O teatro de Sabbath

O teatro de Sabbath Philip Roth




Resenhas - O Teatro de Sabbath


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gbrlafonso 14/05/2024

"Amado Cliente de Puteiros, Sedutor, Sodomita..."
Mickey Sabbath é um titereiro aposentado, com uma vida repleta de escândalos resultantes do seu modo de vida lotado de libertinagens. Sabbath teve uma vida rodeada por mulheres fortes, e a forma que as mulheres são retratadas trazem um teor real, quase que uma descrição de suas almas.

Sabbath é sustentado por sua esposa Rose após ter visto sua vida profissional ruir por assédio e doença; e se relaciona com Drenka, uma amante que se tornou sua companheira nas mais diversas obscenidades.

Acompanhado pelo espirito de sua mãe, uma mulher traumatizada pela perda do filho mais velho na guerra, que se torna sua confidente na morte como nunca foi em vida, Mickey se mostra assombrado pelos traumas do seu passado.

Em um compilado de situações desagradáveis que o titereiro gera nas pessoas que o cercam, muitas vezes amplificando demônios desses passados atormentados, O teatro de Sabbath é um livro cru, visceral e que vai te fazer dar risadas de nervoso, sentir asco, refletir e apreciar um personagem que é repugnante, mas muito bem escrito.
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Hênio 02/05/2024

"O Teatro de Sabbath", de Philip Roth, é uma obra fascinante que mergulha nas profundezas da psique humana, explorando temas como identidade, desejo e decadência. Roth apresenta um protagonista complexo e controverso, Mickey Sabbath, um marionetista aposentado que vive à margem da sociedade, lidando com suas próprias obsessões e demônios interiores.

A narrativa é visceral e intensa, levando o leitor por um turbilhão de emoções enquanto acompanha as desventuras de Sabbath em sua busca por significado e redenção. Roth tece uma trama habilmente construída, repleta de reviravoltas e momentos de pura angústia, que desafiam as convenções sociais e morais.

Além disso, o livro oferece uma reflexão profunda sobre o envelhecimento, a mortalidade e a busca incessante por prazeres fugazes. A prosa de Roth é afiada e incisiva, capturando a essência de seus personagens de maneira vívida e memorável.

No entanto, "O Teatro de Sabbath" não é para os fracos de coração. Roth mergulha em territórios sombrios e desconfortáveis, desafiando o leitor a confrontar as partes mais obscuras de si mesmo. Algumas cenas podem ser perturbadoras e controversas, mas é precisamente essa coragem em explorar os limites da condição humana que torna este livro uma obra-prima literária.

Em suma, "O Teatro de Sabbath" é uma leitura poderosa e provocativa que fica gravada na mente do leitor muito depois de terminar o livro. Roth mais uma vez demonstra sua maestria na arte da escrita, criando uma obra que é ao mesmo tempo inquietante e profundamente cativante.
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Alê | @alexandrejjr 08/04/2024minha estante
O grande livro escrito pelo Roth, na minha inexpressiva opinião!


Rick Shandler 15/04/2024minha estante
Alê, que modéstia descabida!!! Hahahah
Se tu tá falando eu acredito!!!


Rick Shandler 15/04/2024minha estante
Brincadeiras a parte, eu tô circundando a obra do Roth. Comecei pelos livros, por assim dizer, mais periféricos dele, como nêmesis e a humilhação, os quais já me impactaram bastante. Agora, o teatro de Sabbath é fora de série. Outro patamar. Roth é bom demais, tá ganhando um espaço especial no coração deste humilde leitor aqui?


Alê | @alexandrejjr 15/04/2024minha estante
Ele realmente é de outra prateleira, Rick. Dos pequenos aos grandes romances, o homem definitivamente entendia do riscado! Li poucos livros dele, mas tenho alguns aqui em casa.




