Ofélia

Ofélia Lisa Klein




Resenhas -


25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Queria Estar Lendo 02/07/2019

Resenha: Ofélia
Ofélia é uma releitura grandiosa do clássico Hamlet de William Shakespeare. Foi lançado aqui recentemente pela Editora Verus - que cedeu este exemplar em cortesia. Através das palavras de Lisa Klein, acompanhamos toda a história dramática do príncipe dinamarquês pelos olhos de sua amada; dando voz e força a personagem, Lisa mostra o outro lado dessa trama carregada em vingança e melancolia.

A história ainda é a mesma, mas a conhecemos através da simples e geniosa Ofélia. A famosa tragédia de Shakespeare é relatada desde os primórdios da vida da personagem, contando sobre sua infância solitária sem mãe e com um pai que pouco se importava com sua existência, sua mudança para a corte real - onde conheceu e se aproximou de Hamlet - até o estopim de todo o horror que cresceu sobre a Dinamarca.

"Todos os livros diziam que eu deveria me manter em silêncio, ser casta e obediente, do contrário o mundo viraria de ponta-cabeça. Eu zombava disso, suspeitando de que o autor não conhecia mulheres ou não gostava "

Lembro de ter lido Hamlet há muito tempo, então pouco ou quase nada da história ainda existia na minha cabeça. A famosa cena do fantasma de seu pai, Hamlet e sua loucura, as mortes trágicas ao fim. De Ofélia, pouco me lembrava - e aqui ela faz valer a sua presença, mostrando como sua voz e existência sempre tentaram ser apagadas pelo domínio dos homens ao seu redor.

Lisa Klein constrói uma narrativa enérgica e grandiosa, dando novos ares ao clássico. Sua forma de contar a história é mais suave e menos carregada, mais rápida.

Ofélia é uma personagem cheia de vida, de sonhos e medos. É uma garotinha assustada, mas curiosa. Uma jovem ansiosa pelo mundo, mas ciente de que sua voz não é tolerada nele. É uma estudiosa confrontadora, que não aceita simplesmente o quanto querem apagá-la e silenciá-la, fazendo o possível e o impossível para existir além dos desejos dos homens ao seu redor.

"Queria ter sido autora da minha própria história, não apenas uma atriz na peça de Hamlet ou um peão no jogo mortal de Cláudio."

Eu fiquei absolutamente encantada com a força que a narrativa deu para a voz de Ofélia. Como seus momentos mais marcantes são carregados em indignações pelo machismo ofensivo e perturbador da realidade em que vive, como ela quer ser mais do que a irmã, a filha ou a esposa de alguém. Como seus sonhos não são apagados pelo medo. Mesmo na corte real, confrontada com tantas adversidades ao seu nascimento e a tudo que conhecia na simplicidade do seu lar, Ofélia se impõe.

Ainda que os acontecimentos sejam familiares - ou até mesmo surpreendentes para quem não lembra tanto da obra, como eu - a narrativa consegue extrair novidades pelo olhar da protagonista. Hamlet e sua presença imperiosa e então enlouquecida são duas faces de uma moeda na qual Ofélia se agarra com todo seu coração; Horácio, doce e gentil, é um amigo para os momentos mais terríveis.

"- Eu também estou tomando gosto por essas histórias, pois me agrada ler sobre mulheres inteligentes que encontraram o amor."

As figuras femininas ao redor da personagem são as que mais rendem momentos marcantes, principalmente a rainha Gertrudes - sua guia em meio ao poder que ronda a corte e também ao mundo dos homens, dando-lhe compostura e ensinando-a a usar a voz nos momentos certos - e as freiras mais para o fim da trama.

É um livro rápido e apaixonante para quem gosta do clássico, mas também para quem tem curiosidade e ainda não se arriscou na leitura do original. Uma releitura bem-vinda para falar sobre a força feminina e para dar liberdade a uma personagem presa a uma trama melancólica e vingativa.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/07/resenha-ofelia.html
comentários(0)comente



Pri | @tolendocomapri 22/07/2019

Bom
Neste livro, nós temos a releitura de Hamlet, uma das mais famosas tragédias de Shakespeare.

Só que aqui, a personagem principal é Ofélia. Acompanhamos sua vida desde garota, uma menina que foi criada solta com seu irmão, pois seu pai estava sempre ocupado buscando uma forma de entrar na corte de Elsinor.

