Resenhas - O príncipe

Hélio 21/10/2021

O Príncipe - Nicolau Maquiavel
Se alguém deseja entender como agem muitos políticos, como eles planejam suas maldades para conseguir seus objetivos, basta ler esse livro com atenção.
Um dos maiores clássicos da ciência política, "O Príncipe" foi escrito pelo florentino Nicolau Maquiavel, em 1513, logo após ter saído da prisão. Maquiavel dedicou o livro ao príncipe Lorenzo de Médici. Um amigo entregou ao príncipe, mas nunca foi lido por este. O objetivo de Maquiavel ao agradar o príncipe com esse livro, que o instruiria a se manter no poder, era recuperar o cargo de alta posição na chancelaria de Florença. Maquiavel não recuperou seu emprego e morreu pobre, mas o seu livro teve um impacto tão grande, que depois de mais de quinhentos anos, o príncipe, continua sendo lido pelos políticos de todas as partes do mundo. Esta obra tem sua importância tanto para os governantes, como para os governados entenderem como agem aqueles.

É comum quando se fala em Maquiavel muita gente atribuir a ele a famosa frase "Os fins justificam os meios", uma espécie de frase-símbolo de toda imoralidade e ambição. Mas segundo Júlio Pompeu que prefaciou esta edição e outros autores, é um equívoco, Maquiavel jamais escreveu essa frase. Trata-se de traduções não corretas da frase do último parágrafo do capítulo XVIII de "O Príncipe."

Alguns trechos:

"O príncipe precisa ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leão não serão bem sucedidos. Por isso um príncipe prudente não pode e não deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram sessem de existir." (Será por isso que muitos políticos, ao serem eleitos não cumprem as promessas de campanha?)

"O Príncipe deve 'APARENTAR', à vista e ao ouvido, ser todo piedade, fé, integridade, humanidade, religião. Não há qualidade de que mais se careça do que esta última." (Lembra alguém? Este é o motivo de alguns políticos aparentarem serem religiosos. Será que os filhos de nosso presidente já leram para ele o príncipe?)

"A respeito das qualidades de inteligência de um príncipe, repousa na observação dos homens que ele tem ao seu redor."

Estante Filosófica 19/06/2020

O grande homem e uma tragédia.
Nicolau Maquiavel foi um homem do século XVI que escreveu O Príncipe. Esse livro foi criado com o intuíto de servir como uma espécie de guia de conduta para o novo príncipe, Lorenzo II de Médici. Com isso, entregando essa obra como presente, Maquiavel zelou pela tentativa de voltar ao seu antigo cargo de alta posição na Chancelaria de Florença. Mas, infelizmente, ele acabou morrendo pobre em sua pequena vila do interior.

Essa obra é muito polêmica e até mesmo o termo maquiavélico tem aspécto negativo. Isso se deu por diversas interpretações errôneas sobre as questões escritas no livro. A própria Igreja condenou a sua leitura como pecado. Enfim, foi por sorte que conseguimos ter acesso a leitura de uma obra datada por volta de 1500.

Ao meu ver, esse livro trouxe para a população uma melhor visão acerca das atituides dos governantes, e não só para o príncipe as formas de lidar com diversas situações. Assim, essa obra foi revolucionária por sua pesquisa acerca das questões históricas e de como Maquiavel buscou as falhas de outros para encontrar o caminho da plenitude.

A sua leitura é um pouco densa, com palavras rebuscadas e expressões antigas. Entretanto, foi um livro que deveras me agradou, com um toque de clássico, recomendado para todos os tipos de leitores.