Luiz Paulo 24/03/2024

A perda da sensibilidade
O declínio da pessoa que baseou sua vida na sensibilidade. O sentir como uma droga que o arrastou para as mais adversas situações. O vício em sentir que está vivo o deixou vazio por dentro.
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Renato.Fernandes 21/03/2024

A perversidade como liberdade
Uma obra prima daquelas que deixam saudade logo ao terminarmos a última página. A vida e reflexões de Mickey Sabbath são daqueles relatos que nos deixam ao mesmo tempo incomodados e extasiados, revoltados e com inveja. Um misto de repúdio e admiração a este personagem que fez o que quis na vida, sofreu e gozou como muitos, e por fim encarou suas vicissitudes de forma muito humana. Arte, sexo, vida, morte, guerra, semitismo, patriotismo, estantudo ali. Um classico eterno.
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nileverino 09/02/2024

Agonizante, mas real.
Philip conseguiu trazer alguém de carne e osso ao papel. Repulsivo e extremamente defeituoso. Repugnante, misógino e arrogante; louco e principalmente depurado. Um homem, que fora criança, e depois jovem. Não sei - e no entanto todos sabemos - como o autor conseguiu trazer uma pseudo simpatia ao leitor em um romance tão absurdo... mas conseguiu. Em momento algum os pensamentos ou comportamentos de Sabbath são desculpados, mas são expostos. Sabemos que é errado, mas o livro não busca trazer outra narrativa, é o que é: um deslumbre a uma mente doente e depravada. Dolorosamente humana.
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Isa 16/11/2023

Da repulsa à compaixão
?(...) se não houvesse guerra, loucura, perversidade, doença, estupidez, suicídio e morte, existiria alguma chance de Sabbath estar em uma situação bem melhor.?

Neste romance publicado em 1995 Philip Roth (1933 - 2018) dá vida a um de seus personagens mais populares, Mickey Sabbath: obsceno, sexagenário e titereiro aposentado. A obra traduzida por Rubens Figueiredo é dividida em duas grandes partes: ?nada cumpre o que prometeu? e ?ser ou não ser? e, logo nas primeiras páginas, nos apresenta ao que será um dos principais pontos de enlace da trama: a dualidade entre o erotismo e a morte. O livro não nos poupa surpresas, portanto, de cara entendemos que Mickey Sabbath enxerga, organiza e entende sua vida mediante uma ótica diferente dos demais, através do sexo.

Poucas coisas sustentam Sabbath em sua vida medíocre de aposentado, suas memórias de infância e juventude e sua amante croata Drenka Balich, na qual nutre um caso há mais de 10 anos. A vida inteira de Sabbath é marcada por perdas, começando por seu irmão, morto em combate (vítima do exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial), sua mãe logo em seguida entra em uma depressão profunda na qual abandona quase completamente os laços com Mickey, sua ex esposa Nikki, que desaparece misteriosamente da vida de Sabbath, e sua última e derradeira perda, Drenka, que morre rapidamente em decorrência de um câncer agressivo. Na beira do precipício da insanidade, Sabbath é empurrado de vez numa espiral de morte, destruição e busca de sentido e significado para sua vida; sem sua amante, já não lhe restava mais nada além de retornar a suas memórias e colocar um ponto final em sua vida.

Completamente cônscio de seu fim, Mickey faz uma viagem a seu passado, retornando às cidades nas quais passou sua juventude, tão problemática e indecente quanto sua meia idade, e sua infância, onde se emociona ao circular por paisagens nostálgicas que o permitiram remontar uma infância marcada pelo amor de seu falecido irmão mais velho. No que diz respeito ao estilo narrativo, Roth abusa dos saltos temporais para, aos poucos, mostrar as múltiplas camadas da triste vida de Sabbath, e não só, o narrador oscila entre primeira e terceira pessoa do singular, conferindo ao leitor um caráter muito mais íntimo ao mergulhar no passado da personagem (narrado em primeira pessoa).