Quando seu pai finalmente consegue ser notado pelo rei e eles se mudam para o castelo, Ofélia logo se encanta pelo príncipe Hamlet. Mas este, demora muito a notá-la. Somente quando ela já está mais crescida e se torna a dama de honra mais confiável da rainha, é que ele a enxerga com outros olhos.

Apaixonados, os dois chegam a se casar escondidos. Só que quando ela acredita que finalmente encontrou seu final feliz, o assassinato do rei leva Hamlet à loucura por um desejo de vingança, e uma sucessão de tragédias acometem a vida de Ofélia.

?Agora todo o fogo e toda a carne são apenas cinzas frias.?

O livro é narrado por Ofélia e escrito em três partes; e apesar de todo o drama e de os diálogos serem bem formais, a escrita da autora consegue ser leve e a leitura flui bem.

Mas não é uma história agradável de se acompanhar, pelo menos para mim que não gosto de drama. É uma trama muito intensa repleta de intrigas, perdas, mortes e, mesmo assim, amor. Achei triste demais ver que o amor que nasceu entre Hamlet e Ofélia, de uma forma tão pura, tenha sido destruído pelo desejo de vingança. Mas confesso ter gostado muito do final.

Eu nunca li o livro original de Shakespeare, então talvez por isso tenha ficado com um sentimento de vazio em relação a alguns acontecimentos. Creio que esse não seja um livro para ler em qualquer momento, mas acredito que os fãs da história original poderão gostar muito.
comentários(0)comente



Ivy (De repente, no último livro) 05/08/2019

Resenha do blog "De repente no último livro..."
Eu gostei dessa nova narrativa dada por Lisa Klein. O ponto de vista de Ofélia é algo novo e a personagem no geral conquista o leitor. Ofélia é determinada, inteligente, ambiciosa e cheia de opiniões fortes. Eu gostei que apesar de ter uma personalidade livre e destemida, Ofélia todavia ainda é um personagem adequado para sua época. A autora conseguiu trazer um equilíbrio permitindo que Ofélia seja crível. Além disso, a corte da Dinamarca, com suas intrigas todas, também fica bem ilustrada na obra de Lisa Klein, como leitora me senti bem imersa naquela realidade de Ofélia.

Hamlet, por outro lado, é um personagem que nunca gostei nem na obra original (confesso). Acho ele chato, dramático demais e nunca consegui entender sua obsessão e loucura. Seu melhor amigo, Horácio, aqui nesta obra se torna alguém tão mais leve e carismático que, ao meu ver, em muitos momentos rouba a cena do próprio protagonista masculino.

A narrativa de Klein é elegante, clássica, sem ser rebuscada demais. A maneira como Klein nos conta a história, através de Ofelia, é bem marcante e vívida.

O livro me surpreendeu. Eu leio pouco romance histórico, e Shakespeare e suas histórias nem nunca estiveram na minha meta de leitura, suas histórias simplesmente não me atraem, mas decidi dar uma oportunidade a esta releitura de Klein e me vi surpreendida. É um livro curto, delicado e trágico que a gente lê em nada.

No geral, Ofélia é uma história cheia de emoção e dor, trazendo o ponto de vista de uma heroína clássica que consegue cativar o leitor por ser corajosa, determinada e decidida, em tempos sempre difíceis para as mulheres. O bacana é que além de ter se mantido fiel à obra original, Klein usa de uma narrativa atual, simples e marcante que permite que todos possam enxergar a tragédia shakesperiana de Hamlet com um novo olhar, mais acessível e compreensível. Pra quem pouco conhece de hamlet ou simplesmente, como eu, não conseguiu conectar com a narrativa do clássico original, essa releitura vibrante de Lisa Klein é uma ótima pedida.

site: www.derepentenoultimolivro.com
comentários(0)comente



mara sop 05/08/2019

Enlouquecer ou não enlouquecer? Eis a questão...
Ofélia é uma menina moleca, que por crescer sem mãe e com um pai omisso, foi criada largada e sem muitos modos. A sorte lhe sorri quando aos 10 anos ela é escolhida pela própria rainha para ser uma de suas damas de companhia, e a pequena moleca se transforma numa moça linda e culta.

A jovem sempre teve uma certa fascinação pelo príncipe Hamlet, alguns anos mais velho que ela, que vê apenas ocasionalmente, já que ele estuda em outro país e passa pouquíssimo tempo na corte. Quando ele volta para casa, ela se vê sendo cortejada por ele às escondidas, afinal, ela não era de origem nobre e um enlace com um príncipe era algo totalmente fora de questão. Mas isso não é o suficiente para impedir que ela retribua os sentimentos dele, e o casal passa a se encontrar às escondidas para viver esse grande amor.

Porém, o pai de Hamlet morre e o seu tio Claudius é eleito o novo rei. Certo de que o tio é o assassino do pai, Hamlet jura vingança, começando assim a tecer um plano para que o crime se revele, adotando um comportamento um tanto excêntrico fazendo com que todos pensem que ele perdeu o juízo. Além de colocar a vida do príncipe em perigo, isso acaba por confundir a bela Ofélia, que agora é secretamente sua esposa, a fazendo acreditar ter sido rejeitada pelo marido. Após Hamlet matar acidentalmente o pai de Ofélia, ele é enviado para a Inglaterra, e ela se torna cada vez mais vulnerável à vilania do novo rei.

Quem leu ou já assistiu Hamlet sabe qual é o fim de Ofélia, mas como ela narra a história em primeira pessoa, é claro que esse "final" teria que ser alterado para que toda a história da peça de Shakespeare pudesse ser contada.

O livro é bom e interessante, mas achei a personalidade de Ofélia um tanto confusa, talvez porque realmente seja complicado transformar uma personagem frágil que originalmente enlouquece numa mulher forte e ardilosa que finge a própria insanidade para sobreviver aos perigos da corte. Só que ainda estou no "nimbo pós leitura", aquele momento em que você ainda está digerindo o livro e por isso não sabe dizer até que ponto gostou ou desgostou dessa história.

Aproveitei para também ver o filme que foi baseado nesse livro logo após acabar a leitura, e gostei bastante. Visualmente falando, uma ambientação medieval cai muito melhor do que uma do início do século XVII como acontece na versão escrita. Os figurinos e e a direção de arte são deslumbrantes, a trama é bem mais enxuta e acaba prendendo mais a atenção. Resumindo, vale a pena ler o livro sim, e depois ver o filme para comparar as histórias.
comentários(0)comente



Jéss GrGh 18/08/2019

Ser ou não ser, eis a questão! Enlouquecer ou não enlouquecer. Amar ou não amar. Conheçamos a outra faceta de Hamlet e Ofélia.
Não é nem de longe a história que eu esperava. Acho que como não atendeu as minhas expectativas, pra mim a experiência não foi exatamente positiva. Mas também não foi 100% negativa. Foi bem (beeeeeem) mediana...

Pra mim, em OFÉLIA a autora perdeu a mão, a personagem tem uma personalidade instável e infantil (ela é jovem demais, claro). E Ofélia é uma histérica (passa o livro todo gritando, gente! Como assim!? Não é a Ofélia que eu conheci em HAMLET!). Além disso a melação do romance (coisa que eu detesto) fez com que uma história que poderia ter seguido por um caminho muito bacana de intrigas, traições políticas e familiares, vingança, acusações sem provas e tals... caminhasse pra um romance chato em que a gente acaba sem saber se o amor entre os personagens era recíproco ou de mão única... Hamlet amava mesmo Ofélia? E qdo a história sai do contexto da obra de Shakespeare, a autora parece que se perde, criando uma espécie de ?cenário? ou ?história? paralela. E novamente, a autora poderia ter trabalhado essa terceira parte da história de forma diferente, mais dentro do contexto da obra original, ou mais próximo dela.
Apesar de eu ter até que gostado do desfecho (+/-) achei que algo ficou perdido no meio da trama, a autora costurou uma ponta que não estava exatamente solta (existe algo de bem sútil de uma parte e nada da outra parte até então, portanto, de cara, não fez sentido fechar dessa forma, achei que faltou trabalhar esse pormenor).

