O homem que odiava Machado de Assis

O homem que odiava Machado de Assis José Almeida Júnior




Resenhas - O Homem que odiava Machado de Assis


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Nat 04/02/2021

^^ Pilha de Leitura ^^
O livro foi vencedor do Prêmio Sesc e finalista do Jabuti. O livro conta a história (que eu diria até engraçada) de Pedro, o homem que odiava Machado de Assis. Machado era a pedra no sapato de Pedro, e lhe teria roubado mulheres e até um romance. Além dessa história inusitada, é possível notar que o autor teve um cuidado histórico muito grande, ilustrando os acontecimentos em cenários reais da época machadiana e, também, com muitos personagens e fatos verídicos. Foi uma leitura muito gostosa! O final, porém, eu esperava algo bombástico que não teve. A culpa foi da expectativa? Sim! Ainda assim, excelente livro.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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regifreitas 24/01/2021

O HOMEM QUE ODIAVA MACHADO DE ASSIS (2019), de José Almeida Júnior.

Confesso que fiquei um tanto decepcionado com este livro, minha primeira obra do José Almeida Júnior. O autor é um nome que vem despontando na nossa literatura e nas premiações da área nos últimos anos. O mote desse romance era muito promissor, mas o resultado final deixou a desejar.

Não falo da escrita do autor, que é muito desembaraçada. O texto é leve, com muitos diálogos, que dão dinamicidade e fazem a história fluir rapidamente. Almeida Júnior não se detém em circunlóquios, vai direto ao ponto. Mas essa linguagem mais simples e atual, que facilitou a leitura, foi também o que acabou me agradando menos. Acredito que, por ser um livro narrado em primeira pessoa, por um narrador do final do século XIX, Almeida Júnior deveria ter um cuidado maior em emular um estilo ao menos próximo da escrita de alguém daquela época.

Também a forma como o autor trabalha a personagem Carolina - futura esposa de Machado - me incomodou um pouco. Mesmo sendo ela uma mulher à frente do seu tempo, muito do comportamento dela parece não condizer com o das mulheres da época, mesmo as mais avançadas nos costumes. Contudo, como o que temos é a visão que Pedro Junqueira nos apresenta sobre aquela pessoa, e, sendo ele um narrador cujas motivações são, no mínimo, suspeitas, deve-se levar isso em consideração.

Finalmente, todo o desenvolvimento do enredo, o preenchimento das lacunas da relação entre Machado e Carolina, ou mesmo deste com Pedro Junqueira, soam triviais e básicas demais. Uma figura como Machado de Assis merecia uma recriação melhor de sua pessoa, uma trama mais elaborada e com mais camadas do que a que foi entregue.

Embora lançado após o ÚLTIMA HORA, premiado romance de Almeida Júnior, esta foi sua primeira obra escrita. Assim, muito do que levantei acima pode ser colocado na conta de um autor iniciante, que veio a desenvolver melhor seu estilo na obra subsequentes. Mas como não li tal obra, isso é apenas uma suposição, não uma conclusão a partir da comparação entre os dois trabalhos.
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Suzanie 02/01/2021

Brincando com Machado de Assis
Que delícia de romance, se lê em 2 sentadas, 3 no máximo.

O autor cria um enredo bem construído, ao usar a história ficcionalmente para brincar com um dos principais motes machadianos, o da perspectiva, da duvida sobre o caráter, e inverter isso contra o próprio escritor.

Mas para além disso, outra questão bem explorada na obra é a da escravidão, colocando tudo em perspectiva também, ao dar voz às varias visões sobre o tema, existentes à época e ainda hoje.

Belíssimo trabalho!!!
du sp 04/02/2022minha estante
Eu percebi que é um livro rápido, mas não prende muito minha atenção. Estou achando uma história boa.




Ket 14/10/2020

Surpreendente!
O homem que odiava Machado de Assis é uma ficção histórica muitíssimo bem elaborada que vai contar a história de Pedro Junqueira que tem como nêmesis o famoso Machado de Assis! Desde a infância, quando as crianças se encontram em uma chácara no Moro do Livramento, há o desenrolar de uma inimizade (contada pelos olhos do Pedro), que vai se estender por toda a vida do personagem.

Vagando entre Brasil e Portugal, Pedro Junqueira vai se mostrando um personagem filho do seu tempo, elitista, certo de suas origens ricas e dono de uma mente que não aceita que qualquer fracasso em sua vida seja fruto das suas próprias ações... A maneira como mente do protagonista constrói a vilania do Machado de Assis é surpreendente porque nunca temos certeza absoluta se o antagonismo tem bases sólidas ou não passa de uma construção da cabeça dele.

A reconstituição histórica do Brasil do seculo XIX foi uma das coisas que mais gostei no livro! O autor situou a trama dentro do turbulento momento das discussões sobre abolição da escravidão e o redemoinho politico intrincado que se desenvolveu à época, com figuras ilustres de nosso passado, inclusive alguns escritores! Em vários momentos tive dificuldade de separar realidade da ficção e recorri ao amigo google para buscar mais informações (adoro quando aprendo coisas em um livro de ficção!).

Indico muito para quem busca literatura e história atreladas!



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Gabriela 07/08/2020

A leitura fluiu, desde o início, muito bem e fácil. Não se torna cansativa em momento algum, ainda que a antipatia com o protagonista seja inevitável. Para mim ficou claro que ela é proposital e em alguns momentos se torna cômica. Foi gostoso detestá-lo.
A magia desta leitura foi exatamente misturar dois mundos distintos: a realidade das figuras históricas, que por si já chamam a atenção, junto com a ficção. Durante todo o romance fiquei me questionando em vários momentos o que poderia ser real ou não. É um livro que desperta curiosidade, tanto da biografia do Machado de Assis, quanto o desejo de reler as obras do Autor para tentar encontrar ali, respostas para perguntas que não foram feitas anteriormente.
Entendo que ter uma familiaridade com as obras do Machado possibilite aproveitar esta leitura de uma forma diferente, a escrita faz claras referências aos romances do Autor e os personagens são construídos de maneira semelhante. Existe aquela satisfação em captar essas referências, como por exemplo na criação de “Memórias Póstumas” e em alguns momentos, “identificar” a própria Capitu.
Imergi no universo proposto e de uma maneira geral, é uma leitura leve e agradável. Contudo, o final foi um pouco apressado, gostaria de ter acompanhado com mais calma as consequências das atitudes tomadas pelo protagonista e a resolução me pareceu um pouco fácil demais. Por toda ambientação e curiosidade que o livro desperta, vale a pena a leitura.
Ah, e o contexto histórico narrado enriquece muito a experiência.
****4 estrelas
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Ana 06/05/2020

Difícil não acreditar...
Difícil não acreditar que a história não seja real, um bom livro, bem montado em cima de uma história real.
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Tiago 02/05/2020

Um Machado de dois gumes
Um dos nomes mais promissores da ficção histórica contemporânea, o potiguar José Almeida Júnior venceu o Prêmio Sesc e foi finalista do Jabuti com o ótimo Última Hora (leia a crítica aqui), seu romance de estreia. Na esteira do sucesso deste e dos 180 anos de Machado de Assis, chegou às livrarias ano passado seu O Homem que Odiava Machado de Assis, uma fantasia ainda mais ambiciosa, retrocedendo não apenas um século (como era o caso da narrativa sobre o periódico getulista), mas dois (o século 19, do fundador da Academia Brasileira de Letras e nosso maior cânone literário: o Bruxo de Cosme Velho).
O salto temporal é maior, mas é feito com o mesmo maquinário construído em seu primeiro livro: uma voz narrativa sóbria e direta, quase monocórdica com seus diálogos curtos e objetivos, desenvolvidos em capítulos breves, que tentam impor um ritmo leve a uma prosa extensa (Última Hora tinha em torno de 350 páginas; este tem cerca de 240).
Aqui, o narrador é Pedro Junqueira, nêmesis de José Maria Machado de Assis desde a infância, que abre o romance fazendo uma reconstituição do velório de Machado de Assis na ABL e introduzindo já alguns dos personagens que flanam por ali e que irão compor a trama ficcional: Carolina, esposa e musa de Machado, o crítico literário Sílvio Romero, um de seus maiores detratores em vida, entre outros. A partir do segundo capítulo, segue a saga que explica o antagonismo entre Junqueira e o escritor, que data dos tempos de meninice.
É saborosa a forma como a rixa é exposta, elaborando uma espécie de imaginário em torno da gênese de “Dom Casmurro” — não de forma denotativa, mas a partir de uma série de piscadelas que Almeida Jr. começa a dar ao leitor mais escolado (que pode enxergar nos episódios contados nos primeiros capítulos uma possível inspiração para o início da obra-prima de Machado). Aos poucos, a personagem Joana vai se desenvolvendo como um dos possíveis modelos para Capitu — Carolina também será um outro modelo, como mais tarde se verá.
Além de Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas é outra obra incidental aqui: mais um motivo de controvérsia entre Junqueira e Machado, numa história que não fica apenas no cenário da então capital do Império, o Rio de Janeiro, mas viaja também além-mar, para Coimbra, então uma das mais importantes cidades da Coroa portuguesa. Não satisfeito em montar um ágil e emocionante enredo (que em alguns aspectos lembra os de outro colega seu de Sesc, o paranaense Marcos Peres), Almeida Jr. ainda oferece um panorama de bastidor do movimento abolicionista no Brasil, munido de uma competente pesquisa histórica.
O final súbito é que parece carecer de um fechamento circular, que o primeiro capítulo insinua com um certo pendor à metalinguagem — sugerindo a biografia de Junqueira, que é efetivamente escrita com este livro, oferecendo uma feição de Machado contrária às versões oficiais (como um vilão — e não como um herói). Por falar em contrariar a narrativa oficial, o livro tem o mérito de exibir já em sua capa a verdadeira face de Machado: negro “embranquecido” por uma história de apagamentos identitários em prol de uma noção de intelectualidade profundamente racista.
A imagem da capa, bem como as internas, são infelizmente das poucas virtudes estéticas do projeto gráfico que, a cargo da Faro Editorial, mais nos afasta que nos aproxima de suas páginas.

site: https://medium.com/@tiagogermano/um-machado-de-dois-gumes-51530498fb75
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Letuza 28/04/2020

Excelente. Uma aula de história e literatura.
Pedro vai estudar em Portugal e lá conhece Carolina Novais. Fica noivo da moça, a engravida, mas não assume o romance e foge. Carolina, desamparada pela família, perde o bebê e foge para o Brasil acompanhada de um amigo comum, o pianista Arthur Napoleão.
No Brasil, Carolina conhece Machado de Assis, já escritor, e casa-se com ele. Pedro acaba voltando ao Brasil, a pedido do pai, um rico barão do café.
No Brasil, Pedro envolve-se com a política e o movimento abolicionista. Também reencontra Joana, antiga amiga de infância e motivo de desavenças entre ele e Machado. Joana tornou-se uma prostituta e mantém um caso com Pedro. Além de Joana, Pedro reencontra Carolina. O romance reacende, e a relação já complicada entre Machado e Pedro vira um caso de ódio.
Acusações de plágio, traição, violência passam a fazer parte da vidas dos personagens. Fatos históricos, como abolição da escravatura, proclamação da república e muitas disputas políticas também permeiam o romance.
Uma leitura excelente. Muito aprendizado de literatura e história. Super recomendada!
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LucianoSJK 14/03/2020

Apesar de não ser o tipo de leitura que me agrada, gostei bastante desse livro. Muito bem escrito e que prende o leitor. Recomendo.
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Beta Oliveira 16/02/2020

O ódio pode ser a força motriz de uma vida? Bem, todo mundo diz que não é saudável, mas Pedro Junqueira não conseguiria resumir a própria existência sem dizer que, durante a maior parte dela, alimentou sem nenhuma moderação esse sentimento por Machado de Assis.
Total mérito do autor em costurar uma trama que passa em cidade do Brasil e de Portugal no século 19, envolver vários personagens reais – com mérito ao tratá-los sem endeusamento – e brincar com as referências à vida e à obra de Machado de Assis.
Ou seja, divirtam-se nesta sopa de referências, no xadrez que dois homens jogaram com todas as armas de que dispunham. E se houve algum ganhador, desculpa, você vai ter que ler para saber.

O texto completo está no Literatura de Mulherzinha.

site: https://www.literaturademulherzinha.com.br/2020/01/cap-1657-o-homem-que-odiava-machado-de.html
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João Bruno 08/02/2020

Muitas vezes durante a leitura me perguntei se isso aconteceu realmente ..
A forma como a ficção se mistura com a realidade da época foi uma sacada sensacional do autor, a certa altura vc não ve mais diferença, isso que me causou essa confusão, uma confusão boa, claro.
Ótimo livro, pra quem leu Machado de Assis na escola, forçado e sobre pressão, e também passou a odia-lo desde então, esse livro é pra vc ... sua raiva vai aumentar ainda mais.
E pra quem gosta de uma história com excelentes cenários, um excelente enredo, e ainda com um pouco de aprendizado sobre os últimos anos do imperio, ou simplesmente um livro que valha a pena ser lido ... esse é o livro certo.
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Sophia Lincy 16/01/2020

Simplesmente maravilhoso!!
O livro O Homem que Odiava Machado de Assis me ganhou na primeira vez que o vi. A edição é belíssima!!, meus olhos brilharam quando vi, parabéns a Faro Editorial pelo trabalho.
Bem, o título de cara chama muito atenção, afinal, quem é este homem que odiava o aclamado escritor?! Pedro Junqueira é o nosso narrador personagem e nos convida a reviver sua história com ele, no dia do velório de Machado.
Toda essa raiva e amargura pelo escritor vem desde a infância, quando Pedro vai morar com sua tia numa fazenda, onde morava também Joaquim, um garoto negro, ajudado pelo padre.
As desavenças que se iniciam entre os dois, irão perseguir Pedro para sempre, fazendo com que ele atribua seus dissabores a Joaquim.
A forma como o autor deu voz a Pedro Junqueira e seus relatos, foi algo muito bom de se ler. Os encaixes entre a realidade e sua trama ficcional formam uma história divertida e que, ao mesmo tempo, traz uma crítica ao período escravocrata no Brasil, se utilizando de termos, hoje ofensivos, mas que mostram bem a sociedade da época.
O escritor José Almeida Jr. soube levar a narrativa de um jeito que não cansou, mas ao contrário, se manteve instigante sempre!.
Uma leitura que está entre as melhores do ano passado. Foi um prazer conhecer a escrita do Almeida Jr. e já estou ansiosa por mais vindo dele.
Se você ainda não deu uma oportunidade a este livro, por favor, faça agora!!.

site: https://www.instagram.com/sophialincy
José Almeida Júnior 17/01/2020minha estante
Obrigado pela leitura e pela resenha




@paty_bookaholic 03/09/2019

Uma maravilhosa visão especulativa!
Olá Bookaholics!

Já pensaram por acaso que os escritores tão famosos hoje em dia podiam ser um pouco diferentes das concepções que temos?

Em O Homem que Odiava Machado de Assis temos Pedro, um desafortunado e pretenso escritor que vê sua vida passar enquanto o seu maior desafeto prospera, acontece que este desafeto é ninguém mais ninguém menos que o próprio Machado de Assis.
Pedro e Machado se conheceram na juventude, na fazenda de uma tia de Pedro onde cultivaram uma inimizade imediata.

Machado um mulato que parecia se sentir melhor que o 'sinhozinho' branco conquistou o afeto e os maiores cuidados de sua tia e de todos a sua volta, enquanto Pedro era taxado de malcriado e birrento até por seu pai.

Após acontecimentos trágicos Pedro é mandado para Portugal para estudar, lá ele se torna um advogado, ao conhecer uma bela mulher através de um de seus melhores amigos acaba por desgraça-la e por sua própria vida em risco.

Retornando ao Brasil Pedro reencontra essa mulher, que precisada de uma nova vida encontra consolo e amor nos braços de Machado de Assis.
Desconsolado pela descoberta Pedro tenta a todo custo difamar o autor que se eleva no meio literário e acadêmico. Se aproxima do mesmo e lhe confia um de seus escritos. Machado o desencoraja a ser escritor e por fim rouba a sua ideia.

Este livro foi muito interessante, apesar de ser ficção, fantasiar sobre a vida do escritor foi bem divertido, além disso o autor nós da uma certa opinião sobre o maior mistério das obras de Machado: Capitu traiu Bentinho?

Além do livro ser de fácil leitura a edição não deixa a desejar, folhas amareladas e boas de manusear, além de uma capa maravilhosa e uma diagramação bem feita!

Gostaria de ver mais livros de ficção deste tipo e garanto aos fãs de Machado que será uma obra divertida e curiosa de se ler!

Beijinhos da Paty ?
José Almeida Júnior 04/09/2019minha estante
Obrigado pela resenha. Adorei




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