Gabriel Perez Torres 04/04/2024
Reflexões Sobre o Amor e a Existência
"Nossos Corações Brincam de Telefone sem Fio", de Matheus Peleteiro, é uma coleção de poemas que oscila entre a esperança e a desesperança, tocando em temas universais como amor, saudade, e a busca por significado em um mundo frequentemente percebido como indiferente. A obra, que mistura lirismo com uma crueza emocional quase palpável, destaca-se por sua habilidade em capturar a efemeridade das relações humanas e a complexidade dos sentimentos que nos movem.
Peleteiro tem o dom de nos transportar para seus momentos de introspecção, permitindo-nos sentir suas dores, suas alegrias e suas incertezas. Há uma qualidade quase voyeurística em sua escrita, como se estivéssemos espiando os pensamentos mais íntimos de um estranho, que de repente se torna um velho conhecido por compartilhar suas inseguranças e desejos mais profundos.
Os poemas variam em tom e tema, mas todos carregam uma autenticidade emocional e uma sinceridade que faz com que o leitor se sinta imediatamente conectado ao autor. Seja explorando a natureza fugaz do amor ou a luta para encontrar um propósito, Peleteiro consegue equilibrar a beleza lírica com um toque de melancolia, criando um efeito que é ao mesmo tempo desolador e profundamente belo.
Um dos aspectos mais impactantes da obra é sua capacidade de refletir sobre a condição humana de maneira que ressoa universalmente. Os poemas nos fazem refletir sobre nossa própria vida, nossos amores passados e presentes, e as marcas que deixamos no mundo. A obra é um convite para olharmos para dentro de nós mesmos, para confrontarmos nossas próprias vulnerabilidades e encontrarmos beleza na impermanência de nossa existência.
Em resumo, "Nossos Corações Brincam de Telefone sem Fio" é uma obra tocante que explora as complexidades do coração humano com uma sinceridade rara. É uma leitura que desafia, conforta e inspira, lembrando-nos da importância de se conectar com os outros e com nós mesmos. Peleteiro nos mostra que, mesmo nos momentos mais obscuros, há sempre uma faísca de esperança, um lembrete de que nossos corações, apesar de brincarem de telefone sem fio, nunca estão verdadeiramente sozinhos.