De toda forma, gosto é gosto, e o que vale é a experiência pessoal de cada um. A leitura é válida, sim!
Minha sugestão é ler HAMLET primeiro para se inteirar da obra original e depois seguir com OFÉLIA. E boa leitura.
comentários(0)comente



Sandrics 03/09/2019

Um clássico da literatura é revisitado dando ênfase na visão feminina da história. Essa é a base para Ofélia, uma história de força, de amor mas também de sofrimento.

Nunca havia lido Hamlet, mas isso não me impediu de apreciar a história criada por Lisa Klein. A trajetória de Ofélia é narrada desde a infância pobre, passando por sua entrada na corte da Dinamarca, onde conhece o amor de sua vida, Hamlet, até a ruína, reclusa em um convento. Nada disso que falei é spoiler da história.

Acredito que o ponto principal do livro foi mostrar as limitações que as mulheres tinham na época e ao mesmo tempo sua força de vontade e sua luta contra golpes, farsas e loucuras.

Recomendo muito para quem gosta de romance medieval.

site: https://www.instagram.com/culturinhas/
comentários(0)comente



Silvana 23/09/2019

Ofélia conheceu Hamlet quando tinha oito anos, mas só dois anos depois conseguiu falar com ele pela primeira vez. Poucas crianças conseguiam a atenção do príncipe, que estava sempre com o melhor amigo Horácio. Ofélia não conheceu sua mãe, que morreu no seu parto, e o pai ignorava ela e seu irmão Laertes, quatro anos mais velho que ela. Por isso quando Ofélia conheceu o príncipe, teve muita inveja do amor que sua mãe Gertrudes lhe dedicava. Seu pai quase levou a família a falência até que descobriu informações relacionadas ao inimigo da Dinamarca, o rei Fortinbrás e conseguiu a posição de ministro do rei Hamlet, que foi quando eles se mudaram para dentro do castelo de Elsinor e ela conheceu o príncipe.

Mas Ofélia só conseguiu a atenção do príncipe Hamlet mesmo, no dia em que ele a encontrou brigando com seu irmão e um tempo depois quando ele a defendeu de um ataque de Edmundo, um amigo de seu irmão, enquanto estava nadando no rio. Mas não foi só o príncipe que a notou. Seu pai percebeu enfim que Ofélia estava virando uma mocinha e precisava de cuidados de uma mulher e Ofélia foi levada para ser uma das dama da rainha Gertrudes. No começo foi bem difícil porque Ofélia não sabia fazer nada que uma dama faz, como costurar e bordar, mas quando a rainha Gertrudes descobriu que Ofélia era alfabetizada em latim e francês, ela foi "promovida" e começou a ler em voz alta para a rainha e suas damas. E Ofélia foi ficando cada vez mais próxima da rainha, a quem amava como uma mãe.

Os anos se passaram e Ofélia agora com quinze anos é a mais leal das damas. E companhia constante de Gertrudes, que sente a ausência do príncipe Hamlet que está estudando e velejando pelo mundo. Mas quando o príncipe, agora com vinte e dois anos volta para Elsinor, não é só Gertrudes que fica radiante. Ofélia se apaixona assim que coloca os olhos em Hamlet. E o príncipe parece sentir a mesma coisa. E assim passam-se os meses com os enamorados trocando poemas e beijos roubados. Mas as coisas mudam drasticamente quando o rei Hamlet vem a falecer e Cláudio seu irmão assume seu lugar no trono e na cama da viúva, despertando a ira e a desconfiança de Hamlet. Então Ofélia se vê presa em uma trama de vingança e chegará o momento em que ela vai ter que escolher entre seu amor ou sua vida.

"Meus olhos encontraram os de Horácio, e vi que seus pensamentos seguiam o mesmo caminho que os meus. Ele se afastou, mantendo o braço alto para evitar que eu falasse.
— A peça de Hamlet nos colocou em perigo mortal — disse. — A senhora não deve parecer minha amiga; não, seja uma estranha. Agora vá"

Há uns 16, 17 anos atrás eu trabalhei em uma escola e como não tinha nada para fazer na hora do almoço, além de comer é claro, e a escola tinha uma vasta biblioteca, uni o útil ao agradável e li muitos livros durante o ano que trabalhei lá. E um dos autores que eu conheci lá foi Shakespeare. Eles tinham quase todas as peças dele e de vários formatos, livros, HQs, ilustrações... E eu li todas hehe. Minha favorita é Sonho de Uma Noite de Verão, porque tem final feliz. Quem não conhece Shakespeare, ele passou boa parte da sua vida escrevendo tragédias, como a famosa Romeu e Julieta. E Hamlet é sua peça mais extensa. Então quando vi Ofélia entre os lançamentos e vi que era uma releitura de Hamlet pelos olhos de Ofélia, sua amada, fiquei com muita vontade de ler o livro.

