Disse Não Disse

Disse Não Disse João Emanuel Carneiro




Resenhas - Disse Não Disse


2 encontrados | exibindo 1 a 2


Hildebrando 01/09/2020

Crônicas do cotidiano
O livro reúne um conjunto de crônicas. Algumas das crônicas são bastante hilárias, outras envolvem questões caras à sociedade como a questão da violência urbana, porém abordadas em forma de humor negro. O texto diverte e faz você querer ler uma crônica atrás da outra, devorando as palavras a cada linha. É possível ver a marca do autor das novelas e do cinema em muitas das crônicas e lembrar do audiovisual de forma imaginativa.
comentários(0)comente



Henrique Fendrich 05/09/2019

Roteirista de crônica
João Emanuel Carneiro é conhecido como roteirista, diretor de cinema e autor de novelas (sua consagração foi com “Avenida Brasil”). O que nem todos sabem é que ele também é cronista, pois ainda em 2004 lançou o livro “Disse não disse” (Nova Fronteira), com textos publicados na Veja Rio. E o que menos gente ainda sabe é que ele é cronista dos bons – isto é, tem alguns exageros aqui e ali, mas no geral a leitura surpreende pela qualidade e comprova a tese que autor de novelas sabe se virar no gênero – Walcyr Carrasco e Manoel Carlos também escrevem bons textos.

A maior parte das crônicas de João Emanuel Carneiro (e, inclusive, as melhores) são aquelas escritas a la Verissimo (sem dúvida a sua influência mais visível). Ou seja, aquelas histórias divertidas do cotidiano, geralmente nascidas de desencontros e confusões, ao mesmo tempo em que insinuam pequenas angústias de todos nós. “O desaparecimento de José Santos” é com razão apontado na orelha do livro como o texto para se iniciar no estilo do autor. À trama envolvente e bem escrita se acrescenta o final inteligente, e talvez alguma melancolia. São características marcantes de todos os textos em que o cronista se propôs a contar uma história.

Em parcela menor de suas crônicas, o autor revela sua influência de Paulo Mendes Campos (às vezes abertamente). Nesses textos, de tom mais pessoal, ele não chega a se sair tão bem quanto nas histórias que conta. As brincadeiras com a metalinguagem são menos originais e criativas do que as suas histórias. A princípio, parece que ele se dá melhor justamente quando cria um “roteiro” para a sua crônica.

Ele também se mostra atento ao aumento da violência no Rio de Janeiro e faz algumas crônicas bem sacadas visualizando o futuro. O humor é um dos seus ingredientes mais importantes, mas não deixa de existir um certo lirismo. O livro é fininho, gostoso de ler e, sem dúvida, João Emanuel Carneiro precisa continuar escrevendo crônicas.

site: http://rubem.wordpress.com
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR