Ana Lícia - @livroedelirio 19/01/2024
A única mulher é uma biografia romanceada cercada de camadas. Na primeira parte acompanhamos Hedwig e sua trajetória na Europa, seu casamento conturbado e os horrores da disseminação fascista, nazista e antissemita. Creio que a primeira parte foi a mais difícil de ler, fiquei apreensiva por tudo que viria. Na segunda parte vemos a trajetória de Hedy como atriz em um novo país, fazendo o necessário para se adaptar.
A escrita da autora é fluida e muitas vezes parecia que era a própria Hedy narrando, e às vezes precisava me lembrar que era uma biografia em forma de romance. Muito verossímil e real, sobretudo por conta de fatos históricos inseridos.
No início da história eu achei o relacionamento da Hedy com o Fritz muito rápido, e depois entendi o motivo. Fiquei aliviada pela autora ter optado por não descrever e dar personalidade ao Fritz - um homem asqueroso. Além disso, o foco não é o romance, ainda bem. Apesar do aspecto “rapidez” não ter me incomodado nesse quesito, em outras partes eu senti falta de um desenvolvimento mais lento e descritivo. Na segunda parte tudo aconteceu muito rápido, e merecia tanta atenção quanto a primeira parte.
Esse é meu único porém com a história. De resto, amei conhecer mais sobre a história dessa atriz que não conhecia, mas que revolucionou os meios de comunicação que utilizamos todos os dias.
E claro, saí me questionando sobre o que é ficção e o que aconteceu de verdade. Esse é o poder de biografias, né?