E não sei se fui com muita sede do pote, porque mesmo tendo gostado muito da história, faltou alguma coisa que me fizesse amar o livro. Achei que por ser uma releitura, a história fosse ser diferente, principalmente as mortes que acontecem na peça. Mas logo no prólogo já dá para ver que o fim trágico de Hamlet foi mantido pela autora, o que me entristeceu um pouco, sou a louca dos finais felizes hehe. E a história segue basicamente a mesma da peça original, a diferença mesmo é na narrativa, pois aqui podemos ver a história através dos olhos de Ofélia. E não apenas pelos olhos dela, a historia se torna a história de Ofélia. Então afirmo que esse livro não é uma releitura de Hamlet e sim de Ofélia. E ai sim temos um final diferente e um final que gostei bastante.

A autora usou uma abordagem bem diferente da original. Aqui vamos conhecer Ofélia, uma garota esperta que não se conforma com as regras do mundo que vive. Ela não aceita ser propriedade de ninguém e se questiona o tempo todo o porque da mulher ser tão menosprezada. Ela vai de vítima a heroína ao longo do livro. E o machismo foi um dos assuntos que a autora mais abordou no livro. Eu sou feminista, e totalmente contra o machismo, mas não gostei da forma como a autora abordou os personagens do livro. Todos os personagens masculinos, com exceção de Horácio, são uns escrotos. Está certo que na época em que se passa a história o patriarcado era lei. Mas acho impossível de acreditar que não existissem homens que não concordavam com aquilo. A autora generalizou. Até por isso Horácio que era o único que não era descrito como um machista arrogante, se torna "perfeito", o queridinho de quem vai ler o livro.

Mas da mesma forma que ela fez Ofélia lutar contra o machismo, ela fez um desserviço ao escrever uma terceira parte na história onde Ofélia está em um convento e a mesma personagem que não se conformava com a tirania dos homens, abaixa a cabeça para as regras da Igreja. Não estou aqui criticando religião, só estou usando o exemplo para mostrar como a autora foi contraditória. E essa terceira parte foi a que menos gostei do livro, mesmo tendo gostado do final que já citei ali acima. Mas enfim, o livro é um romance/drama que acredito vai agradar quem gosta do gênero. Quanto a capa, achei muito linda. E mesmo não tendo tido uma ótima experiencia com esse livro, se surgir a oportunidade lerei outros livros da autora, que já vi tem outros livros desse mundo Shakespeariano.


site: https://blogprefacio.blogspot.com/2019/08/resenha-ofelia-lisa-klein.html
comentários(0)comente



Fran 11/11/2019

Amor e a segurança não partilham o mesmo caminho
A tragédia Hamlet teve sua releitura na visão de Ofélia — título do livro —, mulher a quem Hamlet deu seu amor. Nesse livro, temos um cunho feminista bem forte traçado na personalidade de Ofélia, no fato de que ela é uma ave bem diferente das outras damas da corte e cujo canto jamais poderia ser ouvido dentro dos muros de Elsinor.
Quando Ofélia chama a atenção da rainha e é levada pelo pai ambicioso — também um dos conselheiros do rei — a garantir certo status na corte, ela se reencontra com o amor de sua infância, Hamlet, príncipe da Dinamarca. Envolvendo-se amorosamente com o príncipe, Ofélia vai descobrir que nos jardins daquele castelo se escondem muitas cobras cruéis o suficiente para dar o bote, após oferecer uma rosa de favores.
Durante a leitura, percebi que Ofélia amadurecia e aprendia rapidamente. Com diálogos — da infância em tons ríspidos aos já moça, repletos de sabedoria e audácia — é notória que, de forma inteligente, a garota se esgueira na corte, retirando informações, tornando-se aliada e, ao mesmo tempo, caindo nas redes da paixão descontrolada, acreditando cegamente que suas palavras repletas de sentimento são capazes de umedecer o mais seco arado.
Não havia lido romances históricos antes, mas sei que, mesmo ocupando certa formalidade no texto, a paixão entre os protagonistas deve causar borboletas no estômago do leitor, o que infelizmente, deixou a desejar nesse livro. Os atos de romance entre Ofélia e Hamlet traçavam um relacionamento sem graça, muitas das vezes envolvido apenas por juras de amor juvenis. E, mesmo que a tragédia da história pudesse compor um amor verdadeiro e cruel, não me foi tão chamativo.
Por sorte, temos uma protagonista com valores e, conforme se toma prova de que a solidão a segue mesmo estando apaixonada, ela decide traçar seu próprio caminho entre as ondas, tomando decisões, compondo uma trajetória forte e fantástica. Fui incapaz de torcer contra ela, mesmo nos momentos em que desaprovei suas escolhas ou atitudes. Ela é alguém de quem vou me lembrar.
É na realidade cruel de que o amor e a segurança não partilham o mesmo caminho que esse livro deposita todas as suas fichas, deixando categoricamente claro que o mundo é feito, muitas vezes, de escolhas cruéis.




