@retratodaleitora
27/08/2019“The truth is, men make terrible pigs.”
Eu não sou uma leitura muito empolgada quando o assunto é releituras, e mitologia grega nunca foi meu ponto fraco... até agora. Madeline Miller já tinha me conquistado com o incrível conto Galatea, e estava mais que na hora de me aventurar em um de seus romances. E vamos combinar que Circe está fazendo um grande barulho nas plataformas literárias! Lançado em 2018, esse foi um dos livros que mais me chamaram atenção, mesmo tendo tudo que eu geralmente passo longe ele conseguiu me deixar super curiosa. E ainda bem que o li. Foi uma experiência maravilhosa, apesar dos altos e baixos da narrativa que, no final, perde um pouco da força em minha opinião.
Aqui conhecemos Circe, uma das filhas de Helios (deus do sol). Ela, que não nasceu com todo o glamour de sua mãe Perse, filha de Oceanus e Tethys, muito menos a força de seu pai... A força e o poder de Circe se revelariam depois, quando ela conhece um mortal por quem se apaixona; o poder de Circe, desconhecido até para ela, é capaz de transformar rivais em monstros, homens em porcos e plantas em venenos e feitiços imbatíveis. Ela, que passa a eternidade exilada na ilha de Aiaia após graves infrações, imprime seu nome neste livro como personagem importante na história dos grandes deuses, ela mesma como protagonista, finalmente.
Mesmo não conhecendo tanto de mitologia grega eu entendo e defendo quando autores se propõem dar protagonismo a personalidades femininas que, na literatura geral, não tiveram seus feitos reconhecidos com a mesma frequência e intensidade que os homens. É o caso de Circe, Galatea e tantas outras. Como eu escrevi ali no começo, o livro tem altos e baixos. A primeira metade foi quase perfeita, já a segunda foi um pouquinho repetitiva e lenta, além de a protagonista ter se transformado completamente em pouquíssimas páginas e do surgimento repentino de um romance que não teve espaço algum para se desenvolver. Apesar dessas baixas na história, ainda é uma leitura extremamente válida, interessante e tão repleta de acontecimentos que, ao final, fica a sensação de que li toda uma trilogia de calhamaços, não um livro de quase quatrocentas páginas.
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