Durante a leitura transitei pelas mais variadas reações, de início, mais ou menos na primeira metade do livro, senti nojo e desprezo por Mickey, concordando com a opinião posta na obra, um homem de meia idade fracassado, sujo e trapaceiro. Contudo, aos poucos fui me solidarizando com a postura brutalmente honesta da personagem, acompanhar a ruína de Mickey foi extremamente doloroso, seu gradual distanciamento da realidade, sua regressão a infantilidade apenas nos demonstram o movimento natural de retorno às origens ao nos depararmos com a falta. Da repulsa à compaixão, a sensação que fico é de que Sabbath é uma personagem indefensável mas que mesmo assim insisto em defender.
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Pedro 31/10/2023

Mergulha nas profundezas da psicologia humana como poucos livros fazem
O personagem principal, Sabbath, é complexo e muitas vezes antipático, mas sua voz narrativa é cativante. Roth examina temas como decadência, desejo, arte e a natureza efêmera da vida. O Teatro de Sabbath é uma obra densa e provocadora que não é adequada para todos os gostos, a narrativa é crua e muitas vezes chocante, explorando temas de sexualidade, morte e a busca constante por prazer e significado. É uma exploração intensa da condição humana.
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maria15406 19/10/2023

Esse livro como os outros dois que li do roth(complexo de portnoy e professor do desejo) o sentimento pelos personagens é de repugnância e ao mesmo tempo uma profunda empatia/identificação com a angústia deles oq acaba fazendo com que a gente se apegue mesmo sendo completamente imorais e sem papas na língua..
me amarro muitos nos diálogos construídos por roth e nesse livro são sensacionais!
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LucasMiguel 18/09/2023

A morte e o gozo

La petite mort: expressão francesa que designa o instante seguinte ao orgasmo; aquele momento de extremo relaxamento após o ápice. A pequena morte.
A relação entre sexo e morte é antiga. Há, talvez, um elemento impregnado em todas os “homo sapiens sapiens” – aqueles que não somente sabem, mas sabem saber – acerca dos limites da existência: sabemos, sem que ninguém nos tenha ensinado, e mesmo preferindo não pensar no assunto ou nos afundarmos em esperanças religiosas, o princípio e o fim da existência. Sabemos, e somos assombrados e fascinados pelas fronteiras deste território que cerca o breve lampejo do nada anterior e do nada posterior. Seria esta, a tão buscada e discutida “natureza humana”. Seria só isto o homem?
O instante magnânimo e misterioso que antecede a morte provavelmente é o espelhamento do orgasmo e, por vezes e inconscientemente, somos atraídos pela morte por sabermos, no fundo, que antes de existirmos, não havia angústia, e o retorno a não existência, asséptica de sofrimento, só é possível na inexistência após a vida.
Sexo e morte. Sofrimento e redenção. Luz e sombra. Humanos, demasiado conflitantes. Eros e Tânatos.
A obra de Philip Roth trata, de forma brilhante e depravada, da humanidade em sua forma mais patética, ou seja, melancólica e humilhante, para se utilizar dos dois significados possíveis da palavra.
Mickey Sabbath é um judeu americano, artista de rua, que possui compulsão sexual que o levará à ruína, não sem antes arrastar todas as pessoas ao seu redor para o fundo negro e sem fundo de suas neuroses.
Talvez porque seu inconsciente assim determinasse, talvez porque a história exigisse uma metáfora, o manipulador Sabbath é um profissional dos fantoches, sendo certo que ninguém a sua volta ficará a salvo de seus dedos de titereiro. Nem mesmo o narrador que, não obstante seja impessoal, acaba sendo contaminado pelo personagem que por vezes “invade” a narração e engravida a voz onisciente de terceira pessoa com a asquerosa e devassa voz de Sabbath.
Mas o sexo não é a única obsessão do personagem: a morte corre em paralelo por todo o livro. Aliás, a morte em seus meandros mais cruéis: a morte da potência sexual, a morte dos afetos, a morte da saúde...e é precisamente por isso que o instrumento do titereiro, os dedos, estão em franco declínio pela ação do tempo e da artrite, assim como seu poder de manipulação, que padece de sofrida e patética ação do perverso Cronos.
Tal se apresenta na triste e cômica cena em que Sabbath tenta manipular Rosa, empregada doméstica, para que esta lhe preste agrados sexuais, cujo resultado atinge a apoteose do ridículo.
O teatro, notadamente de Shakespeare, é outro espectro que permeia toda a obra por ser o espelhamento da vida, e Sabbath se posta como diretor de uma tragédia cheia de som e fúria que é a sua vida, cuja catarse é sempre um gozo impuro e sádico.
Obras como A tempestade e sua reflexão sobre o “fim”, e Hamlet com seu dilema sobre o suicídio e a cena do cemitério reencenada, são obras cuidadosamente mimetizadas pelo romance.
Espectros, como o pai de Hamlet, também são personagens importantes da obra: o fantasma da mãe que aparece para assombrar as depravações do filho; o fantasma do irmão, morto na guerra e possível gatilho dos traumas; e as neuroses, verdadeiros espíritos malignos que assombram e instigam o idoso titereiro a dar cabo desta vida cujas decisões entre ser ou não ser se mostram cruelmente irremediáveis.
O alvo principal das manipulações de Mickey Sabbath são as mulheres, das quais opta pelas mais frágeis e instáveis, em sua maioria imigrantes: Rosa, Deborah, Michelle, Drenka, Roseanna, Nikki, Kathy...todas vítimas do Teatro de Sabbath.
“Manipular” talvez seja uma tentativa de ordenar o caos: imaginar a existência como uma sucessão de acasos imponderáveis, e imaginar o sofrimento como carente de qualquer reembolso ou sentido pode ser tão aniquilador quanto lutar contra nazistas a bordo de um b-25.
Criar um teatro para si mesmo, cujas ações possuem encadeamentos pré-imaginadas e sempre prenhes de sentido, pode se mostrar um acalento para uma mente narcísica que pouco se importa com o sofrimento de seus “atores” e “atrizes”.
Correndo o risco de ser acusado de estar sendo manipulado pelo personagem, a verdade é que tais manipulações poderiam ser justificadas frente ao grande Teatro da sociedade americana, afinal, Hellen, ao buscar defender Sabbath no tribunal, foi escancaradamente manipulada para que o personagem rebelde da grande comédia da vida fosse condenado por importunação sexual.
A vida em sociedade também cria suas regras e suas leis para imaginar haver ordem num mundo cuja Vontade desordenada e subterrânea opera inexoravelmente os destinos dos personagens que são, em essência, pulsões embaladas em ternos, vestidos e contratos com firma reconhecida.
Por fim, a solidão também assume um posto cativo na história. Não raras são as vezes em que a maldição da árvore do Conhecimento pesa sobre nossas cabeças e nos sentimos sós. Morremos sós da mesma forma que sempre vivemos sós. Temos apenas testemunhas próximas de nossa miséria e é talvez por isso que Sabbath e Drenka, sempre livres sexualmente, tenham sucumbido à tentação da monogamia e do ciúme ao encararem os frios e convidativos olhos da morte.
Deisi 18/09/2023minha estante
Qual foi seu livro favorito desse ano até agora?