site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2019/11/08/resenha-ofelia-lisa-klein/
comentários(0)comente



Ana 15/12/2019

A primeira coisa que vocês precisam saber antes de ler essa resenha é que eu simplesmente odeio Shakespeare. Assim, eu acho as ideias dele geniais, de forma geral, enredos muito legais, mas extremamente mal colocados em sua voz. Por favor, não me julguem. Então, eu comecei a ler Hamlet uma vez e perdi totalmente a paciência com os floreios de Shakespeare, inclusive com o "ser ou não ser, eis a questão". Aí vocês devem estar pensando: "Ana, por que cargas d'água então você resolveu ler esse livro, que é uma releitura de Hamlet?". E a resposta é óbvia. É uma releitura, portanto, é diferente.

Aqui, os personagens já conhecidos são explorados de outra forma por Lisa Klein, que escreveu toda a história sob o ponto de vista de Ofélia, a noiva de Hamlet. Diferentemente da obra original, em que a personagem é tremendamente apagada por sua loucura, aqui Ofélia tem o brilho que merece. Conhecemos sua história desde sua infância pobre até sua ida para o castelo do rei Hamlet ― o Hamlet pai, no caso ―, onde se torna uma das inúmeras damas de companhia da rainha Gertrudes.

Ofélia nutre uma paixão não correspondida pelo príncipe Hamlet, mesmo sabendo que um romance com ele seria impossível. Ora, ela era apenas uma dama de companhia, não é mesmo? Mas heis que Hamlet retorna do seu período de estudos e começa a cortejar a jovem às escondidas, obviamente pelo fato da moça não ser de origem nobre. Então, Ofélia começa a viver um verdadeiro conto de fadas, até que...

... o rei Hamlet é morto e seu irmão Cláudio toma o poder e, de quebra, se casa com Gertrudes. Hamlet tem certeza absoluta de que o tio matou o seu pai e, em sua sede por vingança, adota um comportamento um tanto esquisito, fazendo todos acreditarem que ficou louco. Não entendendo a conduta de Hamlet, Ofélia jura para si mesma que o fará desistir da vingança, custe o que custar.

Quem já leu Hamlet ou assistiu alguma de suas adaptações, sabe o desfecho da personagem que, graças a Deus, é bem diferente aqui. Na realidade, tudo é bem diferente nessa releitura, e foi isso que fez com que eu gostasse tanto dela. Ofélia é originalmente uma personagem fraca que sucumbe à loucura e, nessa obra, Lisa Klein a transformou em uma mulher forte e extremamente inteligente, mesmo sendo submissa ao príncipe de certa forma.

Ofélia é uma jovem cheia de vida, ansiosa para conhecer o mundo e fazer sua voz valer, mesmo sabendo que é uma tarefa impossível. Acho engraçado que no momento da história em que conquista o coração de Hamlet sua personalidade começa a oscilar, trazendo a tona uma mulher apaixonada que faz de tudo pelo amado. É um pouco confuso porque mesmo assim ela quer ser mais que a esposa, quer ter mais que o papel da mulher naquela época a permitia ter. Achei interessante essa construção, porque expõe o machismo de diversas formas diferentes.

