@vaisetratarleitora 27/03/2023
Como sempre, muito bom!
Dando continuidade ao meu projeto pessoal de leitura dos álbuns de Asterix, chegamos ao seu 5º álbum, publicado originalmente na revista Pilote em 1963, e no formato de álbum em 1965.
Eu gostei bastante da história, Asterix e Obelix fazendo os romanos de bobos é sempre engraçado, e a forma como René consegue mesclar passado e presente nas histórias é muito legal.
Novamente deixo a ideia de que se houvessem notas de rodapé explicando as curiosidades e os motivos de cada personagem e passagem, ajudaria demais a dar mais profundidade e significado na história, principalmente para nós leitores não franceses, que não sabemos por exemplo do trânsito de Paris pra Nice nas férias, ou o fato de que as pessoas do norte da França tem dificuldade de dar uma resposta direta e o autor incorporou isso na história. Sem saber desse pano de fundo, não deixam de ser passagens engraçadas, mas acaba sendo só isso, e sinto falta desse conhecimento. Eu descobri essas coisas lendo a resenha feita pelo site Plano Crítico, que teme ajudado bastante nessas leituras.
Apesar de ter gostado da história, duas coisas me incomodaram. A primeira foi o desenho estereotipado dos dois personagens negros que aparecem na história (e isso já aconteceu em um álbum anterior também). Não chega a ser tão ruim quando Tintim no Congo, mas ainda assim, não é legal, embora eu entenda que talvez na época as pessoas não vissem problema nisso (os desenhos antigos aí das décadas de 80 e 90 estão aí pra provar como isso era normalizado). A segunda coisa é que a história acaba sendo muito curta para o que se propõe. Os personagens deveriam passar por 12 cidades, se não me engano, mas isso em 50 páginas acaba ficando corrido demais e algumas cidades mal é mostrado alguma coisa. Eu acho que teria sido muito melhor fazer uma história maior e dividir em 2 volumes.
Apesar disso, eu gostei da história de forma geral e acho que vale a pena a leitura.