LucasMiguel 18/09/2023minha estante
Nossa, difícil.

Este ano foi muito bom de leitura:

Lolita, Hamlet, Memórias do subsolo, O sol é para todos, Rei Lear e O teatro de Sabbath




Ezequiel.Cesar 19/04/2023

Não é para qualquer um!
Intenso, depravado, grotesco e incrível!
Já li outras obras do autor mas essa é, sem dúvida nenhuma, a melhor, a que tem os personagens mais complexos.

Se você é sensível e preconceituoso não leia!!
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Gerson91 14/04/2023

Denso e desbragado
Um dos livros mais corajosos que li na vida. Precisa ser um Philip Roth para escrever algo tão profundo e tão libertino.

É um daqueles personagens que você sabe que existe, mas nunca espera que seus pensamentos sejam revelados.

O livro conta uma história bem embasada de um ator que passou a vida encenando uma peça... intensa, obscena, desbragada.

Vale muito a pena ler e sentir esse personagem. Obra-prima de Roth!
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Ludmila 09/04/2023

O livro tem seus altos e baixos, uma história bastante diferente e que, as vezes, incomoda um pouco. Mas gosto de ler coisas que me tirem da zona de conforto.
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Paulo 20/03/2023

Grotesco e Imperdível
Acho que faltam estrelas no Skoob para esse livro. Ele é nojento, incrível, emocionante, confuso, brilhante, irritante, grotesco e absurdamente bem escrito. Eu não vou fazer nenhuma resenha sobre o enredo, acho que tem várias por aqui. O meu conselho é apenas esse: leia.
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