A narrativa de Lisa Klein é maravilhosa! Ela consegue ambientar em palavras o século em que a história se passa de forma clássica e elegante, mas sem um pingo de firula. Essa nova perspectiva também é intensa e cheia de drama, mas acredito que a autora conseguiu mostrar melhor como um amor que nasceu tão puro pode se transformar em um pesadelo quando sentimentos de ódio, como a vingança, estão envolvidos.

Outro ponto positivo são as presenças femininas. Ofélia está rodeada de mulheres fortes e inteligentes, muitas vezes injustiçadas e diminuídas por essas injustiças, mas que conseguiram dar a volta por cima. Aliás, Ofélia é a heroína que cativa por ser inteligente, corajosa e dar a volta por cima num tempo muito mais difícil para as mulheres do que os tempos atuais.

Apesar desse final com nova roupagem que citei anteriormente ― que eu adorei, diga-se de passagem, mesmo sendo "fácil demais" ― Lisa Klein conseguiu se manter fiel à obra original. Acredito que essa é a obra perfeita não só para as pessoas que ainda não conhece se aproximarem dessa história, mas também para as pessoas que, assim como eu, não conseguiram se conectar de forma alguma com a narrativa original.

site: http://www.roendolivros.com.br
comentários(0)comente



queridasreticencias 11/05/2020

Lindo e interessante
Foi ótimo relembrar a história de Hamlet de uma forma bem fiel, mas pelo olhar e vida da querida Ofélia. Um amor proibido, com muitas emoções, mas destruído pela loucura e vingança de hamlet.
Apesar de ser um pouco ?viajado?, achei interessante o fim da personagem criado pela autora.
Quem gosta do original, com certeza deveria ler.
comentários(0)comente



Victoria.Salvini 29/06/2020

Ótima releitura
Comprei o livro Ofélia de Lisa Klein com muitas expectativas..e devo admitir que a maioria delas eram expectativas erradas. Talvez isso seja o motivo de uma pequena parcela de decepção ao decorrer da leitura, o que acredito ser total culpa da minha vontade absurda de ler um romance de época, menos formal e com um toque clássico. Na verdade, o livro pode sim se encaixar nesses tópicos, porém quem espera um romance mais água com açúcar e pé no chão, pode se decepcionar com a rapidez com que tudo acontece e a forma mais "fantasiosa" e intensa que os sentimentos são retratados (parecendo até forçado em alguns momentos). Devido à isso, não consegui me conectar com a leitura da forma que imaginei. Alguns personagens ficaram um pouco distantes e mal desenvolvidos.

No entanto, para quem busca exclusivamente uma releitura moderna e mais acessível do clássico Hamlet, acredito que seja uma boa escolha, não deixando também de mencionar a forma incrível com que a autora coloca Ofélia como protagonista. Alinhando a leitura com a sua proposta real e deixando de lado o que eu imaginei ser, considerei uma leitura agradável, de uma escrita fácil, que flui, de fácil compreensão e até instigante em seus momentos finais, por isso as 4 estrelas.
comentários(0)comente



bealesclub 16/08/2020

Bom
Li o livro após assistir o filme com a Daisy Ridley e percebi que certas coisas no livro não são iguais ao filme. Acho que é difícil dizer qual das duas obras prefiro mais.
comentários(0)comente



Soso 18/11/2020

Eu nao entendi taaanta coisa desse livro mas ele é legalzinho ate
comentários(0)comente



Monica Sobrinho 12/01/2021

Até água não sei o que achei dessa história. Não teve nada demais, foi uma história ok que não me impressionou.
comentários(0)comente



Ket 03/02/2021

Adoro releituras de obras famosas por outros pontos de vista, então estava ansiosa por ler Ofélia. Achei a escrita da autora agradável e fluída, mas tive a impressão de que as passagens de cena e de tempo foram abruptas e mal colocadas, como se a autora supusesse que o leitor tivesse lido Hamlet obrigatoriamente antes (que não foi o meu caso). Se a releitura depende da leitura prévia da obra original não faz muito sentido pra mim (e como eu havia acabado de ler "Circe" da Madeline Miller com a mesma proposta, mas feita de forma excepcional, foi impossível não notar isso).
comentários(0)comente



25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2