cada vez mais em nossa sociedade doente.