Docile

Docile K.M. Szpara




Resenhas - Docile


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Bxkunin 16/08/2020

Num mundo onde as dívidas são enormes e passadas de pais para filhos, os devedores tem a possibilidade de se vender por alguns anos, ou a vida toda, para lavarem o nome e salvar a as famílias. Para fazer do tempo como escravos algo menos horrível, uma droga, Dociline, é vendida para que os devedores se tornem mais dóceis e com a memória menos arraigada. Elisha, cujo a mãe nunca se recuperou dos efeitos da droga,herdou uma dívida de três milhões e se vê escravo do herdeiro do império que produz o Dociline pelo resto da sua vida.

Com Vermelho, Branco e Sangue Azul falamos da necessidade de livros quentinhos e "sessão da tarde" para a comunidade LGBT, agora vamos falar da necessidade de acabar com os livros que fetichizam lgbts romantizando situações de abuso físico, sexual e psicológico.

Fiquei muito interessada nesse livro porque achei que seria uma versão urbana e anticapitalista de Príncipe Cativo, mas além de escravos """voluntários""", não tem mais nada de parecido. Tendo na capa a frase "existe consentimento no capitalismo?" o livro se vende como uma crítica social, mas uma narrativa fraca que se escora em casal gay e algo beirando pornô tortura.

Durante toda a leitura fiquei esperando pelo momento que o protagonista ia perceber o que estava se tornando e lutar por si mesmo, por direitos, por tentar fazer a sociedade um lugar melhor, pelo mínimo. Mas não, ele só fica mais e mais um escravo dócil e dependente de Alex, seu Patron. O mínimo que se espera desse tipo de narrativa é que o protagonista escravizado que veio das massas faça alguma coisa pelo mundo, se rebele pelo menos um pouco, ou no minimo, se salve. Mas Elisha não faz nada disso. Por tanto, ser o herói recai sobre o suposto vilão, Alex. Alex, o dono da empresa que sintetiza a droga e mantém o governo fazendo acordos de escravidão, é o responsável por destruir Elisha e depois ajudá-lo a se reconstruir, é quem vê os podres por traz do sistema e da droga SOZINHO e quem tenta resolver tudo.

Alex, além de praticar todo tipo de abuso contra Elisha e não se importar em nenhum momento com os abusos praticados com os outros Dociles, é o herói da trama, romantizando todos os aspectos do abuso e das torturas que praticou, já que se vê apaixonado pelo escravo que já não sabe mais viver sem ele. Mesmo depois de um estupro claro e gráfico, Alex não se redime e Elisha continua achando que está apaixonado.

Em nenhum momento da história Elisha aprende que nada daquilo era amor de verdade e passa a conhecer Alex como iguais e se apaixona por ele se verdade. Assim como Alex não se apaixona por Elisha estando nas mesmas condições. É tudo uma relação de poder do começo ao fim, nunca é amor. É uma relação de dependência e codependencia do começo ao fim.

Esse tipo de narrativa fetichiza LGBTs, nos tira de nossos lugares como seres humanos. Viramos meros personagens que existem para o prazer do leitor, em sua maioria heterosseuxal; existirmos para aguentar abusos de todos os tipos e vê-los como amor para o deleite do leitor. E, obviamente, isso está errado.

Queremos livros com representatividade de verdade, que nos escrevam como seres humanos de verdade com histórias bem desenvolvidas e tragédias não romantizadas.
comentários(0)comente



Anny Barros 06/03/2020

Infelizmente, esse livro realmente não é para mim. A história realmente parecia interessante no conceito, mas depois de ler quinze capítulos (e uma olhada curiosa no último capitulo, onde vi que o autor realmente fez algo que eu realmente não queria que acontecesse, independente do desenvolvimento da história/personagem) da mesma mesmice eu resolvi abandonar. Esse vai ser um daqueles livros controversos, que você ou ama ou odeia. Acabei na segunda categoria.
Hanna 21/03/2020minha estante
A premissa do livro é meio enganadora né? Pelo que notei, todo mundo esperava algo diferente do que o livro entrega. Alguns amaram assim mesmo, mas as pessoas que são mais próximas e tentaram acabaram todas, como nós, largando o livro e odiando. É uma pena.




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